sábado, 30 de abril de 2011

PARA NOSSO ENCONTRO


PARA NOSSO ENCONTRO
Nilton Bustamante

Um nada de estrelas,
um nada de flores,
um nada de essências de primaveras...

Para nosso encontro,
um tudo de mim,
um tudo de você.

...

DESARMAMENTO

Libera Angel Voices - http://www.youtube.com/watch?v=YjNrn-ojmPA (assista até o final, lindíssimo!)

DESARMAMENTO
       Nilton Bustamante

Hoje, em nosso país, Brasil, passa-se pelo questionamento sobre desarmamento civil. Como não poderia deixar de ser há os que são favoráveis e os que são contra.

Em nome da defesa da vida e do patrimônio, mentes, olhos e corações sobressaltados armam-se até os dentes de todo “arsenal” de argumentos técnicos, pesquisas, estatísticas, legislações, razões e dúvidas, na grande luta das idéias. Mas, das Alturas Benditas vem a ajuda em forma de um convite para nos esvaziarmos de tudo isso que pesa à alma, de todas essas possíveis dúvidas, de todas essas certezas e incertezas, que passam a ser secundário na busca de um desafio maior, o mais significativo de todas as nossas histórias, de todas as nossas vidas: a construção da não-violência. Até onde a lembrança alcança, as grandes almas que por este planeta pisaram, em épocas diferentes, foram pelo mesmo coro, pela mesma voz, pelo mesmo entendimento, pelo mesmo pensamento: “só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio”; “o ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal”; ou ainda, “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? - Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete”.

Desarmar-se do pensamento medroso que há um perigo crescente, concreto, na figura do “fora-da-lei”, das agressões externas de todo tipo e forma; entender através da consciência racional que há um primitivismo a ser desmontado e vencido dentro de nós, para entender ainda que é preciso alcançar o próximo interruptor que está um pouco mais ao alto, para ascender às idéias mais repletas de Luzes e nos libertar da escravidão milenar da defesa, do medo através das armas, que facilmente passam a ser de ataque, conforme as circunstâncias e interesses dos sentimentos mais ocultos, guerreiros, conquistadores, reflexos das sociedades beligerantes em que vivem os homens. Queremos realmente nos armar para defender nossa família e patrimônio ou dar vazão a outros chamamentos da alma?

Sim, é verdade. Você agora provavelmente está questionando que há homens violentos, desumanos, perversos, assassinos, sem consideração a nada e a ninguém. Mas, ainda, sim, e por isso mesmo, é preciso outro tipo de tática, outro tipo de luta, outra postura. Outro convencimento - o convencimento íntimo: vencer o desafeto com amor; quantas vidas forem necessárias em nossa eternidade para tanto. O homem pérfido, que somente se satisfaz na maldade, nunca sairá dessa prisão, desse modo de ser ao mundo se não receber os cuidados saneadores adequados; engana-se aquele que receita que o mal se trata com mal, que tem que se provar do mesmo remédio, que tudo tem que ser olho por olho e dente por dente, ou que gente ruim tem que morrer... As benditas vozes daquelas grandes almas que vieram entre nós e que nos servem de exemplos, entre outras palavras nos ensinam que ao doente o bom remédio para a cura da enfermidade. A miséria não se elimina com mais miséria; a falta de entendimento não se reverte com mais falta de entendimento; a loucura não se refaz com choques elétricos; os crimes não se amenizam com mais crimes; a brutalidade não se extingue com mais brutalidade. O fomento da escravidão, da fome, da miséria, dos crimes e guerras, sempre estará alimentando mentes e corações que não se importam com nada e ninguém, a não ser em atender seus mais escusos interesses, e quase nunca nos apercebemos disso, cantamos e dançamos conforme rituais milenares. Podemos nos perguntar: a instalação do medo, da insegurança, das guerras a quem interessa?

Mahatma Gandhi conquistou a libertação de seu país que estava sob o domínio secular da Inglaterra. E como ele conseguiu tal fato sem dar um único tiro? Provavelmente havia mil motivos para o povo hindu odiar os ingleses, mas não se decidiram pelas armas, mas sim, pela inteligência como companheira. Como um país consegue se libertar da tirania de outro, sem jogar com a guerra como solução? A resposta: conscientização, engrandecimento do esclarecimento!

