segunda-feira, 27 de outubro de 2014

SAUDADE FRANCESA


SAUDADE FRANCESA
Autor: Nilton Bustamante
A minha saudade é francesa,
Entenda
É aquela coisa do bouquet
Essa mistura
Leveza do céu vinda do olhar
Intensidade do solo dos lábios rasgados de prazer
O que me faz relembrar
Não é saudade,
Não é a idade,
Não é nada das paisagens
Não é nada de coisa alguma que não seja esse íntimo do ser
Que quer ser tocado, amado,
Saber que tudo que se fale
Tudo que se cale
É só uma parte, piscar de ironia
Sorrindo pro mundo
Dançar rosto colado, sentindo o respirar
Do ser amado tão sério e tão vagabundo
O ar não é mesmo leve, pra que fazer do encontro algo pesado
Difícil de respirar?
Melhor estendidas toalhas, a gentileza por alimento
Que se coloca um na boca do outro
Fazendo filme
Que se quer reprisar olhos fechados quando não se estiver com quem se ama ao lado
Ser todo linho branco em dia de céu azul
É o melhor que se pode fazer
Tomar vinho cor de suave pecado
Soltar os cabelos, jogar fora os sapatos
Andar livre, feito perfume pelo ar
Que deseja ser sentido
Nessa saudade francesa
Deixar rastros, deixar beijos jogados aos montes
Desperdiçados, fazendo pouco caso
Como se nunca fossem terminar
Passar suave os dedos sobre pelos por horas, por minutos,
Seguir retas e curvas,
Sobrancelhas fazendo cócegas na ponta do nariz
Esse tocar
Esse abrir fechar d’olhos neons dando boas vindas em casa noturna
Quando a madrugada é apenas qualquer estrada que se quer seguir a dois
O amor são meus pés esperando os seus
Pra gente andar por aí
Tropeçar um no outro quando a gente se cansar,
Querer se esticar, subir, trepar no alto do mundo
Pra ver até aonde se pode ir, até aonde se consegue chegar...
Ah, essa saudade francesa,
Não me deixa dormir, não me deixa, não me deixa parar de pensar em você...
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Pauline - Je m'en vais
https://www.youtube.com/watch?v=fcAw_eSRg7o
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domingo, 26 de outubro de 2014

OS CÉUS ACOMPANHAM A TODOS


OS CÉUS ACOMPANHAM A TODOS
por: Nilton Bustamante (em desdobramento da alma)
Destaco-me do meu corpo carnal e sou levado a um lugar muito, muito distante.
O inóspito se faz presente.
Sei que algo muito grave aconteceu. Dá para sentir no ar. Grave agressão contra a essência da vida.
Uma força me faz andar, seguir em frente por aquelas paragens. O terreno é difícil, pedregoso.
Vejo uma elevação à esquerda. Homens se movimentam, me observam e somem.
Na sequência, um grupo vem em minha direção. Noto suas roupas e o aspecto físico lembram aqueles agrupamentos sociais nômades da Mongólia. Mas, algo me diz que não são mongóis. Sinto fortemente o psiquismo deles... E não é nada agradável. Vejo-os envolvidos com o consumo e a produção de drogas. Passam por mim desconfiados, com medo que eu descubra algo.
Mantenho-me na mesma direção, sempre andando.
Um segundo grupo, logo aparece e vem da mesma forma em minha direção. São de outra etnia. As vestimentas já são diferentes. São bem trabalhadas. Dá para se notar um padrão social mais elitizado. Sinto que devo fazer uma reverência. Inclino minha cabeça à moda dos orientais. O chefe desse grupo, que vinha à frente, vira o rosto para outro lado, querendo demonstrar todo o repúdio que sentia com a minha presença. Passam por mim e se vão.
E não muito distante, o terceiro grupo. Este maior.
As pessoas são completamente diferentes das anteriores. Percebo uma certa simplicidade neles. O que vem à frente, em claro destaque hierárquico, para diante de mim. Faço reverência com a cabeça. E o homem de pronto emite um pensamento em forte vibração, quase que um grito com uma certa angústia, querendo se explicar: “você pode falar em japonês que também iremos entender. Não temos culpa alguma do grave ocorrido!”
Sem eu ser juiz de nada nem de ninguém, percebo sinceridade e a verdade no que emitia aquele homem.
E sem dar tempo de entender tudo aquilo, em um impulso de alma, emito um pensamento tranquilizador ao meu interlocutor:
“Os meus olhos veem o que vocês fazem. Vejo a gratidão do ar; vejo a gratidão da terra; vejo a gratidão das águas; vejo a gratidão dos céus!”
E diante da admiração e alívio no íntimo deste grupo, continuo:
“Os meus olhos veem com alegria a presença de vocês, o meu coração sente alegria em abraçar a amizade de todos vocês!”
Neste exato momento, sou trazido como um raio, volto para o meu corpo físico. E alguém que me acompanhava de forma invisível, me emana: “esses irmãos são originários da Manchúria. Eles precisavam ter esse contato, confirmando que estão no caminho certo e que têm a gratidão dos céus! E é muito importante mantê-los naquela região para servir de exemplo, bom exemplo aos demais!”
Algo da paz toma conta de mim e a gratidão por eu ser convocado a servir de alguma forma para os instrutores dos bons propósitos.
,,,
Em tempo:
(Despertado, corro ao computador, e vou pesquisar sobre a Manchúria, e fico sabendo que esse povo foi duramente invadido pelos japoneses em tempos de guerra. Entendo, assim, porque aquele homem me dissera que eu poderia falar em japonês que entenderiam).
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Manchurian Song & Script [Hargaxame wecere alin]
https://www.youtube.com/watch?v=Jgy-1dnRqmQ
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

