quinta-feira, 31 de março de 2011



NO DIVÃ
Autor: Nilton Bustamante

O que mais quero
Antes de despir a flor
É saber desse mistério,
Desse amargo que se faz doce
Nos dedos nas esquinas
Tirando das bocas um certo gemido, um certo delírio, sussurros de amor.

Entenda pelo olhar o filme,
Algo bonito do silêncio, idioma que nessas horas se quer calar ou suspirar,
Algo da loucura em viajar num navio
Pelo espaço
Deitada no divã dos loucos, abrir os flancos e sonhar...

Seja o que for,
Seja como for,
o que mais quero agora é despir a menina e encontrar a mulher,
Pedir o beijo e sentindo o desejo do botão se abrindo em flor...

Dança pra mim com os braços acima da cabeça, de quem se entrega,
Mostre o que preciso saber,
Quero ser sua escada pra você subir pelas paredes e se jogar,
Ficar largada num canto qualquer, em nosso ninho de amor...

Você não vê? Quero me apaixonar por você,

E nos beijar olhos fechados
Enquanto o planeta gira, gira,
E a tontura nossa testemunha
Enquanto ficamos abraçados sem pressa, sem querer chegar ao final...

O que mais quero é saber desse mistério,
Desse amargo que se faz doce,
Um certo gemido, um certo delírio, sussurros de amor...


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EU TENHO ATÉ AMANHÃ



EU TENHO ATÉ AMANHÃ
Nilton Bustamante

Eu tenho até amanhã pra não andar com sua foto
Eu tenho até amanhã pra pegar em sua mão e beijar
A imaginação é ter um amanhã pra sonhar
Por algum descuido você me amar.

Eu que não posso oferecer nada, nem estrelas, mar...
Eu mesmo estou além de minhas mãos, não posso
Nem mesmo prometer, porque promessas
São brisas passageiras de verão.

Talvez caminhar numa praia qualquer com seu nome
Um café à beira da calçada guardando um silêncio
Uma estrada de pensamentos cenas de amor
Dias arrancados da agenda pro nosso prazer.

Eu tenho até amanhã pra depois de amanhã viver
Ser náufrago esperando algum tipo de esperança
Eu tenho até amanhã pra dizer sim e outros mais
Ser sua oração enquanto o sono for pesadelo
Se arriscando quem anda em desfiladeiros.

Eu que nunca falei com você tão assim nos olhos,
Eu que nunca soube o gosto de seus lábios,
Eu que nunca senti sua alma se entregando...
Mas, eu tenho até amanhã que é qualquer dia
Se amanhã não for o dia, será noite.

Eu tenho até amanhã...
Eu tenho até amanhã... Pra ser seu namorado.

terça-feira, 29 de março de 2011

GRAVIDADE DE MIM


GRAVIDADE DE MIM
Nilton Bustamante

Descobri, peregrino, que todos os caminhos mundo afora chegam ao Tibet.

Descobri, menino, que todos os caminhos mundo adentro chegam aos seus pés.

Eu a tenho no final do arco-íris espalhando desejos em sua pele macia, campo minado que me explode e sacia.

Seus seios, pérolas nas conchas das minhas mãos de pirata, não consigo me agüentar, desfaleço nos mil sopros da morte, pra outras mil ressuscitar.

Meu amor, o que você quer mais?

Você é o Universo dentro de mim que se expande sem inicio, sem fim.

Beijo atômico, beijo anatômico, em cada rosa que se abre pra você, gravidade de mim.

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segunda-feira, 28 de março de 2011

ANTIGO DESEJO


ANTIGO DESEJO
  Nilton Bustamante

Pra que colocar botox nas palavras que queremos dizer
Só pra esconder o que não se quer envelhecer
O que acabou, acabou
Não precisamos nos desculpar

As rugas, as rusgas são assim
Marcas que deixamos no tempo, lágrimas e suor
Encontros e desencontros,
Algo que ficou e ninguém se importou

Agora esses dentes mordendo
Os lábios sangra e nos faz pensar o porque isso
O que poderíamos ter feito
E nos esquecemos pelos cantos por aí

