domingo, 28 de setembro de 2014

CONFISSÕES DE UM EGÓLATRA


CONFISSÕES DE UM EGÓLATRA

Autor: Nilton Bustamante

Eu Eu Eu
Eu ontem, Eu agora, Eu sempre
Eu Eu Eu
Eu, Eu mais, Eu muito mais

Eu Olimpo grito
Euuu Euuu Euuu
Sou ego, sou eco de mim mesmo
Euuu Euuu Euuu

Eu, Eu mais, Eu muito mais
Sou trindade,
Sou notoriedade,
Sou o melhor de todas as idades

Sou o impossível do simples, sou a vitória do melhor composto
Sou oposto da inocência, nada mais encontro além de mim
Que tenha tanta graça, apreço e conforto refletindo o próprio olhar

O que seria do mundo sem a minha presença?
O que seria dos homens com minha ausência?

Eu Eu Eu
Carrego a leveza e a alegria de ser
Pois ter-me é dádiva, é felicidade
Que dei à EUternidade

Não queira me amar, pois logo saberá
O que está em mim nunca estará em você
É que eu não posso me trair com ninguém

Ah, eu não queria dizer mais nada, para não pensarem que falo só de mim
Mas, confesso o que era segredo meu:
Eu me amo cada vez mais
E a cada encontro deixo mais um beijo no espelho do meu bem,
Todas as vezes que olho os olhos do meu amor,
Sei que sou mesmo Eu esse alguém!

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

AUTOENVENENAMENTO




AUTOENVENENAMENTO
Por Nilton Bustamante (em desdobramento da alma)

Uma mulher desce de um automóvel com ajuda de algumas pessoas. Reclamava o tempo todo. Nota-se, além de sua situação de cadeirante, que ela está em estado de debilitada saúde.

Chego mais perto e a vibração dessa mulher não é boa. Pesa o ambiente em volta. Mesmo sem saber quem ela é, na primeira leitura, fica gritante as suas emanações de rancor, revolta...

Quando essa angustiada senhora está quase dentro de casa, uma grande porta de vidro se fechando, eu impeço o fechamento para falar-lhe... Um chamamento me motivava para dizer-lhe algo para dar-lhe algum alento.

Mentalmente, lhe indago o que ela está sentindo, e em resposta, também mentalmente, se colocando em uma situação de vítima, vem uma saraivada de desculpas e acusações contra a vida, contra as pessoas: que todos são culpados por isso ou por aquilo e por ela encontrar-se dessa forma, sofrendo.

Aguardo ela desabafar tudo que está represado.

Quando a alma dela tomava “fôlego”, inspirado, mentalmente lhe dirigi mais ou menos isso:

Minha boa irmã, há muitas pessoas neste planeta, que, se formos nos ocupar com sincera análise, sem juízo de valor, verificaremos que são verdadeiras usinas de forças negativas ao produzir e lançar ao mundo sentimentos de ódio, rancor, revolta, inveja, ciúmes, ganância desenfreada, remoendo-se em desejos de vingança, de mal querer, martelando o julgamento e as culpas do mundo e das pessoas, e além de desferirem gratuitamente palavras que causam dor, somam angústias que não passam, somente se realimentam desses venenos num ciclo devastador, sem fim... E por falar em angústia − enfatizei em outro tom −, uma parente minha, sofreu com o câncer de mama, tendo, inclusive, que extirpar um dos seios. Sofrimento e mais sofrimento.

− Olhando no fundo dos olhos dela, continuei −

Hoje em dia, a própria medicina, a metafísica e outros segmentos de estudos nos indicam que esses tipos de cânceres são por causa do autoenvenenamento por meio das tristezas e melancolias que o ser humano se impõe muitas vezes sem o perceber. Imaginemos, então, o que acontece no íntimo da alma e do corpo físico para quem vive nesses e em outros distúrbios mentais e da própria moral desequilibrada...

− essa senhora estava quieta, atenta, pela primeira vez ao que se dizia para ela –

Finalizei:

Minha boa irmã, depois do que lhe dissemos, diga-nos do que anda se alimentando o seu íntimo, que lhe diremos qual será o seu remédio!

