sábado, 23 de maio de 2015

BUDAPESTE


BUDAPESTE
Autor: Nilton Bustamante

Eu toparia uma viagem
Dessas como sou
Mas adoraria alguém que me levasse
Cuidasse de tudo,
E eu só tivesse que seguir

Conhecer outros prumos, outros resumos
Deixar de ser muralha
Me embebedar de outros ares, outras culturas de pedras, imaginárias
Pelos becos, pelas ruas que ainda não conheço
Esfregar os lábios na língua de quem pode ser ainda meu bem

Quero ainda ser Budapeste
Invadida pela sede de poder
Escrachar o verbo, me fazer jogar as brancas meias três-quartos
Colocar os pés no Danúbio, sentir seu frio de morte,
E fazer do amor e do gozo meus gerúndios,
Feito novas flores que há em mim mas que brota
Somente além-mar, somente para quem vier me buscar
E deixar o encanto do simples desabrochar do sonho do amor

Porque tenho aromas franceses e italianos em meu sangue
E não sei mesmo ficar sem meias
Tenho frio que aquece de outro jeito, outras maneiras
Andando pelas margens das margens
Que meu corpo de mulher sangra, que ainda sangra alguém que cuidasse de mim


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(Homenagem à amiga que fica entre dando aulas no Dante e viajando em sonhos)





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Rick Wakeman - 

Guinevere

https://www.youtube.com/watch?v=0Nz-ihhb9ms



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domingo, 10 de maio de 2015

PARA MUITO ALÉM DA ETERNIDADE


PARA MUITO ALÉM DA ETERNIDADE
Autor: Nilton Bustamante

Quando conseguirmos olhar o outro e ver a potencialidade da luz em transformação, talvez consigamos ter a madureza de não condenar, nem destacar o que achamos débil, ou pecaminoso.

Quando conseguirmos tolerar a agressão, a difamação, a transgressão e com maior nitidez de alma enxergarmos o momento em que cada um se encontra, às vezes deficiente nas atenções do mundo, às vezes o vazio existencial, às vezes tomados de agressões criminais, ou sociais, talvez consigamos nos sustentar em um ponto melhor de equilíbrio diante da vida. Veremos no outro um outro igual a nós, passando pelas mesmas oportunidades de libertação.

O que mais sabemos ao lidar, ao topar, ao conviver com outrem é apontar os erros e defeitos que não são nossos, são sempre dele ou dos outros. Mal entendemos que, agindo assim, pensando ser assim, estamos com nosso entendimento ainda em estação primária, quase infantil. Colocar aos quatro cantos do mundo, que o homem é assim e assado, torto e errado é somente destacar um lado da questão, do óbvio. Estamos TODOS na mesma estação, no mesmo fuso, nos mesmos parafusos, e amargamos as repetições das lições rumo ao amadurecimento do ser.

Precisamos jogar fora nossas togas, Deus não nomeou juízes nem oficiais de Justiça para O representar na Terra. Tanto é assim, que nossos Irmãos Maiores da Espiritualidade Bendita, que estão anos luzes à nossa frente nos campos evolutivos, quando deparam com cada um de nós, e com toda a humanidade, apenas trabalham e vibram em nosso favor, para que, quando chegar o momento do “despertar” de cada um possa receber esses incentivos supra espirituais com maior intensidade para nos sensibilizar e nos animar para a continuidade da escalada, para um degrau a mais em direção a Deus. Nossos Irmãos Maiores não se reúnem para ficar enumerando nossos erros nem nossas desqualificações, nem nossas dificuldades nem nossas resistências ao Bem; pois, permanecem sempre esperançosos em nossa vitória particular e coletiva. Nos acompanham com Amor, não fazem “corredor polonês”, não nos batem nem nos crucificam, nem nos excomungam, apenas nos amam e aguardam nossos melhores momentos e que chegarão cedo ou tarde. E o tempo para o além do além não existe, simplesmente não há necessidade.

