quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

COISAS DE AMOR


COISAS DE AMOR
Autor: Nilton Bustamante​

Quando eu sinto que o ar está mais suave, a rua mais deserta, quando penso que as árvores começam a dançar, percebo que alguma coisa está acontecendo, pulsando, batendo forte querendo de alguma forma chamar minha atenção, voo por encanto feito pássaro, vou olhar suas guardadas fotos para me apaixonar um pouco mais...

Acreditando tudo ser real, seus olhos como se fossem em minha direção, como se sorrissem enquanto eu mirasse e escorregasse com você para dentro de mim...

Nessa foto, recortei mil vezes e me sentei no lugar mais desejado, perto, muito perto, bem ao seu lado, entrando em seus cabelos, raspando o rosto em sua orelha e sorrindo infinito coisas de amor.

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Keane
https://www.youtube.com/watch?v=53KrJSPN-58

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sábado, 14 de fevereiro de 2015

NEM TUDO É FESTA



NEM TUDO É FESTA
Por Nilton Bustamante, em desdobramento de alma

De madrugada, desperto com alguém enviando-me a seguinte mensagem: “Pai, envia-nos de vossa Luz, guardai-nos contra todos aqueles de agressividade moral!”.

Volto a adormecer, e eis que, novamente, desperto com a mesma mensagem, nítida, em alto bom e som...

Por ser perto das 5 horas, durmo novamente, só que desta vez sou levado, em desdobramento de alma, por uma irmã na postura de orientadora, séria e silenciosa. Estamos em um lugar que lembra praia semi-habitada. Chega um grupo, pequena turba de homens e mulheres, a maioria jovens, que lançam as suas roupas ao chão e correm para os locais mais afastados em frenesi descomunal; parece que há grande desespero neles.

Não tarda e essas pessoas começam a fazer orgias; no entanto, a vibração vinda deles traz algo constrangedor, infame, ruim de se sentir e ver. Tratam o sexo de forma muito feia, abaixo dos instintos, se é que eu possa assim me expressar.

A orientadora, essa irmã que estava ao meu lado, mentalmente, chama a atenção do grupo, em vão. Um irmão, de pele negra, imediatamente chega perto de nós e tenta impedir qualquer manifestação de nossa parte. E o delírio no ambiente é cada vez maior.

Sou trazido, em velocidade espantosa, para meu corpo físico e começo a entender o motivo do “Pai, envia-nos de vossa Luz, guardai-nos contra todos aqueles de agressividade moral!”. De certa forma, acredito, era um alerta para eu mesmo não cair em ciladas de minhas precariedades morais, e aprender algo com tudo aquilo, de alguma forma diante do quadro daqueles irmãos desajustados. Nisso, vem-me à lembrança as palavras orientadoras de nossos irmãos na última reunião na Casa Espírita (onde estudamos, pouco a pouco, as obras básicas da codificação de Kardec) sobre os cuidados com os destemperos morais que costumam rondar os seres humanos, encarnados e desencarnados, nas festividades do Carnaval.





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

VÉU DE NOIVA


VÉU DE NOIVA
autor: Nilton Bustamante

Vai, lança-te no vácuo que espera o encontro do abraço, vai, lança-te como quem não tem mais nada a perder, quem não tem mais nada além da vontade de ser chama, ser programa de eterno fim de semana nas cachoeiras geladas que tiram o ar, que tiram todos os receios e dá lugar à vontade de amar, ali mesmo sob o altar de águas que se faz véu de noiva em lua de mel...

Vai, meu amor, que eu mesmo já não posso mais com esta promessa de não enlouquecer, de te surpreender em um lance de faminta onça, bicho do mato, pular com afiadas garras e rasgar-te o peito, fazer jorrar prazer e lamber as feridas para logo mais tudo refazer, as mesmas fantasias, os mesmos rios escorrendo entre as fendas, e saciar a sede de quem está com febre e delira ser tudo mentira, ser tudo verdade...

Ai, meu amor, lança-te que estou à espera deste teu voo, deste destemido abraço que esbugalham meus olhos para logo mais adormecerem, entregando-me aos doces encantos teus... Vai, meu amor, vai e não te demores que a demora dói demais...





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Alberto Nepomuceno - Prece
https://www.youtube.com/watch?v=xtxgpiAVu4k

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