GÊNIOS E POMBOS

GÊNIOS E POMBOS
Autor: Nilton Bustamante

Quantos desses gênios, pelas ruas,
lançam em transe à própria morte a arte para nós,
como se jogassem milhos aos pombos...

E, nós, homens-pombos, com sorte,
levaremos no bico a magia que nos fará voar...






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Estas Tonne - guitarrista Ucraniano
https://www.facebook.com/video.php?v=736503683056882&set=vb.102313626475894&type=2&theater



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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A LUTA PELO PODER

A LUTA PELO PODER
Autor: Nilton Bustamante 


Quando se buscar pela política, ou pelos meandros das atividades sociais qualquer intenção, mesmo que pelas formas legais, mas que no fundo há uma busca desesperada pelo poder, na essência o projeto da proposta já veio natimorto, fracassado. Ainda que se possa ter certos lampejos de tempo em possuir o poder ao alcance das mãos, cairá por si, não se sustentará. A história nos mostra.

Buscar a “luta de classes”, nos parece um equívoco, quando, a nosso ver, seria melhor, muito melhor, a busca pelo “encontro das classes”. A união faz a força!
("luta de classes", leia-se "lutas de homens")


Todos podem contribuir com seus conhecimentos, experiências, e vocações para um bem, para que a sociedade possa ter melhor acesso ao comum, ao bem maior para todos. Todos ganhariam; pois todos são complementos da grande engrenagem.

Na atual visão que prevalece é a desunião, a torcida contra, a guerrilha das rancorosas informações e imposição de suas particulares verdades e as receitas que se oferece por aí e que não se usa para si. 

Enquanto nos matamos uns aos outros feito peões, a história também nos mostra o que fazem nesse jogo o bispo, o cavalo, a torre, a rainha e o rei.

Os motivos, sejam quais forem, que os antagônicos ainda praticam entre si, somente trazem controvérsias e tímidas distensões... Mas, serão cada vez mais insignificantes quando tomarmos uma atitude madura e de corajosa abrangência em deixar para trás as próprias bandeiras, para empunharmos uma única da construção de uma nação e sociedade sem a doença paranoica da busca do poder temporário, para escusos benefícios, ou simplesmente para mostrar que sua opinião é a que prevaleceu...

Mas, se o homem continuar na idade da pedra de sua evolução e ficar atirando pedras e paus em tudo que não fizer companhia que beneficiem suas vontades e ideais, aí continuará ou piorará a situação atual. Empobrecimento.

As instituições devem ser fortalecidas! Assim as leis serão cumpridas!

Poderemos ser confundidos com “escoteiros”, “ingênuos”, ou que não conhecemos os “demônios do mundo”, mas mesmo assim queremos realçar que o homem é o centro de tudo. A vida é o bem maior. 

Se trabalharmos com amor para valorização dessa formação de valores, tomarmos atitudes afins respiraremos outros ares nunca dantes em nossas almas.

O amor e boa vontade, ainda que nada ou quase nada sabemos dessas vertentes dos novos tempos, farão a história da humanidade, e marcharão com os homens, sem homens e apesar dos homens.

