QUANDO
CAEM ESPADAS DOS CÉUS
por
Nilton Bustamante
Quando dos
trabalhos espirituais de desobsessão na
casa de orações, quarta-feira, em 19 de novembro de 2014, com os nossos olhos
cerrados, algo muito real mostrou-se diante de nossas mentes; porém mais que
uma tela de cinema, plasmada, era como se fôssemos levados, sem ao menos
percebermos, para um ambiente campal, rústico, de outras épocas, de outros
costumes, em longínquo continente. Apresentaram-se muitos homens que, um a um,
se agrupavam sobre seus cavalos com grande destreza, tinham roupas e aparência
que nos sugeria serem da Mongólia ou regiões vizinhas...
Quem comandava
o grande grupo de cavalarianos, era um homem que se destoava pela energia do
comando, pelo olhar frio e penetrante, daqueles que impõem nos outros um
sentimento diferente de respeito, impõem o medo ameaçador. Esse comandante
possuía a fama que lhe antecedia em quaisquer paragens em que chegava: a de
fazer os seus inimigos “sorrirem” para ele, sempre. E esse “sorrir” era abrir a
faca e a espada os cantos da boca, de orelha a orelha dos seus oponentes.
Terrivelmente, ficavam com o “sorriso do medonho”. Gabava-se, esse rude homem,
que não havia inimigo que lhe fazia cara feia em sua frente!
Essa
peregrinação de atrocidades alongou-se após os desencarnes de toda essa turba
de guerreiros. Mantinha-se os mesmos modos, os mesmos grosseiros costumes, mas
que agora, algo muito importante aconteceria. E aparentemente estávamos ali
para assistir, apreender, e quem sabe nessa comunhão entre energias do mundo
espiritual com o anímico estaríamos para um bom propósito.
Em menos de
um piscar de olhos, vislumbramos uma força vinda dos céus e que tirou as
espadas das mãos dos guerreiros, feito a irresistível força de um imenso,
imponderável e invisível imã escondido nas alturas. O insólito estava diante
dos olhos de todos, principalmente dos assustados e desarmados homens, que
esforçavam-se para não caírem de seus, agora, incontroláveis cavalos que
arranhavam com as patas o ar e o vazio. Todas as espadas subiram, velozmente,
às alturas, apontando os céus; mas até chegarem a certo ponto. Depois disso,
ficaram imóveis. Os homens, incrédulos, não conseguiam tirar os olhos das
espadas e no que estava acontecendo. E, de repente, muito lentamente, quase que
em câmera lenta, as espadas que pareciam espetadas nos céus, começaram a girar
e tomar sentido contrário, com as pontas agora em direção daqueles homens. Aí o
alvoroço se fez de vez, todos escapuliram sem direção, para onde era possível.
Mas, o grande comandante, foi o único que caiu do cavalo. Ficou estendido no
solo de terra firme, fixando o olhar nas espadas nos céus. Chuvas de espadas
desceram como raios. E ficaram encravadas no chão até na altura das
empunhaduras. Muitas e muitas ao redor do aterrorizado comandante, sem no
entanto acertar-lhe uma se quer. Depois daquela saraivada de espadas, parecia
que tudo havia terminado, porém, no céu ficou somente uma espada. As pupilas do
homem petrificado ao chão, sem forças, sem meios para reagir, nem mesmo para a
fuga, reconheceu, de alguma forma, que aquela era a sua espada, a espada que
rasgou incontáveis bocas, desfigurando as faces de infelizes vítimas. De
imediato, a espada veio a mil em sua direção. Quando ele pensou ser seu fim, a
ponta da espada parou a décimos de centímetro entre seus olhos. E assim ficou,
em ângulo reto, vibrando uma força ameaçadora, a um triz de ferir ao aturdido
homem; sendo que o mesmo ficou ali, estagnado, olhando fixamente para a aguda
ponta do início do fio da lâmina, como se seu orgulho estivesse dominado por um
invisível oponente que lhe impunha uma derrota nunca antes amargada em suas
incontáveis lutas.
Um irmão da
Espiritualidade Maior se aproxima sem mostrar-se, e nos vibra em onda mental:
“esse nosso irmão, terá que ficar dessa forma, preso, inerte diante da ameaça
da própria espada; assim foi feito para auxilia-lo em manter o seu pensamento
fixado, sem desviar-se para as outras viciosas questões da brutalidade em que
estava acostumado. Usou-se a linguagem que ele entende. Ficará sentindo a ação
desse salutar momento para suas reflexões, íntimas reflexões, que, no tempo
certo, as fará despertar para outras saudáveis formas de pensar, dando-lhe
molde para futuras ações que lhe serão úteis para a sua própria evolução.”
Neste exato
momento, nossa atenção foi trazida para o ambiente da reunião espírita, para a
mecânica própria de outros acontecimentos e afazeres mediúnicos.
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Mozart - Requiem
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