Gandhi, através da convicção da idéia fortalecida de liberdade, apoiada e unificada pelo povo hindu, teve o brilhantismo em preocupar-se em esclarecer a parcela sofrida do povo inglês, também da mesma forma escravizada pelo próprio Estado dominador. Gandhi fez ver a todos que a luta em todo lugar era uma só, que havia de um lado: povos, pessoas, vidas, oprimidos e da mesma forma escravizados. E de outro: os dominadores, aproveitadores, muito mais selvagens que qualquer animal da Natureza; insaciáveis, brutais, arrogantes, que se alimentam de vidas, sonhos, esperanças e consciências. Fizeram os hindus, campanhas de boicotes, assim como a marcha para o mar, quando milhares de pessoas andaram mais de 320 quilômetros a pé, para protestar contra os impostos sobre o sal. É claro, nos dias de hoje há ainda interferências econômicas e políticas explorando esse mesmo povo.

Antes havia Roma, A Grande Capital, agora há O Grande Capital para dominar os povos de todos os continentes. Mas, é histórico, inquestionável, que já experimentamos várias etapas de “libertação” e de “conscientização”, em toda parte e muito se avança nesse sentido.

O povo consciente de idéias de liberdade, igualdade e fraternidade, não há tirania que resista. A boa “luta” – a não luta -está em marcha.

Então, sobre o desarmamento, é necessário à sociedade organizada conscientizar-se cada vez mais, fortalecer as Instituições para que essas cumpram seus deveres. A miséria, os miseráveis, o medo, o ensino desvirtuado, a corrupção, a roubalheira, os desmandos só existem porque nós, povo, permitimos. Simples assim. Somos parte criadora dessa violência que tanto tememos, que tanto nos enganamos ao pensar que são frutos e ações de outras mãos e mentes.


CONSCIÊNCIA AMPLIFICADA E REFORMADORA: Se todos nós não consumirmos drogas, provavelmente não haverá traficantes. Se não subornarmos, provavelmente não haverá subornáveis. Se realmente nos preocuparmos em atendermos os caídos nas calçadas, haverá menos espinhos e pedras; os caminhos serão mais floridos e agradáveis nas idas e vindas aos nossos lares. Casas com muros, não são bonitas. Homens armados, não são exemplos. Se muros fossem soluções, não teríamos tantas casas fortificadas em condomínios transformados em feudos - não ficaram livres dos crimes. Também nesses lugares há vítimas do mal-viver familiar. A contaminação dos efeitos colaterais do egoísmo humano, do desamor, não respeita cercas elétricas, nem cães bravios, nem circuitos de tevês. Então não é uma questão de muros e armas. Mas de evolução moral e espiritual. Se a mão for estendida para o armistício já será um grande avanço. Se a mão for estendida para aquele que necessita de ajuda – não de esmola -, já será um grande avanço. Se o coração for para o outro coração, já será sublimação. Postura de um crescimento humano, humanístico. Somente dessa forma, fortalecidos em uma moral mais excelsa o homem estará cada vez mais livre, contribuirá para um mundo sem muros, sem divisas, sem armas, sem a imposição de classes e subclasses, sem passaportes, sem fronteiras, onde a felicidade será restituída no bem viver - os homens já estão vivenciando os passos silenciosos de nossa civilização nessa direção, mas ainda não perceberam. Chegará um tempo que o Bem será tanto no planeta Terra que o Mal será inibido tão completamente, a ponto de extinguir-se.

Continuar na postura do Amor e no Bem, ainda que sozinho, ainda que em menor número. Antes ser mártir que assassino. A maioria dos grandes homens foi assassinada, mas nem por isso estava errada; as idéias avançadas dessas mentes brilhantes levarão algum tempo para assimilarmos, mas não estão equivocadas, nem são menores por isso. Nós que ainda estamos pequenos, medrosos e atrasados. Realmente temos dificuldades em vencermos nossos perfis mais brutalizados, arquétipos milenares impregnados de grosserias.

E não cabe a nós, armarmo-nos, não cabe às nossas consciências regredirem nas esferas da evolução. É necessário querer o bom exemplo, querer as chaves que as Grandes Almas nos mostraram, ainda que pesadas ferramentas, ainda que sem jeito para manuseá-las, mas, pela boa vibração, saberemos exemplificar essa máxima: “O método da não-violência pode parecer demorado, muito demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido” (Mahatma Gandhi).