Que Deus continue olhando por todos nós!
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

REENCONTRO COM A SAUDADES (em desdobramento da alma)



REENCONTRO COM A SAUDADE
Por Nilton Bustamante (em desdobramento da alma)

Estou eu andando por uma rua qualquer... Deparo-me com um grande amigo. Ele era um dos sócios-fundadores do Lions Clube de São Paulo-Lapa, muito atuante por quase cinquenta anos em favor das causas sociais . Tive a felicidade em conviver com esse “Companheiro Leão” nas atividades desse clube de serviços por mais de uma década.

Vejo que ele vem acompanhado por um homem, sério, cônscio, auxiliando-o em ampara-lo a cada passo dado com muita dificuldade... Esse meu amigo, Hugo Mariotti, me vê alegra-se e vem em minha direção. Nós nos abraçamos com uma enorme, gigantesca, dose de carinho e amizade. Sinto-o dentro do meu peito como poucas vezes senti alguém em abraços de companheirismo. Beijo-lhe a testa, carinhosamente.

Nisso me é mostrado alguém vindo. É uma mulher. De forma despreocupada, sigo-a com o olhar e noto que é a Mafalda, a mulher de Hugo. Ele se agita e no calor da emoção em seu semblante escorre quentes lágrimas. Sem conseguir dizer nenhuma sílaba, vê sua mulher atravessar a rua e seguir por outro lado em outro rumo. Ela não nos viu...

Em meu íntimo, chego a pensar que ela está desencarnada. Mas ao deixar habitar em mim essa ideia, levo tremendo choque de realidade. Tudo vem claramente. Quem está desencarnado é esse meu amigo, Hugo, e está com um auxiliar da Espiritualidade que lhe trouxera a este planeta na dimensão material para ver com os próprios olhos a sua querida e amada mulher Mafalda. Que ela está bem, e que ele não deveria se preocupar...

E no instante imediato, tomei consciência de mim mesmo, que eu estava em “desdobramento da alma” e eu, sendo um ser encarnado, fui “convocado” para emprestar minha energia anímica para esse encontro, esse momento de trabalho e ação organizado pela Espiritualidade consoladora. Aproveitaram a nossa ligação de almas, de amizade. À esse meu irmão, sempre lhe acompanhou um perfil psicológico possuidor de extrema emotividade. E, em sua jornada na Pátria Espiritual, ele estava até esse momento desequilibrado pela saudade, por isso promoveram esse reencontro. Após atender a uma orientação que eu deveria voltar ao meu corpo físico, aconteceu em piscar de olhos.




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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

UMA HORA DESTAS TE DIGO


UMA HORA DESTAS TE DIGO
Autor: Nilton Bustamante



Menina, deste musgo que acompanha estas corredeiras, deste verde que enfeitam os caminhos das águas geladas que queimam a alma, que deixam o corpo querendo, esta vontade, esta necessidade que perdeu a calma, o controle, que deixa o queixo caído, a boca aberta esperando o beijo que vem de longe em doce voo querendo pousar...

Menina, este teu sentar, estas calças largas azuis feito céu, sobre a grama, eu me imagino no mesmo lugar, da mesma forma, sentado, e uma hora destas te digo quem está no colo de quem...

Menina, tu abrigas estas flores nos cabelos de mulher, este sorriso pelos cantos dos lábios, estas escondidas vontades em teus seios empinados que me ameaçam e eu levanto os braços e te abraço, pois sei que de menina tu tens muito da inocência, estes olhares à espera de melhores amanhãs, mas que da mulher teu ventre se contrai ao encostar dos dedos se molhando nestas correntezas destas matas que enfeitam os caminhos por onde devo chegar e me perder...

Menina, abre de vez este céu de sorrisos e feche teus olhos, que nossas almas já estão verdes e azuis...




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Yann Tiersen
http://www.youtube.com/watch?v=XBHCgWumfRg

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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

TEMPO VADIO




TEMPO VADIO
Autor: Nilton Bustamante

Qual é a pressa se a pressa pode esperar a manhã chegar
Se podemos desfilar sobre as roupas pelo chão
Passarela
Que nos leva feito passarinhos ao nosso ninho de amor

Essa coisa gostosa pelo ar
Esse perfume de corpos no cio
Que queimam feito pavios
Em explosões de vontades contidas por tanto tempo vadio

Sem nada por fazer
Sem nada que faça chegar o abraço ao fechar dos olhos
Suspirar mais uma saudade
Dos toques que se lançam pelos olhares antes dos corpos chegarem
Somos águas que escorrem
E encharcam as palavras poemas, poesias que nos deixam alegres e tristes
Assim como as cartas
Escritas com a ponta do coração que nos deixam aos pedaços, aos suspiros
Ser tatuagem em quem se quer marcar o para sempre,
O eterno momento
Fotografias livres e prisioneiras de um conto, uma história de amor
Que fizemos pra nós dois...