Ah, esse querer, esse lembrar
São distâncias que não queremos mais chorar
Essa imensidão é tão longe
Que não consigo pegar em suas mãos

E eu sei que é só esticar os braços e dedos
Sorrir com olhar, fazer trégua
Não mais querer ganhar amargo troféu
De ficar só

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sexta-feira, 25 de março de 2011

Ô FEMME



Ô FEMME
   Autor: Nilton Bustamante

Ó mulher,
Como te quero, dos pensamentos aos pés.
Quero andar − saber − que estou ao teu lado.
Teu mistério é sempre responder um silêncio qualquer

Mulher,
Essas ondas pensamentos vindas pelo ar,
Me falam deste amor, deste querer,
Quando estou com meus olhos fechados
Tua boca é cal,
Mata, sela meus suspiros
E minha alma fica toda céu, toda nua, toda sua...

Amor, meu amor − o céu está tão azul −,
Vem pro corte,
− Amor, meu amor, o céu está tão azul −,
Sangrar o Sul e o Norte

Com um só beijo lançar calor e sorte,
Unir nós dois e partir...
Dois navios que se vão pro longe, longe,
Pelos mares pra se encontrar depois, num silêncio qualquer,
Num silêncio qualquer....

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http://video.mytaratata.com/video/iLyROoaftyAd.html
Ô femme

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quarta-feira, 23 de março de 2011

MARIAS-SEM-VERGONHAS

 
MARIAS-SEM-VERGONHAS
Nilton Bustamante

Flores na calçada
não havia nada além
nada de papéis picados, pitucas de cigarros
somente flores, somente cores e boas-vindas!

Flores na calçada
não havia nada além
eram tantas marias, tantas sem nomes, tantas
sem vergonha alguma abraçavam meus olhares!

E eu fiquei tão e tanto assim, feliz, que lembrei de você.

 
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segunda-feira, 21 de março de 2011

SHAMBHALA



SHAMBHALA
 autor: Nilton Bustamante

Dar um passo sem sentir medo. Medo algum. Receio algum. Nada que petrifique a coragem.

Lançar-se para a vida, sem a preocupação da contrariedade. Sem os fantasmas da incapacidade. Sem o constrangimento da falha. Sem pedir a troca, sem pedir a volta.

O Mestre dos mestres pediu-nos apenas que amássemos.

Vamos imaginar com leveza as pessoas sendo vitoriosas, com saúde, felizes, bem empregadas, bem amadas em dignas moradias.

Vamos imaginar todas as pessoas na bendita ceia da vida.  Esperançosas, unidas na mesma irradiação significadamente de bem querer.

Lembrando que TUDO o que é projetado de nossa mente, espírito e coração, está em nós intimamente ligado; absorvemos as consequências, boas ou ainda não boas, conforme a natureza dessas vibrações.

Se está em nós a decisão sobre dar cada passo e a forma dessa ação, decidamos então o melhor para nós, desejando o melhor para os outros.

Sejamos Princípios de Luz e Amor, ativos, projetando e pulsando o melhor ao Universo de cada um dos nossos semelhantes, de tal forma, até aprendermos amar verdadeiramente.

Quando menos percebermos, estaremos vivenciando “Shambhala”, horizonte perdido, o “Paraíso”, bem dentro de nós. E, saberemos por fim, que esteve sempre em nós a decisão de sermos felizes.

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quarta-feira, 16 de março de 2011

NOSSO MATRIX DE CADA DIA


NOSSO MATRIX DE CADA DIA
Nilton Bustamante

Estamos num transe individual e coletivo focado em tudo que mais nos chama atenção em nosso íntimo.

Há uma mescla de sentimentos que há muito nos leva à insanidade: ódio, inveja, ciúmes, revoltas, ganâncias, vícios de várias ordens... São malefícios que envenenam a alma, já adoentada.

Por mais calmos e pacíficos que estejamos, basta nos colocar em situação de contrariedade, pressão, ou maltrato, que logo vem a tona o que está em nosso íntimo. E cada um de nós já sabe o medonho que brota nessas ocasiões. Isso só demonstra a verdade do nosso estágio evolutivo, por mais que o nosso discurso tente as mesmas desculpas.