Sim, os homens na Terra que agridem, que transgridem as leis dos homens terão as consequências, pois estão no exercício da responsabilidade consigo mesmos e com o coletivo. Ainda há esse roteiro a seguir. Mas, enquanto não houver uma preocupação saneadora da moral e recondução para a sociabilização do ser humano infrator, será um circulo sem fim de viciosos crimes. Ainda que houver irmãos nossos ao insistirem em crimes hediondos, terríveis, terão por isso mesmo a necessidade de passarem por programas de reeducação de amor. Leve tantas vidas que forem necessárias, quantas reencarnações que Deus permitir. Até chegar ao “final dos dias”. Os homens, por serem ainda muito atrasados moralmente, em tudo que lidam nas estruturas sociais e políticas, tratam de forma moralmente atrasada. E o cenário parece um grande desastre. Muito há por se fazer, muito há por se melhorar. Mas tudo será estruturado dentro do melhor dos ideais, construindo e reformando a própria moral individual e coletiva. Pouco a pouco, a humanidade avança nesse sentido, ainda que aos nossos olhos, não percebamos. Vale lembrar, que há também as Leis infalíveis de Deus, que toma conta de tudo e de todos! São Leis implacáveis que não se corrompem e levará os seus transgressores à “colheita obrigatória”.

E por citar a palavra “círculo”, nossos dias ainda estão muito repetitivos nos mesmos costumes, e ainda repetimos a mesma sentença em que o outro é sempre o feio e o errado, causador de nossos sofrimentos e de outros mais, e nos colocamos equivocadamente nos altares do mundo e do nosso lar; contudo pouco a pouco, com a intervenção de inspirados Irmãos em nos passar lições e aconselhamentos mais apropriados com as esferas superiores, chegará o momento, o dia, que nosso casulo será rompido, e uma outra realidade se apresentará diante de nossos olhares, diante dos nossos sentidos, e um novo voo será o nosso mérito, repleto de felicidade, repleto de Deus.

A vida é dura, porque está endurecido o coração humano. As pessoas que se estreitam no materialismo da intelectualidade do poder do mundo, terão dificuldades de entender sobre a necessidade da libertação do próprio coração. Jesus nos disse: “Amai uns aos outros, como EU vos amei”. E isso é um grau muito maior, superior, mais completo que ao “Amai uns aos outros, como a si mesmos”.

A dinâmica da vida é repleta da Engenharia Divina, pouco entendemos, pouco sabemos, mas por enquanto nos ocupamos em nos saltar aos olhos os erros e os sofrimentos do mundo. Então, está na hora de saltar aos nossos olhos a possibilidade da felicidade do mundo!

Vamos seguir e testemunhar em nós mesmos e nas faces do dia e da noite, os inúmeros exemplos dos grandes homens, das grandes almas, que são sempre em  prol da igualdade humana em evoluir pelo Amor.

Podemos ficar com nossos antigos rancores, em nossos desacreditares com tudo e com todos, podemos nos consumir, podemos querer sumir, querer nos esmagar com o peso da vida e do mundo, mas, ó, bendito Amor Divino que não nos esquece, nem nos larga ao ermo de nós mesmos, nem nos convoca para uma existência sem sentido; ainda que em uma fatia do tempo, podemos acreditar que é somente isso, pouco coisa em se apegar. Tenhamos a liberdade de pensar, refletir, e quem sabe ouvir melhor os cânticos dos anjos, ver e tocar as luzes dos encantos de um Amor enobrecido pela paciência, pela humildade, pela esperança, pelas virtudes regeneradoras, e se ter no coração que ser bom é a melhor das Providências, mesmo com as cruzes que mãos agressoras tentam nos colocar nas costas, ou que nós mesmos insistimos em carregar.

A vida é o maior bem que Deus nos concedeu!

Enquanto supomos que tudo acaba em uma passagem, Deus está com todos, por todos, para todos, para muito além da Eternidade!

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Vivaldi - Gloria
https://www.youtube.com/watch?v=RMHguvZPcqQ


Antonio Vivaldi - Magnificat in G Minor RV 610
https://www.youtube.com/watch?v=xDQREd7Ahys




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