TOURADAS
autor: Nilton Bustamante
Mata o bicho!
Mata que é fera!
O homem ou a fera!
Mata o bicho!
Porque a beleza nos olhos dos ensandecidos, não espera!
Sangue! Sangue! Sangue!
É a "arte", sangue escorrendo enquanto a fera nem mais berra!
É a "arte", sangue escorrendo manchando a areia, desenhando a morte!
E o discurso sai bonito, jogam flores, rosas vermelhas, lenços brancos em mãos limpas, festejam, afinal são todos inocentes, em inocentes manhãs e tardes de glórias!
É só uma festa. O espanto, por quê?
Mata o bicho!
Mais uma espetada, mais uma apunhalada, mais uma zombada!
É o homem diante da fera!
Oh, Deus dos céus, incrédulos na Terra, esse chão está encharcado de sangue, crimes e traição.
O discurso da tradição, da elegância em matar, de se defrontar o perigo, por favor, não dá mais pra aguentar.
Os tempos mudaram e o que se faz com os bichos, faz do homem o quê?
Quem é a fera?
Quem é o homem que sorri, enquanto a vida é tirada pouco a pouco, lentamente, em circo de horror?
É a besta diante da fera!
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