Houve um homem que foi maior de todos os grandes homens, edificou as mensagens de Paz, Amor, Tolerância, Compreensão do outro... E foi surrado, crucificado e morto na carne, mas suas palavras que são do Espírito sobreviveram e ecoam pelo longo dos tempos até pacientemente alcançar e libertar das ignorâncias torpes todos os homens que ainda não conseguem absorver essas grandezas de idéias.

Desarmar mentes e corações é fortalecer-se na Paz e nas Luzes do Amor!


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quinta-feira, 28 de abril de 2011

A FORMA E O ÍNTIMO

mozart – dies irae - http://www.youtube.com/watch?v=j1C-GXQ1LdY


A FORMA E O ÍNTIMO
Nilton Bustamante

Dança, dança a dança da aceitação!


Dança, faz teu feitiço, faz tua ginga, faz tua mentira!


Dança, dança a dança da negação!


Dança, faz teu tipo, faz teu agito, faz tua hipnose, faz tua enganação!


Nega, fala tuas falas, diz com tua boca o que não carregas no coração!


Maldita a língua bipartida, com um dos lados aponta pra ganhar a multidão, a outra esconde o sibilar da traição!


Enquanto teus grunhidos são expressões dos teus giros, das tuas danças, das tuas trapaças, ficam teus hieróglifos nos muros pra entreter a ingenuidade da turba que se deixa levar por qualquer coisa, por tudo, por qualquer besteira, qualquer tapeação nas calçadas dos distraídos; mas tu sabes bem o que vomita tua intenção!


Fazes dos teus perfumes as tuas chamas, fazes das tuas tramas, armadilhas, enquanto sugeres o doce, o mel, o açúcar aos olhos hipnotizados dos crédulos que fazem fila; o asco é o azeite de tuas refeições!


Mentiras e mais mentiras! Deixas teus rastros e tuas valas não se contentam mais com um ou dois, querem agora multidões! Descobristes teus gozos, elucubra-te nos longos das noites como há de conquistar, como há de sacrificar tuas vítimas em teus holocaustos! Comes, engoles aos montes, regurgitas homens, mulheres, fotografias, grifes, flashes e quem mais agradar teus caprichos! Ri às escondidas! Tens cólicas dos simples! Acha-te acima do Bem e do Bem! Acredita-te todo poder entre tronos e bastidores!


Tu que clamas as palavras mais doces! Tu que distribui sorrisos e acenos das benesses concessões, podes enganar, podes ludibriar mil vezes mil, mas não será assim o todo do tempo que se vai...


As águas vêm das Alturas pra levar as sujeiras, ai de ti! Ai de ti, vil criatura!


Tu, que em tuas procissões ofereces e entregas aos teus escolhidos o crucifixo de ouro, cravado com duas jóias ao alto: uma verde, outra vermelha; tu que chamas para si todas as atenções samaritanas, barganhas as miragens que os olhos de tuas vítimas querem ou necessitam ver; tu que triunfas em teu reino criado por tua insensatez, não vai além de uma mente e alma desequilibradas, um anjo caído. Mas, ó Leis de Causa e Efeito! Pelos desdobramentos, por todos os meios, a Espiritualidade está clareando aos que têm olhos pra ver, ouvidos para ouvir, saberem o que vai por detrás de tua oferenda, desta tua cruz que mostrava-se ouro vai aos poucos se transformando na cabeça de uma cobra de um olho verde e outro vermelho, picando e cuspindo teus venenos nas mãos dos incautos, dos menos avisados. Esta peçonhenta imagem repleta de feitiços, magias e más intenções que se fez passar por uma cruz, este bendito símbolo por ti usurpado, és teus íntimos sentimentos e pensamentos degredados por ti e oferecidos ao mundo, entrelaçados aos desequilíbrios malditos que te cercam; geram de teu ventre os vermes que te comerão os sorrisos frios, mortos, pálidos, sem vida, sem testemunhas de melhores dias, não porque eu queira, não porque te rogaram as mil pragas, mas, fostes por ti mesmo tua sentença, tua escolha.


Ó, inóspita alma, será que nada mais em teu íntimo que possa modificar-te alguma fibra, uma que for, pra tua redenção?


