quinta-feira, 26 de junho de 2014

FALAR A DOIS



FALAR A DOIS
Autor: Nilton Bustamante
Hoje caminhei
por lugares que nem sei
um pouco de pecado
querendo cantar a dois
coisas que estão guardadas
tudo de nós que ficou pra depois

Fome de amor
pegar suas mãos
parar de respirar
ficar com brilhos nos olhares
desses que a gente não consegue mais dormir
nem ficar em paz

Hoje lembrei de você
vontade de beijar
encostar os dedos nos dedos seus
mexer nos cabelos,
brincadeira de quem ama
sem se importar com nada mais

Hoje foi assim,
caminhei de mãos dadas
caminhos que nem sei

era tudo felicidade
o coração brincava como de quem ama
não vê a hora chegar,
e abraçar o seu amor








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Joss Stone - Al Green - How Can You Mend A Broken Heart
http://www.youtube.com/watch?v=hWtKm5WbE_w


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terça-feira, 24 de junho de 2014

PINGENTES E COLARES


PINGENTES E COLARES
Autor: Nilton Bustamante

Eu sei bem, em teus seios escorrem colares,
pingentes

escorrem de tua alma o nu
que molda imagens,
quadros-esculturas nas noites escuras,
passando as mãos pelos cabelos
fazendo mistério
pelos campos que estou descobrindo
através de ti
pelas madrugadas e nas nascentes das manhãs...

E eu te olho
e eu te devoro
sem mesmo encostar em teus fios,
em teus joelhos querendo abrir
meus olhos fechados
imaginando satélites lunares de outros astros
de outras galáxias, outros céus,
outros lugares, outros segredos,
arrepios acidentando a pele fazendo dos obstáculos salgados tobogãs

Ah, esta dança,
esta mudança,
este faz de conta de mil sinais,
idiomas que se aprende em noites de amor,
faz crer nas mensagens no deslizar
em tuas costas os meus dedos livres
nos avessos dos vestidos teus largados sobre os divãs...

Ah, este gosto na boca,
vinho de uvas mordidas,
um certo doce, um certo amargor,
que somos nós,
de sentidos carinhos,
escorridos
dos lambidos nos lábios teus que se perdem para encontrar os meus...

Mulher, amada minha,
sigo teu voo,
sigo teus pudores,
sigo tudo que me faz sentir este encanto de viver
e não querer mais, nunca mais, morrer sem tentar
o grande voo de adormecer e confiar a própria sorte a quem se ama...

Sou apenas uma voz que suspira
e que acredita
nos lunares,
nos avessos dos vestidos,
nos segredos dos seios teus
nas noites de colares e pingentes espalhados
pelos parques
de nossas salgadas e doces diversões...

Vem, pega minhas mãos,
temos mais um voo pra fazer nesta noite escura,
temos estrelas a descobrir

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MÚSICA DO FILME: " APENAS UMA VEZ "
http://www.youtube.com/watch?v=YXMiZwxwD4k

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sábado, 14 de junho de 2014

À BEIRA





À BEIRA
Autor: Nilton Bustamante

lago lagoa à toa soa
canto de sapo
canto de rã
não sou sapo, nem rã
mas, como queria agora
saber nadar
ser totalmente animal
lamber a mata
que mais gostar
que esse olhar de lado, sei,
geme geme
que não é normal
é coisa de mulher à beira d'água
querendo ser livre,
querendo ser amada
querendo ser mata
lambida
tocada
fogo controlado contra o vento
pensando
que a queimada não se alastrará
que ficará somente onde se deseja,
somente onde mais gostar...

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sexta-feira, 6 de junho de 2014

"PAPILLON" (em desdobramento da alma)



PAPILLON  (em desdobramento da alma)
Autor: Nilton Bustamante

Após adormecer meu corpo, no descanso noturno, deparei-me diante de um grande presídio. Esse diferente. Era cercado por verde, folhagens altas das selvas, e infindáveis portões de grades, imensos.

Havia algo de deserto, de isolamento, de afastado de tudo que lembrava o cenário do filme “Papillon”, história verídica passada nos anos 30.

Fiquei tão deslumbrado com o ambiente insólito, que pensei: ”Deve ser muito gostoso esse lugar...”; mas alguém se aproximou e interrompeu-me com uma onda mental: “não pense assim, que é uma maneira equivocada. Todo lugar que impede a liberdade de alguém, faz que se exteriorize o que há de pior do ser humano...”

Percebi, então, o absurdo que eu estava pensando. Lá não era um lugar de descanso, nem tão pouco de se passar férias... Era um lugar de sofrimento, grandes sofrimentos.

Em seguida, esse senhor grisalho, de atitude de calma e paz, e eu nos deparamos com os internos desse lugar. Era dia de visitas. Vários estavam com seus familiares em vibrações que abraçavam uns aos outros... Nisso, irmãos da Espiritualidade, se aproximaram e ficaram vibrando em preces em favor dessas pessoas. Luzes de Amor eram lançadas sobre todos!

E o senhor que me acompanhava, disse-me, mentalmente: “Aproveitamos desses raros momentos, em que esses nossos irmãos, na condição de internos dos presídios, quando desarmam por alguns instantes seus corações para darem lugar ao bem-querer de seus familiares, podemos, então, atuar a pedido de Jesus em favor de todos...”

Despertei, neste instante, e agradeci pela experiência além-corpo físico e saber que a Espiritualidade Maior está atenta a todos os que habitam o planeta Terra, encarnados ou desencarnados; todos são filhos de Deus!

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Bach
http://www.youtube.com/watch?v=rrVDATvUitA

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quinta-feira, 5 de junho de 2014

OLHARES-PERGAMINHOS


OLHARES-PERGAMINHOS
Autor: Nilton Bustamante

Ó, pergaminhos, o que tens aí?
Será notícias de El Rey? Será que minhas terras serão sempre distância?
Ó, que dizes pergaminhos que se enrolam e se guardam e não me mostram, e fico sem saber... Ó, pergaminhos das sombras das árvores, mostrem-me as notícias que não sei...

Ó, digam-me das flores silenciosas que coroam a cabeça da mulher que se enfeita, e que se transformou em mata, em suaves perfumes, frescores de esconderijos com serenatas de insetos e bichos e sonhos de amor...

Ó, olhares-pergaminhos que somente sei o que dizem aos suspiros, aos descontroles, abrindo a terra, clamando aos vulcões as suas erupções de líquidos e gemidos... Ó, que mais de silêncio queres me dizer desta mulher que pinta todo o corpo de verdes terras se preparando para a selvageria dos cios com a fome de mulher que espera dos encantos a magia dos encontros brutais e gentis?

Ó pergaminhos, que tuas mensagens sejam-me a entrega da alma enfeitada de corpo, com cheiro de entranhas e alguma poesia para se dizer ao anoitecer, quando as estrelas visitam os casais em suas cenas de amor...

Ó, mulher, que sejamos nós, quem leva no bico o gosto do beijo que se faz fechar os olhos só ao se lembrar, só ao se saber que a espera é suave, e a entrega é desfalecimento, é mel...


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aria de la Flor de Carmen / opera Carmen
(José Carreras as Don Jose, Agnes Baltsa as Carmen)

http://www.youtube.com/watch?v=p8xdI3ahGu4


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