SOLSTÍCIO DE INVERNO
autor: Nilton Bustamante
autor: Nilton Bustamante
Pelos meus vitrais transpassam o divino e Vivaldi: "Et In Terra Pax
Hominibus", toca minha alma.
Pelo meu Templo ecoam o que não se precisa explicar: "Réquiem”: “Benedictus”,
“Lacrimosa”, “Rex Tremendae”, o toque de Mozart. Festejo o Solstício de
Inverno. Farto-me no Banquete Ritualístico. A noite mais longa. A Luz quase ausente,
melancolia, distanciamento, névoa que me abraça como abraçam as dores e o
cansaço da vida; neve fria, imparcial, feito morte, faz seu papel, ciclo dos
ciclos.
Queimo meus horrores.
As cinzas são sepultadas por mim. Por cima de tudo leve camada de terra
faz a sua dimensão. Agora as cinzas jaz no cemitério das lembranças.
E um ramo de cipreste, sempre verde, faz lembrar que a vida ressurge,
que a Eternidade é seiva divina. Inextinguível.
A paz é absoluta.
Transmuto-me em nota musical. Quem sabe minha pedra filosofal?
Ó elixir onde me esperas, onde por mim, onde em mim?
.´.
Et in Terra Pax (Gloria RV 589) - Antonio
Vivaldi
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