Ó, tu que vendes mentiras, e entregas aos homens as traições das víboras, saibas, que em tua cruz antes de chegar à Luz, será a cobra, a tua cobra criada a te esperar para o longo dos teus tempos até esgotar-te teus limites, tuas insânias, tuas empáfias; até esgotar-te as filas todas daqueles com mãos e almas picadas, intoxicadas por teus sutis venenos; sugarás até a última gota, até o último receber e aceitar o teu perdão!


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Este desdobramento leva-nos a refletir que estamos presos nos cárceres das formas, dos exteriores, quando deveríamos ser livres pensadores, expandir nossas consciências para o que se vai no íntimo, conteúdo, para não termos que levar nas mãos - e nem oferecer - cobra, quando, iludidos, pensamos que são apenas jóia em formato de cruz. Que Deus e Jesus Cristo sejam por nós, e nós sejamos por Eles!

sábado, 23 de abril de 2011

AO DIVALDO FRANCO


Ao Divaldo Franco
Nilton Bustamante

Tu sabes muito bem, que nestes anos todos, longos anos, de constante trabalho, silencioso trabalho, muitas vezes o corpo pediu descanso mas tua alma se entregava à responsabilidade; sabes muito bem, que por muito que realizares ainda não será tudo; por muito que amares ainda não será o suficiente.

Tu sabes muito bem, que em cada palestra tua, muitos mataram a sede, muitos mataram a fome, muitos mataram a dúvida e a curiosidade, pois o homem ainda ‘mata’; antes o homem em vez de ‘matar’ pudesse ‘atender’ a sede, a fome, a dúvida e a curiosidade, amigas companheiras que fazem-no despertar (o homem) nas horas certas para seus compromissos nas trilhas planetárias.

Ah, Divaldo, quantas vezes tu, do alto das tribunas, dos púlpitos, do alto da súplicas, humildemente vislumbrava legiões de irmãos de esbugalhados olhos, olhares ao longe de tantas vidas passadas uma a uma sofrida em cada encruzilhada mal decidida; e tu não te impressionavas, ficavas mais ainda entregue a eloqüência das palavras tecidas, alinhavadas, emolduradas com cores brilhantes do Amor, com a maior nitidez possível para que todos pudessem ‘ver’, para que todos pudessem saber, para que todos pudessem receber um pouco mais e cada vez mais. Quantos quadros mentais que estavam estacionados em sombrias criações foram nestes momentos despertados e inspirados a salutares pensamentos elevando os corações para mais perto de Deus?

Nas mesmas trilhas que o trabalhador persegue, nas mesmas riscas do plantio do semeador vem a beleza do tempo que trará na época certa, esperada germinação, o florir e os frutos, doces e suculentos frutos. Mas, apesar do esforço o trabalhador receberá as visitas de mil bocas tortas pelos vícios das críticas fáceis daqueles que nada fazem e nem atendem às chamadas ao bom labor. Reclamam para mudar o foco, tiram de cima de si quaisquer questionamentos, chamam assim atenção sobre "o outro", pois acham que tudo sabem e nada precisam fazer a não ser dispararem as farpas contra o semeador que não jogara direito todas as sementes na linha do plantio e por isso terão dificuldades na comunhão do solo... Mas aos olhos do trabalhador de boa-vontade que busca plantar sempre os melhores sentimentos e colher as melhores atitudes,  esses irmãos das críticas fáceis são verdadeiros despertadores e sentinelas que estimulam - sem saber - a necessária vigilância para o bom andamento do trabalho nas trilhas planetárias.

Ah, Divaldo, meu irmão, não te iludas, que alguns ainda criticam a forma, ainda preocupam-se somente com a apresentação, antes ficassem esses últimos entregues ao que se vai no íntimo da força da semente, essa força extraordinária que ensina, que rompe obstáculos, as dificuldades, segue na certeza da necessidade em se conciliar mais profundamente o que se vai abaixo do solo, compreender e conviver nessas partes do mundo, nutrir-se para ter força, coragem, entendimento e elevar-se para abraçar o sol, e envolver-se de luz.

Toda semente, mesmo àquelas caídas ao lado do risco reto, beijam o solo, abraçam a terra, terão também suas comunhões, assim, como os despertadores em suas companheiras opiniões.