− ela olhou-me assustada –

E eu despertei em meu corpo carnal...

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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O QUE NÃO SAI NOS JORNAIS



O QUE NÃO SAI NOS JORNAIS
por Nilton Bustamante (em desdobramento da alma)

Após deixar o meu corpo físico, fui levado para um lugar que percebia ser o estrangeiro. Um lugar diferente. E logo sou inserido em nova atmosfera de acontecimentos...

No ar dava-se para perceber carregada tensão. O clima da guerra. O cheiro da morte e do medo.

Homens, jovens ainda, com trajes civis caminhavam entre labirintos com a intenção de não serem vistos.

A Espiritualidade vibrara-me que eram jovens rabinos indo atuar no auxílio de nossos irmãos árabes, vítimas das atrocidades na faixa de Gaza. Notava-se naqueles homens de boa-vontade o sentimento de profunda humanidade que os motivava na respeitável empreitada em fazer o bem àqueles que mais necessitavam de amparo, de socorro.

Vi nos olhos daqueles moços uma mescla de medo, receio que seu próprio povo de Israel descobrisse e que fossem, assim, pesadamente penalizados, ou quem sabe com a pior das penas.

Era emocionante assistir como esses bons samaritanos dos novos tempos, se empenhavam em suas ações socorristas.

Por um descuido qualquer, a informação dessas ações chegou ao conhecimento de um importante membro do grande rabinato. Era tudo que esses jovens rabinos não queriam que acontecesse.

Vi, como espectador, sem ser notado o tempo todo, esse importante senhor articular ações para se aproximar desses jovens. Até que conseguiu. Aparentemente veio com a bandeira da paz. Fez contato, sem pressa alguma, com cada um desses jovens. Foi conhecendo os bastidores desse movimento humanitário, inclusive deixando claro que os apoiava e todos poderiam contar com ele para protege-los, dar-lhes cobertura, pois como o seu cargo era de relevante grau na hierarquia da instituição religiosa, e com importantes ligações em diversas áreas da sociedade, saberia contornar qualquer situação desfavorável ao grupo, caso surgisse.

E, de fato, esse senhor, ajudou na logística de muitas operações desses jovens socorristas que levavam apoio material e espiritual aos encurralados das atrocidades de ambos os lados bélicos do famigerado conflito dessa parte do mundo que ainda não se consegue conviver com o mínimo de tolerância.

Esses jovens rabinos eram levados pelo ideal em alinhavar a paz por dentro, construindo pouco a pouco a união entre esses dois povos pela confiança de ações concretas de bem-querer.

Assim, fora correndo o tempo, e o importante membro do Grande Rabinato − algo parecido com uma central hierarquizada do poder religioso em Israel −, foi conhecendo um a um desse grupo socorrista e pegando a confiança de todos. Até que chegou o momento em que ele promoveu uma reunião secreta com todos os jovens rabinos, participantes dessas escondidas ações humanitárias. Algo muito importante precisava ser dito ao grupo, uma questão de segurança para todos, pois a informação era inadiável.

Algo terrível estava por acontecer.

Quando todos chegaram no horário marcado, uma ação devastadora desencadeou sem dar chance alguma ao grupo de jovens: granadas e armamentos (os mesmos usados pelos árabes) foram atiradas e usados em direção dos moços. Fumaça e pedaços de carnes humanas por todos os lados. Não sobrou um para contar a história.

Eu fiquei desolado, sem nada poder fazer.

Porém, o choque foi maior quando a Espiritualidade mostrou-me o responsável e articulador dessa ação: o graduado rabino que havia marcado o tal encontro de todos naquele local. Toda aquela aproximação, pacientemente arquitetada, era apenas o pretexto para ganhar a confiança de todos para um criminoso propósito. Ficou para trás o cenário desolador com plantadas pistas, falseando para a culpa recair sobre os palestinos.

E uma voz soprou-me no íntimo:

“Muitos homens do poder temporal, principalmente encontrados entre os militares e religiosos, são os que não querem a paz, para manterem-se os seus escusos privilégios e benefícios inconfessáveis.”

