domingo, 16 de julho de 2017

UM POUCO DE NÓS DOIS


UM POUCO DE NÓS DOIS

Autor: Nilton Bustamante
Pisando de botas e sapatos dentro do mar
Sem se importar com a roupa
Sem se importar com a respiração saindo pela boca
Se olhar
Enquanto as ondas se afastam, enquanto as ondas abraçam
O beijo lançado para todo o sempre
Como quem risca a areia um poema
Nada mais podendo desfazer, alterar
Nem as águas nem os ventos
Passando o que se tem que passar...
Sentados no sofá, sua cabeça em meu ombro se escorando
Deixando o sono levar qualquer preocupação
Qualquer opinião
Tudo quieto, silêncio do momento
Apenas o murmurar dos pensamentos que ficaram rondando
Para nos acordar pela manhã
Temos um pouco de tempo da eternidade
Pode dormir, meu amor
O dia logo vai clarear
.
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terça-feira, 11 de julho de 2017

NO OLHAR

NO OLHAR
Autor: Nilton Bustamante
chegando a madrugada
diante dos olhos que nada veem 
somente estrelas
sentindo as mãos
o que deveria despertar
sorrindo
a entender que poderia
ser algo mais que o próprio olhar
chegando mansa
diante das estrelas que vieram soltas
delicadas
o que não se deveria deixar pra depois
e eu que te queria
e hoje perdido
a disfarçar
fecho meus olhos feito madrugada
amanhecendo essa vontade
de amar
apenas madrugada
dessas que se lançam para toda vida
fazendo acreditar
que tudo ficou perdido, perdido no olhar
pra nunca mais se perder
apenas fechar os olhos
e encontrar as mesmas estrelas, a mesma madrugada
e o beijo que ficou no ar
...
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segunda-feira, 3 de julho de 2017

POETA POR UM DIA

POETA POR UM DIA
      Nilton Bustamante

Ah, felicidade, ser poeta por um dia
Mesmo não saber, mesmo sem entender
Sentir essa força, essa chama que queima doce, macio
Esse acreditar
Molhar as mãos no frio do barro
Sentir a magia,
Transformar em vida
Dar luz ao que já foi escondido
Sempre invisível aos olhos ateus

Ah, sentir poesia
Voar pontas de dedos tocando estrelas
Tingindo novos arcos-íris,
Derramando suavidade, mel
Abrindo o coração alado a novo sonho
Asas de fantasias em céus do amor

E se puderes, não caias
Nestas valas de línguas de pedra
É que o vale dos amargos e tristes

Somente solidão
Esqueceram-se do milagre do encontro
Do solo e da flor,
nas mãos que tateiam suspiros tardios



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outra inspiração...

DIANTE DO ESPANTO
autor: Nilton Bustamante

Ah, molhar as mãos no frio do barro
Sentir a magia
Transformar em vida
Dar luz a esta alegria de viver

Ah, esta alegria de existir
Que fica sempre invisível aos olhos ateus
Que se espreitam nas sombras da morte
Amargando aos indecisos corações

Vivamos nós a plenitude do solo que recebe a flor
E se puderes, não caias
Nestas valas de línguas de pedra
É que o vale dos amargos é sempre egoísta e triste

Mesmos que os suspiros venham tardios,
Inspire tua alma com o ar da vida e chore,
Mas que o choro seja de espanto diante da beleza

Do milagre, do divino sopro que nos traz eternidade

EU QUERIA TENTAR

EU QUERIA TENTAR
     Nilton Bustamante

Eu queria lembrar de minha voz
Como seriam as coisas se eu dissesse que poderia sonhar
Confiando em meu espaço
Seguindo conhecendo os riscos pelo chão
Mas, eu queria tentar
Mas, eu queria tentar
Seguindo o que vai no coração
Não posso desistir sem tentar
Esse é o momento
De minha sorte dessa vez será melhor
Eu sinto do mesmo jeito de quando conheci
Algo vindo pelo ar, chamando atenção
O mesmo céu está no meu caminho
Vou procurar meu lugar
Não posso desistir sem tentar
Não quero me acostumar
Com a vida sem amor

eu sei que tudo será diferente
Eu sei que vou encontrar eu mesmo pelo caminho


Mas, eu queria tentar
Mas, eu queria tentar