O planeta Terra, a Grande Mãe, em seu Grande Útero germina a vida, em seu Grande Coração pulsa a vida, em seu Grande Princípio manifesta-se as transformações.

Nessas coletividades humanas, passamos a conviver familiarizados com esses campos mentais, com essas ilusões psíquicas, físicas e espirituais. A nossa realidade é o que criamos com nossas mentes. Criamos nossas miragens de acordo com o que mais desejamos.

O esforço da Espiritualidade Bendita é grande e contínuo para trazer Luzes a todos os habitantes do planeta Terra, em quaisquer dimensões em que se encontrem. E, aos poucos, através das “múltiplas vidas”, reencarnações, vamos sendo despertados para o Conhecimento que nos espera pacientemente. À medida que saímos desses transes, dessas vibrações que aprisionam ao sofrimento, à medida que vamos substituindo formas de pensar e de agir impulsionados pelas novas descobertas, avançamos por outras fronteiras, alcançamos outros patamares que vislumbraremos em melhor grau o Universo de Deus.

Há milênios, em diversos momentos históricos, em diversas culturas e povos, já a promessa da vinda de um Messias, com sua Boa Nova como nunca fora antes, acompanhado por sofridas perseguições, traição, redenção, morte e ascensão às esferas celestiais livre das culpas humanas. Jesus Cristo veio cumprir os profetas e as profecias. E, não será esse também o exemplo a seguir por nós? Não seremos nós da mesma forma seguidores desse modelo de consciência crística no sentido do espírito de unicidade, espírito criador, evolutivo em direção ao Princípio? Neste planeta Terra, seguindo os mesmos passos-exemplos de Jesus, não seremos nós o nosso próprio Messias, exaltando a Boa Nova do amor que nos tirará desse transe de máculas, ainda que sofrendo as perseguições dessas lutas, ainda que sofrendo as traições, para finalmente nos redimir, “morrer o homem antigo” e ascendermos aos Céus Benditos? Rompermos de vez esse casulo matrix em que nos encontramos.

Então, bondosos irmãos, não nos acanhemos diante das provas, diante do imponderável, diante das míseras questões humanas que impedem erguer nossos raciocínios para temas mais elevados.

Cumpramos com fé e amor o que nos apresentar a cada dia, a cada manhã, a cada entardecer, a cada anoitecer... A vida planetária é um ativo laboratório onde vamos aprendendo com as experiências do acerto e do erro.

Seguir em frente, seguir com o sentimento da melhora íntima, seguir para se encontrar com o nosso Princípio que é repleto de LUZ e AMOR!

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Bach
http://www.youtube.com/watch?v=iPeVIuRjUi4&
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terça-feira, 15 de março de 2011

TEU MAIS ANTIGO AMOR


TEU MAIS ANTIGO AMOR
           Nilton Bustamante

Espera!
Acalma-te!
Deixe estes turbilhões de células aceleradas em teu Cosmo harmonizarem-se em outro movimento, em outra cadência!

Espera!
Acalma-te!
Seja teu próprio deus, tua deusa, neste instante! Avance teu olho que tudo vê e percorra todas as tuas esquinas e cantos! Conheça-te! Apresenta-te! Faça amizade, faça as pazes contigo mesmo!

Espera!
Acalma-te!
Veja com paciência os lamentos que se estendem ao longo do além-tempo e compreenda um pouco mais de ti!

Espera!
Acalma-te!
Que não te fujas nem os perfumes nem as cores! Lembra-te que em ti há muitas histórias, muitos amores!...

E de tantas e tantos, encantos e desencontros, valeram de tal forma e expressão que em ti ficou a vontade de repetir, sentir mais uma vez, aqui, para encontrar em tua Primavera, teu mais antigo amor: tua alma-flor.