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Divaldo Franco
http://www.youtube.com/watch?v=DxZew_A2jsQ&

quarta-feira, 20 de abril de 2011

QUARTO ESCURO


QUARTO ESCURO
Nilton Bustamante

Capa de disco, toda preta. Um triângulo, um raio de luz em outros sete se transformar, decompor. Luz apagada, quarto escuro. Um triângulo, minha fé, um raio de luz entre outros sete de mim se transformar, decompor. Cada fragmento, cada pensamento lançado no espaço, pras galáxias que o acaso escolher. Será minha procura...

Sou pensamento decomposto em carne e osso. O resto é procura, é momento.


Sou capa de disco, marcada pela luz, gemidos, lamentos; sou eu por dentro que procuro por mim, que procura, procura, procura se montar sobre a mesa, quebra-cabeça, ver a imagem que vai dar...

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Pink Floyd
http://www.youtube.com/watch?v=ZAydj4OJnwQ &

domingo, 17 de abril de 2011

MÃES


MÃES
autor: Nilton Bustamante
Ó mães, Deus vos ama, ama e muito, divinamente!
Ele vos confia a grandiosidade de gerarem a vida, compartilharem desse sentimento junto com Ele. Divide com cada mãe, divide com toda mãe que se torna bendita ao fazer-se um novo mundo, ventre-portal a um viajante cósmico que vem habitar este planeta Terra, das terras repletas de esperanças e experiências mil dos sentimentos, exercícios de vida. É uma explosão de Ciência Celestial, que está muito acima de qualquer entendimento humano. Está muito além da compreensão dos homens que ainda mal experimentaram o divino sentimento, o verdadeiro Amor.
Ó mães! Quantas gerações de almas planetas, quantas gerações de ventres-portais que se abriram, que se dilataram para vir os navegantes entre líquidos e dor, entre as lágrimas da felicidade juntos com seus rebentos, junto com seus novos visitantes, seres que serão abraçados nos abraços de boas-vindas. Ah, amor de mãe, quanto nos emociona, quanto nos tira das fraquezas, medos, receios, nos ensina a andar pela vida... Ah, amor de mãe, que tira da própria boca o alimento para alimentar as bocas famintas de tudo.
Mães, mães, tão benditas são as mães. Quantas, ó, mães, quantas na grande história dos mundos?!
Ó, mães, quantas gerações que se agregaram e se agregam em compromissos de lindíssimas intenções, transformam-se num corpo maior, feito células que se aglutinam, que se buscam, feito de muitas consciências, muitos outros corações palpitantes e amorosas lembranças que se acompanham e se acompanharão eternamente pelo Campos de Deus. Mais do que úteros dos benditos frutos, corações de benditos frutos, ó, mães!
Quando Deus precisa de seres que amam verdadeiramente, seres destemidos, seres que se entregam aos compromissos mais sublimes, mais difíceis, que não medem o tamanho das tarefas, que tudo fazem por Amor, quando Deus precisa desses seres incríveis e benditos obreiros para O ajudar nas tarefas de expansão da vida mesmo nos planetas mais distantes e temerosos, Ele convoca em quem pode confiar, convoca as Mães, e entrega a vida, na vida, na vida, na vida, de cada um desses seres de iluminados corações, que é cada uma e todas as verdadeiras mães.
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Ave Maria di Gounod - Sarah Brightman
https://www.youtube.com/watch?v=UyeLHA6bBME
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sábado, 9 de abril de 2011

NOCTURNO


NOCTURNO
Nilton Bustamante

Olhos fechados, olhos fechados, fechados... E nada mais.
Tão pouco reagir.
Tão pouco querer ir além, quanto muito deixar-se fluir, seguir, sentir...
Nuvem passageira dentro do estrangeiro peito.

Olhos marcados, olhos marcados, marcados... E nada mais.
Tão pouco fugir.
Tão pouco ser o refém, quanto muito deixar-se existir, possuir, intuir...
Câmera de gás, balão morte, sobe, ganha vida.

Ah, não mais ser de qualquer jeito
Voar pra qualquer direção que as ondas de vento levar

Em cada fundo dos olhos, estrelas
Em cada suspiro, os sobressaltos
E meu coração, o maior suspeito
Entrega-me ao mundo. Respeito
A tentativa, mas, isso não se faz
Jogar-me sem que para tal me prepare
Num inflar de veias, artérias, emoções...
Voar entre nuvens, entre venturas de balões rosas azuis

Uma vez a vontade, esta vontade gigante às vezes livre,
Outras, apavorantes; outras, intrigantes
Antes do encontro
Mágicas sem chave, eterno segredo que se possa contar

Antes mesmo de conhecer, quero saber quem é esse alguém
Quem é esse alguém que tenho em abrasada tatuagem,
Miragem de andar nu, andar livre abraçado
Com um amor que nunca soube, que nunca foi meu antes
E que agora transcendeu, vem me tocar, me jogar nos abismos e labirintos

Eu espero
Olhos fechados, olhos fechados, fechados...
Para que eu saiba procurar a saída
Usar minhas asas, saber voar balões rosas azuis
E nada mais.