Quem sabe estaremos
Em algum livro, do alto da estante
Para futuros amantes
Se mirarem neste amor que um dia
Você deu pra mim, e eu pra você

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CAVERNA ESCURA



CAVERNA ESCURA
por Nilton Bustamante

Seguimos pelos dias às vezes sem perguntar nada ao nosso coração, pois temos receio de ficar sem resposta, medo do silêncio que poderá vir depois das questões.

Seguimos sem saber do nosso tamanho, do nosso significado, e imaginamo-nos formigas dando trombadas umas às outras nas calçadas diante dos imensos arranha-céus.

Muitos foram os “não” pelo longo do caminho, muitas foram as falas que nos desencorajaram aos nossos melhores planos de jornada, muitos “isso não é possível” entraram em nossos ouvidos, como se fossem soldados marchando, disciplinados, em dias patrióticos.

Nos acostumamos tanto com a ideia do “não sermos capazes” ou “isso vai ser sempre assim” que nossos pés se prenderam no chão, chumbados pelo materialismo do não, que as possibilidades da alma, do espírito, da energia vital, pesaram e ficaram esquecidas nas gavetas do nosso íntimo prendendo nossos sonhos de vida melhor.

Mas, é dado ao homem a SEMELHANÇA DO CRIADOR, e o universo e muito mais está em cada um de nós. Sem ufanismos, ou vaidade que nos pesaria e nos penderia à fatalidade da queda, no entanto, com serenidade da consciência da existência dos instrumentos das possibilidades que possuímos podemos realizar obras extraordinárias aos olhos dos homens, e que são apenas a condução da divindade aos olhos pousados nas esferas maiores, superiores, mais elevadas... nada que abale a simplicidade dos mecanismos da divina engenharia que conduz a vida.

Um exemplo disso, expressão em forma de acontecimento, na prática, para entendermos melhor, é quando somos chamados por uma força, uma vontade de orar em nosso favor e em favor do mundo, e logo vem aqueles ecos do “não” que tentam nos habitar e nos paralisar com a pergunta:
“o que uma simples oração em favor do mundo poderá resultar, o que modificará de melhor em tudo que já está acontecendo nesse mundo desajustado? “

− outra vez, a ideia da formiga diante dos arranha-céus −.

E, para nossa felicidade, alguém nos assopra que um dia Jesus Cristo disse: “Vós são deuses” – e ainda − “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas...”

E a mesma voz, em socorro, complementa:
Havia uma caverna, com um negrume, escuridão absoluta em seu interior, há mais de 200 mil anos, o imutável permanecia imperando. Depois desse tempo todo, um homem, um desses que havia passado da época em que acreditava que era uma formiguinha, decidiu adentrar nessa caverna e orou em favor dela. Aquela prece, aquela vibração, faísca saindo do íntimo do seu coração, foi um acontecimento, imenso e triunfal acontecimento. A caverna não se iluminou por completo, longe disso, mas já não era mais a mesma. Antes era uma caverna com a escuridão absoluta de 200 mil anos, depois desse marco, desse ato do coração ampliado ao discernimento do bem tornou-se, feito mágica, uma caverna com a escuridão em companhia de uma fagulha de luz. E isso tornava-lhe completamente diferente. Outra coisa. Tornou-se assim nesse momento histórico, o antes e o depois. Passou a haver uma vibração de luz e bem-querer se manifestando no íntimo daquela estrutura milenar, ainda que faísca, fagulha que fosse.

E assim acontece quando imaginamos a humanidade como uma grande caverna escura, em uma gigante treva, e mesmo sem sabermos do tamanho dessa escuridão, mesmo sem conseguirmos medir o tamanho dessa noite escura, ao orarmos com confiança, com um sentimento bom, com o sentimento de algo melhor, transformador, ao nos dirigirmos à humanidade nossa prece sincera, algo acontece de extraordinária beleza: a humanidade, apesar da situação em que se encontra, não será mais a mesma, terá agora a companhia de uma expressão de luz, de amor.

Quando a escuridão se apresenta, por falta de uma melhor visão, achamos que ela é imensa; mas, pode ser muito menos, muito menor com a companhia de um ato de paz e de amor!


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Rick Wakeman - Journey to the Centre of the Earth
https://www.youtube.com/watch?v=T9lKYyytc_I

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