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Pachelbel
http://www.youtube.com/watch?v=JvNQLJ1_HQ0&

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segunda-feira, 14 de março de 2011

NÓ DO ÓDIO E NÓ DO AMOR


NÓ DO ÓDIO  E  NÓ DO AMOR
   autor: Nilton Bustamante

Certa vez o aprendiz chegou para o seu Orientador com a seguinte questão: “Qual dos nós era o mais difícil de desatar, o nó do ódio ou o nó do amor? Qual o mais forte?”
O Orientador olhou introspectivo e respondeu com outra pergunta: “em sua opinião, qual é a resposta?”

O aprendiz disse-lhe que seria o nó do ódio, ele já lera a respeito aqui ou acolá, e tinha a mesma impressão, pois o nó do ódio tem a persistência do rancor, enquanto o nó do amor possui leveza, certa fragilidade e aceitação à vontade de quem desejasse simplesmente desfazê-lo para seguir seu caminho.

O Orientador ouvindo aquilo abriu a gaveta de um armário de sua vasta biblioteca onde haviam livros e acessórios que eram objetos de estudo e pesquisa e colocou sobre a mesa diante do aprendiz, um nó, esse um nó do ódio. Virou-se como quem procura um livro, um exemplar em mente, enquanto o aprendiz, perplexo, fixava seu olhar sobre aquele nó do ódio. A vibração era horrível. Um negrume limboso e asqueroso afastava qualquer tentativa de se colocar a mão.

Ainda de costas, o Orientador foi dialogando. “Veja com atenção! Perceba que esse nó do ódio é feito de muitas tramas, muitos entrelaçamentos.”

E, na mesma tranquilidade, continuou, enquanto o aprendiz seguia com os olhos:

“O ódio em si é o resultado de muitos descaminhos. A inveja é um desses encordoamentos terríveis quando o homem sente infelicidade diante da alegria alheia. Coloque suas mãos sobre o nó do ódio e não as tire dessa posição. Mentalize o prazer de ver quem você quer bem alcançando um estado de alegria e prosperidade, sinta-se fazendo parte desse sorriso, sinta-se fazendo parte desse coração acelerado de tanto êxtase, sinta-se torcendo e ajudando a perdurar esse momento. É assim que deveremos sentir com toda e qualquer pessoa.”

“O nó do ódio tem a trama do egoísmo, quando nada mais se enxerga no mundo a não ser a si mesmo. Agora continue a sua vibração mental e imagine repartindo um único pedaço de pão para outrem que também está com fome; deixe quem está mais cansado sentar no único lugar disponível; disponha o que aprendeu de interessante para quem ainda não sabe; coloque em suas orações o que não seja só você ou pra você. É assim que devemos sentir com toda e qualquer pessoa.”

“O sentimento de vingança fica remoendo-se em querer vencer todos os ponteiros dos relógios, quer ir além de todos os tempos, alimentando-se da ideia fixa de fazer o mal a alguém, a um desafeto, fazendo de sua mente um laborioso tribunal onde se tem voz somente a condenação, somente as próprias razões, cegamente, sem querer saber ou ver nada além que não seja a motivação da própria fúria. Eis aí, uma das tramas mais encanecidas do sofrimento humano. Agora, ainda com as mãos sobrepostas, pense no perdão, no desprendimento, não se importar quem tem razão, a razão está em perdoar, em entregar a paz para quem oferece guerra; oferecer a palavra cordial para quem grita palavras ásperas; esquecer simplesmente e não mais se importar consigo mesmo, e sim com o bem-estar do outro. É assim que devemos sentir com toda e qualquer pessoa...”

Na mesma paciência continuou, o Orientador:

"Vimos que o nó do ódio não consegue subsistir com as tramas que formam o nó do amor; mas, o AMOR persiste e espera mais que as 'manufaturas' humanas, as 'almafaturas', as obras dos homens em evolução trazerem elementos para reflexões e aprendizados. Mesmo aquele que acha que por inclinações ao mal terá maior dificuldade em desfazer o nó do ódio deverá lembrar que o Amor é essência de Deus e os homens da mesma forma."

E, assim, com cada trama, com cada emaranhado de fios-sentimentos que formavam o nó do ódio, o

Orientador discorria suas lições. E, ainda de costas, suavemente, disse:

“Agora, tire suas mãos de cima do nó do ódio. Diga-me, o que vê?”

