segunda-feira, 28 de novembro de 2016

DESCONHECIDO


DESCONHECIDO
Autor: Nilton Bustamante
Rápido, muito rápido, eternamente rápido,
Essa busca, frenesi.
Rápido, muito rápido,
Essas noites que buscam novas manhãs.

Tempo que se desfaz,
Vira fumaça, vira pó,
E os pensamentos tecem em formas e lãs
Mais uma peça, algo pra se vestir, se cobrir
Pro nu esquecer-se do frio
De não saber
Nem quando, nem os porquês.

Somos crianças brincando de adultos,
Imitamos todos os filmes,
Todas as cenas sabemos de cor.
Cada dia, cada noite,
As pegadas são deixadas
Para que o vazio não nos amedronte mais.

Somos coração que se aventura,
Mergulhando no desconhecido de nós mesmos...

O abismo é o infinito que não existe,
Que deixa de ser, deixa rasa toda e qualquer profundidade
Ao abraçar-se com as asas que descobre o voo.
Quem sabe, esse alguém que somos nós,
Um dia, a se encontrar, em uma nova manhã,
Satisfaça o medo e os receios todos,
Abra as janelas,
Acene pro mundo,
Que do longo sono despertou a consciência,
E o amor.







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Valentina Igoshina -"Fantasie Impromptu" (Chopin) .
https://www.youtube.com/watch?v=B-HosIOod_A

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sábado, 26 de novembro de 2016

ATRAVESSANDO OS TEMPOS


ATRAVESSANDO OS TEMPOS
Autor: Nilton Bustamante

Meu amor,
essas fotos brindando à vida não mostram tudo! Deixam os pulsares dos corações, os receios chorados sob os travesseiros; não, não mostram quando as mãos trêmulas pareciam acenar o adeus. Quando a noite se estendia, e deixava muito longe cada manhã.

Em algum lugar uma vez mais nossos reencontros. As forças dos mares e das marés. Essa vontade de amar; sim, esse suspirar que a vida vale sempre a pena ao lado de quem se ama. O querer é mais e maior que as contramãos e as indecisões; mais e maior que todas as negações. Quando tudo parece ser um tenebroso não, algo se faz forte em nós, vem feito pássaro de fogo trazendo a esperança do sim! Sim à vida!, sim ao reencontro!, sim às construções das inspirações!, sim ao amor!

Uma vida é pouco, muito pouco, para uma história que vem de longe; a amizade acariciando a alma, desfazendo o que se faz esconderijo para nos mostrar um ao outro como se deve ser, sem pudor, sem rancor, sem que o brilho do olhar se perca, sem que a consciência se acostume a se enganar.

Meu amor,
eu sei, este mundo pode ser até a terra dos mil contos, de descuidadas ilusões, ficar-se adormecido quando a vida nos chama com o seu sol para vivenciarmos também outra realidade, outras possibilidades. Algo mais belo, repleto de luz. Ficamos receosos em dar um passo qualquer em terreno desconhecido. A plenitude da entrega, é coisa nova ainda para nós.

Demo-nos as mãos e fomos atravessando outros cenários, e fomos atravessando os tempos, descobrindo nós dois nas atmosferas do real e do imaginário. E chegamos até aqui torcendo um pelo outro o melhor, seja o que for, sempre o melhor, porto em porto, encontros e despedidas, com a certeza de que a distância é algo que o homem inventou; e o amor, o beijo que encurta para perto o que das almas se distanciou.

Espero você nesse fim de semana; pois a nossa jornada é ainda de muitos beijos, encurtar distâncias dos corações, fazer festa, escrever história de amor, fazer o encontro de tudo quanto de nossas almas por você e por mim, um dia se apaixonou.



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Barbra Streisand - Somewhere
https://www.youtube.com/watch?v=cAu3a7CMA84



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DESCALÇOS


DESCALÇOS
Autor: Nilton Bustamante

Pisar descalços sobre o que não machuca os pés. Sem se preocupar com nada. Tanto que é mesmo uma aventura essa delícia de liberdade sob os pés; fossem nuvens, fossem uma imagem que marcou de longa data ou de instantes, quando o abraço é lançado buscando a quem se ama, a quem se declama a poesia mais sentida, mais imaginada magia de amor.

Quando o coração deixa ser de menino, menina, homem, mulher, e extrapola o que foi estrela flamejante e repousa em pista de pouso do olhar trazendo para dentro da alma um mundo novo, sempre novo, como se nascesse um brilho no profundo dos céus e o mundo parasse para assistir essa dádiva, esse encanto, marcado entre dois universos e uma esquina.


Essa emoção, esse apelo pelo o que há de mais sagrado em nosso ser profano, esse tocar de destinos que se constroem correndo todos os riscos, até mesmo o risco mais lindo: ser feliz!