sexta-feira, 30 de abril de 2010
COMO QUEM ESPERA
COMO QUEM ESPERA
Nilton Bustamante
Como quem espera a terra romper-se com a força que vem das profundezas da semente, germinar, brotar, seguir caminho em direção ao sol.
Como quem espera na estação e embarca seu coração no primeiro vagão, próximo trem.
Como quem espera e segue por seguir, porque ir em frente é preciso, ainda que sem mapa, ainda que sem provisões, previsões, talvez pela estrada a sorte de estrelas em noite de solitárias constelações.
Como quem espera e semeia o beijo, fora de controle, fora das atas, dos acordos, dos interesses, dos patrimônios, nas varandas dos enamorados sem disfarces, sem promessas ou véus...
Como quem espera o segredo dos altares
Os desejos vindos pelas ondas dos ares...
No túnel em vez das luzes, o escuro das letras imaginárias, imagens solitárias.
Espero, espero, espero...
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