segunda-feira, 18 de agosto de 2014
CENTRO DA TERRA
CENTRO DA TERRA
Autor: Nilton Bustamante
Quando os passos ameaçam seguir em frente e amassam o que poderia ser algum mato querendo crescer. Caminhos vão se firmando. Outros passos, de outras gentes, virão, e acharão que foi a melhor escolha...
Tanto que o centro da Terra, fica na espera daquele que quer se aprofundar, um pouco mais, e cada vez mais, conhecendo os odores, sofrendo talvez os frios e os calores, medindo os perigos até atravessar o mundo, para onde se deseja chegar, longe, para um lugar céu azul, um ar mais respirável de ideias, sentido e sentimentos, que não ameaçam quem apenas caminha, quem apenas procura viver...
É preciso amar, é preciso festejar o amor; tanto que faz ao homem imaginar-se outro plano, outro sentido, melhor destino, significado de outras cores, flores das flores, abraços dos abraços, olhares passeando despreocupados em outros mais; pois, o sangue que ainda encharca o solo e as camadas um pouco mais ao fundo, estão recebendo esses ares, esses ventos, essas poesias, esses sentimentos, esses melhoramentos da alma, e já se começa a sonhar, imaginar outros frutos, outras estações...
As grandes almas, nunca desistem do que é o certo, e o certo é seguir em frente, é a própria opinião que desceu ao íntimo, atravessando as próprias profundezas, ao pegar a bengala das incertezas e tatear o escuro do possível e do não conhecido, estender a mão e deixar, como já foi dito outras vezes, o próprio coração, a senha, para que o outro entenda, que não há contenda, que há o desejo da ponte de Luz em fazer o seu adorno entre mentes, entre irmãos.
Ah, tudo passa muito rápido em milhões de luares e sóis, marés dos fluxos e refluxos, os dias caem, um a um, aos punhados, despencam e adubam o presente. Eu sinto que eu preciso seguir em frente, quando os passos ameaçam e amassam o que poderia ser algum mato querendo crescer. Caminhos vão se firmando. Outros passos, de outras gentes, virão, e acharão que foi a melhor escolha. Mas a melhor escolha é de cada um a própria opinião.
Nós que nos encontramos agora, pode ser que seja o encontro de quem atravessou os muros, os desertos, os veios do corpo da Terra, chamada alma, que sentiu os odores, foi perseguido pelo frio, lambido pelos calores, e que chegou do outro lado, com as mão estendida e com a senha que tudo diz, que nada guarda, nem segredos, nem recados, apenas amor.
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Rick Wakeman - ourney to the Centre of the Earth
https://www.youtube.com/watch?v=T9lKYyytc_I
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