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Chopin - Nocturno en si bemol menor Op 9 Nº 1
http://www.youtube.com/watch?v=GZbuA7r17uk

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ALERTA MÁXIMO



ALERTA MÁXIMO
Autor: Nilton Bustamante

Ódio alimenta ódio.

O mundo o que menos precisa é que em nome de nossas indignações façamos juízo de tudo e de todos com o peso da ira, da revolta, falsos moralismos e irracionalidade.

Normalmente, na separação que fazemos entre “bons” e “maus”, por iniciativa própria já achamos que o nosso lado é daqueles que estão no “Bem”. Mas, realmente, será mesmo?

Somos os primeiros a nos inocentar. Afinal, não matamos, não roubamos, não fazemos mal mais grave. Somente, quando muito, um mal menor, “coisa pouca”.  Mas, chegará o momento, que por certo ficaremos abismados – até mesmo tentaremos negar – quando verificarmos o quanto de nossas vibrações, pensamentos e ações contribuem – e muito – para o desequilíbrio das coletividades e das pessoas ao nosso redor. Ainda estamos nos estágios de fazermos justiças com as próprias mãos. Ainda purga de nós venenos mil que contribuem para a sujeira mental planetária.

Normalmente, aqueles que não se coadunam com o nosso modo de pensar, tornam-se “inimigos”, ou “personae non gratae”. Não percebemos quando, diante dos noticiários da televisão, desejamos facilmente a morte àqueles que são políticos corruptos, ou ladrões, ou assassinos, ou que estão nos presídios, ou que abusaram de crianças, ou que são de outros segmentos religiosos, filosóficos e políticos,  diferentes dos nossos, ou seja mais o que for a motivação, não estaremos sendo EM NADA melhores que os acusados.

O que estaremos contribuindo para aquelas pessoas desajustadas?

O que estaremos contribuindo à coletividade, ao planeta, a nós próprios, em nossos lares, principalmente?

Ódio alimenta ódio. E é isso que temos que ter em mente em nossas reflexões. Podemos já ouvir a gritaria geral: “mas, aquele fulano matou, estuprou, roubou, fez o que fez, e ainda quer que sejamos bonzinhos com ele?” (desabafa a turba).

Ser bonzinhos é uma coisa, ser bom é outra.

Devemos nos inclinar para uma reflexão maior, tanto quanto possível livre dos distúrbios emocionais, preconceitos e das impulsividades.

Aos crimes, as Leis.

No mundo dos homens a sociedade precisa ser instrumentalizada com o fortalecimentos das Instituições. E isso é uma busca contínua, árdua, que precisa do auxílio e amadurecimento das coletividades, pouco a pouco.

Ainda àqueles que buscam outras visões, podemos sugerir, que o Universo é TODO PERFEITO, e suas regulamentações e organização é em consonância com a Harmonia Universal das Causas e Efeitos. Nada e ninguém que agride essa Harmonia ficará impune. Não que DEUS é vingativo, ou punitivo, mas, o que rege é a Lei de Ação e Reação, estabelece assim a cada um segundo a sua própria obra, segundo as suas próprias ações ao mundo. E a surpresa é maior quando compreendemos que o Juiz que presidirá o julgamento de nossas causas será a nossa própria consciência e nenhum outro.

Ficará em nossas mãos a “Felicidade” ou  a “não ainda felicidade”. Tudo será o resultado do que criamos pelas nossas ações.

Então, podemos afirmar sem medo de errar, que TODOS NÓS, ainda que possamos ludibriar, profanar, mentir, subornar, ou se fazer de vítima, ou de iludido, ou seja o que for nesse sentido, estaremos sendo observados pela força silenciosa que nos impele à “colheita”, mesmo não sendo a “semeadura obrigatória”.

Até a inércia, até a letargia, nos será peso em nossas consciências cósmicas.

