sexta-feira, 14 de agosto de 2015

APÓS O FILME “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS”


APÓS O FILME “A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS”
Autor: Nilton Bustamante
Inquebrantável coração
Saiba que a catedral de cristal precisa de seu balanço
Do seu sinal vital
Que os porões estão rasos para as bombas que voam
Os sonhos estão gametas, estão pequenos planetas
Em torno da corrida sideral
Que se alongam nas veias, nos dutos, condutos livres
Seguindo as trombetas
Clamando as certezas que vêm das alturas
O livro que se pinta de branco a cada vez que o galo canta
São os encantos que a magia não consegue esquecer
Nem da lua nem do sol nem de ninguém
Nem do crime
Nem da estrela anunciando a direção e o amor
A quem ainda procura
Olhos em outros
procurando a loucura no mundo até onde se pode ir,
Rindo da usura que a vida cobra cada vez seus adicionais
Parecendo tudo um filme,
Dessas histórias que não se sabe até quanto
Até quando, as reprises de abrir e fechar de olhos
Dizer como vai, dizer até logo mais
Sem saber se é tudo verdade, ou tudo mentira
E não conseguir beijar a boca que conta histórias amargas
Não conseguir o que não seja suave, doce
Precisar fechar os olhos e rezar alguma poesia
Dos apaixonados pela vida
Os que acreditam
Que ainda se buscam em cristais em forma de catedrais
Nada pior que o gelo do coração que se abandonou
E se esqueceu o motivo de se balançar
De ao menos brincar pela vida
E nada mais
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The Book Thief | Soundtrack Suite (John Williams): finale
https://www.youtube.com/watch?v=bmWdorNtnAA
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sábado, 8 de agosto de 2015

CIDADE POESIA


CIDADE POESIA 
Autor: Nilton Bustamante 

eu não me importo, 
é como estar sem relógio mas olhar para o céu 
e saber do claro e do escuro
seguir ou ficar

não há pressa que não caiba o tempo de ouvir
o próprio coração
o que for das estrelas,
ou outra opinião

estou me desconstruindo
sabendo aos poucos
o que eu sinto
castigo
ou ilusão

estou me despedindo
de tudo que é pedra
de tudo que cerca e não diz o que quer
estou me seguindo
estou atrás dos rastros que minha alma
deixou
para quando eu ouvisse qual música tocar
o próprio coração
se libertar

quero outras necessidades
não essas que já vêm com endereço e identidade
quero sentir outras brisas, os olhares dos bichos
me fazendo amizade
sem precisar de caras e bocas
sem luzes
sem sapatos
apenas o nu
o nu de mim mesmo
fazendo a minha própria dança
a minha própria aldeia
e um céu inteiro
para pegar a ponta e se cobrir
fazer sombra, ou se agasalhar

estou virando raiz
que não se prende, que não fica no rumo procurando alimento e água
estou virando semente pra seguir nos bicos dos pássaros

cidade poesia
seja minha morada, me prenda com a liberdade dos versos seus

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comptine d'un autre été - Yann Tiersen
https://www.youtube.com/watch?v=NvryolGa19A

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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Sem Laiá-laiá-laiá...


Sem laiá-laiá-laiá...
Autor: Nilton Bustamante

A gente sabe bem, todo mundo sabe também
Quando falta letra a música vem de
Laiá-laiá-laiá

Meu bem, não podemos ficar assim
Laiá-laiá-laiá
Podemos, sim, devemos ficar dentro dos nossos olhares
Passeando, viajando tudo que desejamos sentir

Mesmo que o silêncio seja nossa música,
Mas as mensagens serão tocadas, sentidas, serão ouvidas
Pelos ventos que hão de nos lembrar
Que ainda há tempo, tempo de amar

Não podemos mais ser esse disco preto girando girando
Sem sair do lugar
Não querendo entrar no novo
Girando um mundo antigo, histórias cansadas
Sem brilho sem cor
Sonhos desbotados
Corações mudos, esquecidos
De afetos, sofridos de solidão, sem saber as letras das canções

Ah, meu amor, hoje há um novo mar que vem em ondas
Que trazem mensagens de longe longe

Ah, meu amor, melhor sermos noites em dias de sol
Querendo se abraçar
Querendo guardar segredos um dentro do outro
Para não se perder
Nesse vai e vem
O que temos de melhor

O que mais quero é amanhecer o dia cantando
Só pra amanhecer
Coisas de amor, somente pra te fazer feliz, só pra te fazer feliz
Sem laiá-laiá-laiá...