E o aprendiz boquiaberto responde:

“Um nó de Luz!”



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Mozart
http://www.youtube.com/watch?v=vQVeaIHWWck&

segunda-feira, 7 de março de 2011

CONTRAMÃO (DIA INTERNACIONAL DA MULHER)

                     
                       Dia Internacional da Mulher
                       autor: Nilton Bustamante

                        Imagina-se que devemos buscar caminhos fáceis nas relações interpessoais, mas nem sempre há sinalizações indicadoras. Ficamos perdidos.

                        Quantas mulheres se sentem amparadas e, ao mesmo tempo, sufocadas por um teto, por um prato feito, com direito a não reclamar ou exteriorizar suas necessidades mais íntimas ao homem-macho cumpridor de suas obrigações, incluídas as sexuais. Este tipo de homem, com este comportamento, canta como galo orgulhoso... − ele não sabe, mas as mulheres assim  “confundidas” e tratadas, é certo,  todas serão insatisfeitas o tempo todo −.

                        E as preocupações  com as particularidades dos sentimentos? O ser humano necessita sonhar, ser bem tratado, bem cuidado, respeitado, em todas as questões e momentos
− principalmente a mulher.

                        Não dá para viver de faz de conta.

                        Será que a vida é só comida? Só roupa? Só abrigo?

                        Há aquele homem que fica no sofá, hipnotizado, sendo comandado pela televisão, proibindo qualquer interrupção, ordenando servidão; quando não,  fica todo o tempo sempre com os amigos consolado pela cerveja, tomado de  glórias  dos feitos do dia e da noite: é o futebol, é a sinuca, é a p...; toma atitude após a outra, sem cerimônia, esquecendo-se ou neutralizando a companheira para ser único e absoluto, sem contestação.

                        Justifica-se, o homem,  na enferrujada frase “ninguém é de ferro”. Sim,  todos querem desfrutar a “confraternização do ócio”, mas e a mulher esquecida nos afazeres domésticos não tem lugar para esse “grandioso momento”? Ser lembrada, sentir-se notada  é isto que ela quer.

                        − “O quê? Estudar, trabalhar, crescer intelectualmente, conquistar, esbarrar-se com outros homens, todos safados, nem pensar, minha mulher não. Dê um tanque de roupa que faz passar todas essas idéias anarquistas; vá pilotar fogão...” − bufa o maridão coçando a parte baixa, que julga ser a sua melhor.
 
                        Há também o tipo intelectual, refinado, todavia inescrupulosamente impõe chantagens psicológicas ordinárias. Arma uma disputa que só existe em sua cabeça, numa estratégia doentia, a supremacia do lar. Nem pensa em ver a mulher-companheira ser bem sucedida.

                        O homem que esmaga sua companheira com rancor, sem razão alguma, perde uma grande chance de ser feliz; perde o respeito, o carinho, e todas as delícias do ápice  sexual só conseguido com a intimidade e cumplicidade entre o casal amigo.
 
                        Mulher, vá tomar o seu “sol”, até os prisioneiros têm esse direito, não fique na sombra.

                        Faz prevalecer que sua vida também é importante, e você estará pronta para o relacionamento maduro e verdadeiro. Caso contrário não vale a pena.  Não é amor.

                        Muitas vezes nos conformamos que devemos descer o rio, aproveitando a correnteza, parecendo ser o natural, contudo, devemos lembrar que para haver a eclosão da vida, a continuidade da espécie, os peixes seguem rio acima, indo contra a correnteza, se arriscando e lutando.  

                        O que se eterniza são as relações bem cuidadas, e não as mais fáceis.

                        O carinho no falar, no calar, no ouvir;  valorizar as qualidades; a vida a dois com preocupações mútuas tem que prevalecer sempre.

                        Mulher, nenhum ditador doméstico tem “direitos estabelecidos” para lhe impor o sofrimento.  Ele não pode ser um cavalheiro com os amigos e um pré-histórico com a família. Tome uma atitude de valorização de sua própria vida.  Aquela velha máxima ainda é válida: “aprender a se respeitar, antes de exigir o respeito dos outros”.