Depois dessa fala mental, voltei ao meu corpo carnal, com novas forças para continuarmos as vibrações em preces em favor do Bem e do Amor!

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EM TEMPO: esse relato não é para se tomar partido de lado algum, nem fomentar desavenças ou acusações, e sim refletirmos o quanto o AMOR é necessário em toda parte do planeta Terra, a começar em nossos corações!

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sábado, 13 de setembro de 2014


HOJE, A VISITA DE ALGUÉM
Autor: Nilton Bustamante

Hoje bateu algo assim, algo tão bom, um sentimento, uma presença que iluminou meu coração, a paz veio de carruagem por cavalos bonitos, caminho de flores.

Hoje a visita de uma coisa boa, talvez o pensamento de alguém, uma energia vindo de algum sol de alma carinhosa, de quem quer expandir o bem, o bem que se recebeu e não quis represar, não quis estagnar o que veio ao mundo para germinar, florir, frutificar...

Hoje me senti abraçado pela vida, muito mais se tivesse 1 milhão de dólares no bolso, algo mais significativo, maior; pois a sensação é de amor.

Se o tempo viesse me avisar que não haveria mais minuto algum, que teria eu que partir, sentiria a mesma felicidade de saudade alguma, a alegria de tristeza nenhuma, que tudo o que mais amo, todos que mais bem quero são livres, e estão em mim sem portas, sem fechaduras, sem travamentos, janelas abertas para as paisagens mais belas que mirar o próprio coração. Não perdemos nada daquilo que não possuímos.

Hoje senti a plenitude dos céus e suas incontáveis estrelas na ciranda da engenharia divina, a flor se abrindo contribuindo com a generosidade das cores, das formas e perfumes... Tudo para deixar os caminhos dos olhares mais bonitos!

Hoje senti os mensageiros de Jesus abençoando gregos e troianos, todos os que se imaginam de passos certos, outros com a convicção dos passos tortos, hoje senti a vida toda uma grande bênção, tudo lindo, maravilhoso!

Não há razão para se ficar gritando os crimes e os criminosos, quando cada qual colhe o que plantou, e as leis tortas dos homens e as leis divinas infalíveis regeneradoras de Amor, acompanham a tudo e a todos! Os mensageiros das esferas mais benditas onde tudo é GENEROSIDADE, HARMONIA, AMABILIDADE, CARIDADE E AMOR não acusam, não apontam, não destacam o que ou quem fere, simplesmente Amam e animam a cada um para continuar, para não se amargar a desistência, seguir em direção do íntimo, de se conhecer os mundos internos inabitados, inexplorados por melhores sentimentos, esses socorristas universais, incansáveis, ao olhar no fundo do olhar de cada um de nós, eles veem a Deus, o instante da Criação!

Hoje, senti algo assim, algo que não sei explicar, senti a visita do Amor...

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

POR TRÁS DO CÉU (homônimo)

poesia inspirada na peça "Por Trás do Mundo", Teatro Centro da Terra, pela "Cia. Sinceramente Cínicos", em 2006.

Ô, menina, liga não!
A vida parece mesmo sarna
Se começa a gostar, a coçar,
Vem a dor pra lembrar pra trocar de lugar
Que os pés estão sem direção

Ô, menina, não liga não!
A fome não perdoa, come o que é sonho
Seus olhos também um dia foram meninas
Foi-se a inocência,
Hoje é ausência de tudo o que é pão

Precisa olhar por trás do céu
Pra saber se há pé de milho
Talvez o filho que se foi debaixo do chão
Pegar um pouco da vida que se perdeu
Do amor que ninguém deu

Ô, menina, liga não, se a dor é companhia
Você não merece, não merece não
Pergunta pra estrelinha como faz foguete de lata
Buscar um pedacinho só de sonho
Menina, pergunta pro Criador, como desinventa a dor


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foto da atriz: Tininha Mello
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.Chão de Giz
http://www.youtube.com/watch?v=BalqdJ7ykm8

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