Inúmeros são os exemplos de pessoas abnegadas, que trabalharam e trabalham em favor da Humanidade – e por isso mesmo perseguidas e até mesmo assassinadas – mas, deixaram seus exemplos que superam o próprio tempo, superam as próprias dificuldades e guerras íntimas, humanas. E a marca em comum deixada por essas pessoas iluminadas é a chancela do amor. Compreenderam elas que há um ÚNICO caminho de superação, de supremacia da simplicidade e da expansão cósmica, chave para outros portais da busca do Grande Entendimento: AMOR.

O maior perigo, quando vemos um episódio de grande comoção, como o assassinato de crianças (inocentes nesta vida, porém a pluralidade das “existências” explicam muitas coisas), é perdermos de vez a razão e equilíbrio dos sentimentos. No impulso, logo colocamos para fora nossos “bichos”, nossos “demônios”, nossa ignorância e rancores. Imediatamente atribuímos aos culpados todas as (des)qualificações.

Tudo aquilo que nos remete à nossa própria insignificância, ao medo e receio daquilo que não conhecemos imputamos ao “outro”. Então, saem de nossas mentes e lábios, as condenações sumárias: “só podia ser muçulmano”; “só podia ser obra do demônio”; “só podia ser judeu”; “só podia ser árabe”; “só podia ser espírita”; “só podia ser evangélico”; “só podia ser isso ou aquilo”. O que não percebemos é que com essas atitudes, estamos nas mesmas vibrações dos crimes e dos criminosos que tanto julgamos. Se desejamos a morte e o sofrimento, lento ou rápido, aos criminosos, o que nos difere deles, por essência?

Podem dizer o que for, se é cunho religioso, ou não, mas, precisamos realmente relembrar um homem que foi injuriado, humilhado, perseguido, torturado, quando o seu “crime” era fazer o
Bem e levar aos homens a possibilidade de expandirem suas consciências para outros patamares nunca antes sonhado.

Fazer que os homens acostumados com seus olhares pesados ao chão, pudessem erguer suas frontes e vislumbrar outros planos, outros quadrantes, numa viagem maior. Saíssem de um quadro infantilizado para o amadurecimento do Ser. Porém, mesmo diante do sofrimento de toda essa perversão, Ele entendia o homem, Ele compreendia o estágio evolutivo daqueles ao seu redor, em seu tempo. Ele não desejou que seus algozes fossem para os “mármores quentes dos infernos”, nem nada parecido. Muito pelo contrário, antes mesmo de pedir perdão ao Pai em favor daqueles que eram os senhores da sua via-sacra, Ele já os havia perdoado. Sublimação.

Terão aqueles que dirão que não somos Jesus Cristo para perdoar ou ser tão altruístas. Contudo, o Exemplo está aí. Não podemos nos conformar, e nos acomodar em nossas estagnações seculares e não nos esforçarmos para o nosso próprio crescimento e redenção. E não há nada melhor que o AMOR para expandirmos mentes e almas na busca do Conhecimento e das Ciências Celestiais, pois o Amor a tudo tolera, compreende, espera, auxilia e abençoa.

Conheci um senhor, no bairro da Vila Mariana, muito culto, com muitos cursos universitários, e com uma simplicidade que contagiava. Quando soube que seu próprio filho acabara de ser assassinado, a primeira coisa que ele fez, foi orar pelos assassinos, e logo depois para o seu filho vitimado. Ele sabia que mais urgentemente necessitava de preces era aqueles que praticaram o crime. Sim, não é fácil, nem desejo que nenhum de nós passe por isso, por tal provação. Mas, esses exemplos só vêm confirmar que temos que tomar uma postura diante da vida, com melhor envergadura moral, com melhores sentimentos, tanto quanto possível. Passo a passo. Dia a dia. Uma manhã após um anoitecer. Um anoitecer após uma manhã. É da responsabilidade de cada um que habita esse planeta Terra torná-lo melhor de quando aqui chegou e se “despertou” gente. Está na condição humana a superação dos obstáculos e busca de satisfazer as suas “curiosidades”.