                        Mas e os filhos? E a idade? E o despreparo profissional desses anos todos? E toda a dedicação, tudo perdido?
− poderá perguntar assustada a mulher prisioneira.

                        Todos  têm o livre arbítrio, não é mesmo? Quem gostar ou aceitar ser escravizada num papel submisso, ser maltratada como doméstica sem direito a remuneração, ou tipo “ele me bate, mas me ama”, o que se pode fazer?

                        Mas aquela que se gosta como pessoa, e quer ser valorizada, ainda que mantendo a “relação com seu homem” tem que ir à luta e mostrar seu valor e exigir respeito através das atitudes diárias.

                        Liberdade, ainda que tarde, liberdade sempre a liberdade, pois a sensação da conquista valerá todos os sacrifícios, todas as lutas. E  o homem que estiver ao seu lado deverá lhe dar o devido valor, e saber claramente que ele está com você não porque ele é seu dono, e sim porque você o quer. Mas sem amor, e todas as coisas inerentes, como carinho, respeito, plano de luta conjunta para um melhor futuro... sem acordo!

                        Tanto homem, como mulher, em certas circunstâncias na vida  devem vomitar as coisas ruins, e o vômito nada mais é que o reverso, a contramão, tirar o sofrimento, os “sapos”; é subir rio acima, contra a correnteza para ter possibilidade da vida continuar. Conseguir respirar.

                        Como disse meu grande amigo,  hoje,  de forma poética:

                        “Como um náufrago ao avesso não nadei para terra, me arrastei para o mar”.

                        É uma luta diária,  difícil, que cansa, que decepciona muitas vezes, no entanto para ser feliz  e  livre, tudo vale a pena, pois o bom relacionamento liberta, não escraviza.

sexta-feira, 4 de março de 2011

REVOLUÇÃO




REVOLUÇÃO
Nilton Bustamante

Viver é uma revolução
Revolução industrial, não é viver
Revolução sexual, não é amar
Viver é falar o serhumanês.

Engolir o mesmo kit paladar
Globalizar as tendências
Globalizar os medos
Onde ficará a personalidade regional?

Os ventos espalharam espadas e canhões, poder e morte
As paralelas de ferro expandiram a cobiça, poder e morte
O poder e morte vieram atômicos.
Viva os salvadores do mundo! Viva?

"Deus está conosco até o pescoço"
O que há além dos muros dos guardiães do poder?
Miseráveis Latinas Américas, Índias, Afeganistães, Harlens...
Os paladinos, com seus gráficos, vêm desmentir os excluídos – todos se conformam.

O olho que tudo vê agora é eletrônico, espiona.
A autoridade verifica se o numeral respira
Suga com uma mão, com a outra é o suborno.
Não querem mais dinheiro, querem almas.

Os homens se confinam nas drogas
Por si sós não conseguem mais realizar.
Pelos benefícios sociais, se esqueceram dos salários.
Clonaram o gene; se esqueceram de ser gente.

Acordai, irmãos!
Acordai, consciências!
O dia dos chacais estão contados.
Há um grito de liberdade vindo do alto

Os homens estão descobrindo que não são só carne
As hordas vão subir a montanha
O sermão, o ser-irmão, o ser irmão, serão a tônica
Estender o coração na palma da mão, será a senha.

Nesta Terra de chão ensangüentado
Neste mundo onde homens exploram homens
Está em curso a maior, significativa e libertadora revolução:
O amor de Jesus!


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SOPRO DIVINO


SOPRO DIVINO
  Nilton Bustamante

Do Sopro Divino estabeleceu-se o Caos!
Do Caos a Tempestade!
Da Tempestade o Raio Espírito!
Do Raio Espírito o Choro Trovão!
Com a força do Sopro Divino o Raio Espírito foi-se distante da Origem, que, feito tartaruga retorna em Longa Caminhada Cósmica ao Princípio.
Em cada parada, em cada estágio se é centelha, se é pedra, se é planta, se é animal, se é homem... para ser completamente LUZ!

quinta-feira, 3 de março de 2011

UMA MUDANÇA ESTÁ POR VIR



UMA MUDANÇA ESTÁ POR VIR
  Autor: Nilton Bustamante

Longas filas cortam poeiras
Dos tempos distantes,
Marcas e medos nos porões atravessam os mares
Pras terras que nunca mais serão passageiras

Somos gentes nem grandes nem pequenas
Somos pessoas que cantam seus hinos, suas dores
Sangue derramado, liberdade sugada que se foi

Jatos de açoites tiram a vontade de prosseguir
Nossas janelas são mil grades, o ar vem quadrado
A dor vem fatiada
E eu não sei fazer você entender...

Somos gentes nem grandes nem pequenas
Somos pessoas que cantam seus hinos, suas dores
Sangue derramado, liberdade sugada que se foi

Você faz minha cor ser minha dor - mais uma.
Por que você me faz tanto mal?
Quero andar e me sentir livre
Sem ter que correr pra me livrar de mim mesma...

Meu punho está cerrado
Meu coração está fechado
Mas eu quero um sol para me abrir, pra seguir
Sem correntes nos pulsos, nos pés e na alma

Você tira nossas forças, tira nossas mulheres
Esconde a nossa fé e juramos à sua bandeira
O que você vai fazer
Quando, meu irmão, os sinos chamarem a todos
Brancos e negros, ricos e pobres?

Por que tanto vazio em seu coração?
Por que tanta raiva que não lhe deixa entender...
Queremos o branco junto de nós nas colheitas do algodão
Queremos o negro no mesmo óleo da unção

Somos gentes nem grandes nem pequenas
Somos pessoas que cantam seus hinos, suas dores
Você e eu somos cores de uma mesma foto
Somos parte da Criação, da mesma tinta do sangue do nosso Senhor...
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Terence Trent d Arby - A Change Is Gonna Come.

quarta-feira, 2 de março de 2011

É SÓ AMOR...



É SÓ AMOR
Nilton Bustamante

Quando o coração acelera e nos faz voar, não se preocupe, baby,
Quando cantamos desafinados ouvindo o rádio, não se preocupe
Isso é só amor...

Quando todas as cores são azuis, tudo é céu, tudo é blue, baby,
Quando acordamos e pensamos no mesmo alguém, não se assuste
Isso é só amor...

Acontecem tantas coisas que nos foge
A razão é a primeira no cavalo alado
Para um lado que só se vai quem ama
Ah, eu sei, você e eu
A gente tenta mesmo sem querer
Mesmo sem pensar

Uma hora dessas barco branco vai passar
Em sua rua, vai sem água alguma navegar
Ah, isso é só amor, baby, isso é só amor...

Eu te conto... É o mesmo sonho andar um palmo acima do chão
Rir à toa feito quem ri de si mesmo
Sem se importar que vão dizer, tirar os sapatos andar descalços
Eu te conto... Antes de eu sair qualquer lugar já te encontro
É só pensar em você pára tudo
Só pra eu ficar prestando atenção, só pra você ficar mais perto

Hoje a noite temos um encontro
Jardins, alamedas, madrugada azul sem-fim...
Você e eu, se apertando pra saber se é sonho
Ah, sim, ficarmos dançando corpos colados

Ah, baby...
Isso é só amor... Isso é só amor

...
Barry White
http://www.youtube.com/watch?v=xPiOomyrlQ4

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SE AO MENOS PUDESSE EU CONTAR


SE AO MENOS PUDESSE EU CONTAR
Nilton Bustamante

Desde os tempos que se é pólen se espalhando pelos campos, pelas flores
Desde os tempos que se é sonho escorrendo das estrelas, pelos brilhos
Das fontes, onde vemos imagens refletidas no mesmo querer
Eu queria saber seus olhos nos meus...

Se ao menos pudesse eu contar desse sol, desse mar
Grandezas que se perdem, tocam minha fala, minha pele
O que minha alma sente...
Se ao menos pudesse eu contar

Tocar com a mão as vidas que se buscam
Nas chuvas, no calor das paixões
Descortinando incontáveis véus...

Se ao menos pudesse eu contar
Seria por amor
Seria por amor...



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