Ou através dos “alinhamentos planetários”, ou pela “Era de "Aquário”, ou de outras quaisquer explicações de vários segmentos do Conhecimento, o Alerta Máximo consiste em chamar atenção de todos que o solo deste planeta que nos acolhe está encharcado de sangue; há por demais muros; há por demais disputas insanas; há por demais campos de concentração; há por demais fome; há por demais doenças; há por demais solidão; há por demais comércio explorador; há por demais seres humanos largados à própria sorte; há por demais conflitos entre povos; há por demais conflitos entre pessoas, há por demais guerras no fundo da alma; há por demais Inquisições; há por demais mentiras, invejas, ciúmes, ganâncias, vícios de todo tipo. Há por demais pessoas sendo humilhadas e enganadas; há por demais ironias, rancores, cóleras e ideias animalizadas. Há por demais sofrimentos impostos à Natureza, aos seus reinos mineral, vegetal e animal. A vida é desqualificada a todo momento. E essas calamidades estão em processos de saturação e transformação apesar dos pessimistas, idolatras, os famintos insaciáveis de poder, os intelectualmente orgulhosos, os radicais de todo tipo, os agressores contra o Amor, e de cada um de nós que nada ou pouco contribui para o zelo da vida e da  espécie humana, ainda assim, e por isso mesmo, as marés universais estão agindo e modificando rapidamente a atmosfera espiritual desta Grande Morada e Escola planetária.

O tempo dentro do próprio tempo, concernente à convenção humana, está se esgotando, e não haverá mais oportunidades de aprender errando para acertar. Esta é uma lógica que está fadada ao desuso; está nas mãos de Deus o momento final da transformação planetária. E a Lei será implacável e Justa: muitos serão os “exilados de Capela.”
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O ódio alimenta ódio!

O Amor alimenta a Luz!

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Vivaldi: GLORIA
http://www.youtube.com/watch?v=RMHguvZPcqQ

 

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AO LONGE O PERTO DO OLHAR


AO LONGE O PERTO DO OLHAR
Nilton Bustamante

Olha
Olha lá o olho
Desliza o olhar

Olha
Olha lá o longe
Vai-te feito açoite

Olha
Os riscos nos meus olhos
Caminhos do teu olhar-patins
Eu que já fui gelo

Fecha-te
Em cortinas dos teus cenários
Não se sabe tudo mesmo

Ouça
Ouça o murmúrio
O que dirá? Será mais o quê?

O que dirá o ar
Que em silêncio entra
Frio pelas minhas cavernas?

Vem avisar de que algo virá
Algo maior que as ventanias quentes
Das tempestades, mais que as tormentas do mar?

Voa
Aquece, esquenta
Olha no olhar
Gela, queima, desliza

Nestes meus olhos virgens
Agora teus riscos
Eu que já fui gelo
Agora espero ao longe o perto do olhar...

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“Ao longe o mar” / Madredeus:
http://www.youtube.com/watch?v=1ubhZ_5p-CM&
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sexta-feira, 1 de abril de 2011

AVE, MARIA!



AVE, MARIA!   
autor: Nilton Bustamante

Quando minha voz não mais tiver força pra jorrar as palavras
Quando minha mão não mais tiver forças para se unir à outra
Ao menos meu coração seja livro aberto
Para que eu saiba a prece que preciso orar

Quando os tumultos e acontecimentos da vida se acalmarem
Quando as hipnoses do transes cessarem, terminarem
Ao menos minha mente seja voo
E eu saiba planar nas quedas livres dos abismos
Que as Luzes de irmãos amigos e benditos
Entrelacem redes de salvação
E atentem às minhas vertigens
Das minhas horas mais difíceis...

Eu tenho tantos dissabores deixados nos corações de outros tantos
Eu tenho tantos pesos que me pesam mais que pedras
Que me tiram a paz mais que pesadelos
Minha caminhada pegou muitas vezes atalhos tortos
Em jornadas lá de trás dos tempos...

Mãe Maria
Que sua Caravana do Amor, às seis horas do relógio de minha alma
Leve-me ao encontro do Nosso Senhor
Para que eu respire o santificado ar; não que eu mereça,
Mas que eu mesmo não se esqueça de mim...

Mãe Maria
Mãe de todas as mães,
Mãe apaziguadora de todas as dores, Mãe de todos os partos,
Antes que me faltem as forças e a coragem, receba meu abraço
Receba meu coração que por sua Luz, por seu amor, chora de emoção
Nessa breve oração...

Ave, Maria! Ave, Ave, Ave!


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AVE MARIA
http://www.youtube.com/watch?v=TkY9HtwXNU8