domingo, 27 de maio de 2012


TAKE OVER ME
Autor: Nilton Bustamante

Take over me,
Porque não estou sabendo subir a montanha,
Os caminhos são muitos e estou confuso,
Não sei apertar o botão,
Quero mais uma chance,
Você pode me ouvir?

Tenho  falado sozinho, comigo mesmo tenho ficado
O tempo todo e já sei de cor as perguntas
E minhas respostas já não me satisfazem mais,
Você pode me ouvir?

Falamos os mesmos “oi” e os mesmos “byebye”,
O nosso "papo" está decorado e curto
Já não satisfaz, você não vê? Temos receio
De sair do roteiro, do script,
Ouça, ouça o que eu canto agora...

Take over me,
Vamos nos olhar de frente, colar as pontas do nariz
Um no outro, ir no profundo dos abismos,
No céu dos céus e pular, e voar sem medo,
Precisamos nos salvar
Enquanto há tempo...

Jogo fora os relógios mas o tempo não para,
Chegam os dias, vão-se as noites,
Me cortam feito açoites, deixam marca
E eu não consigo ir em frente sem você...

Take over me!
Take over me!
Eu preciso de você, eu preciso, preciso...

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http://www.youtube.com/watch?v=j4babjH3QF8



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sábado, 26 de maio de 2012


POR AMOR

  Autor: Nilton Bustamante

Hoje os dias são fotografias
Lembram estradas
Tudo o que havia, tudo que passou


Olhares deixando saudades
Tudo que se abraçou, tudo que se desejou
Esse aperto vindo de longe
Beijos que lançamos pro futuro
Agora alcançam nós dois

Pontes enfeitadas sobre correntezas
O que o seu coração no meu desenhou
O que poderíamos mais?
O que aguentaríamos mais?
Essa vontade de habitar a porção mais profunda
A minha e a sua...

Por amor,
Conseguimos entregar pro mundo
Essa parte mais bonita
Essa parte mais sentida de nós dois





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Per Amore – Zizi Possi
http://www.youtube.com/watch?v=D8rMlvrFhgo&




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segunda-feira, 21 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012


PLANETA DOS EQUILIBRISTAS
 autor: Nilton Bustamante

Quando por algum descuido o que deveria ser equilíbrio da opinião, o equilíbrio do sentimento e da razão se estatelarem desmoronando em distúrbios, o silêncio vem quando deveria ser ao menos por convicção, ou quando o choro das palavras chegam com pedras nas mãos não deixando nada intacto, nada para ser apreciado, nada que possa de bom ser lembrado, quando a indiferença não quer saber do outro e nem de ninguém, às vezes nem de si mesma... Somos nós dessa humanidade no chão.

Quando por algum descuido das relações aviões jogam bombas, quando a agressividade arranha os carros, e a bala perdida encontra qualquer lugar, espalham-se os gélidos bons dias nos elevadores ou diante dos inevitáveis portões... Quando as drogas chegam as almas há tempos encontram-se perdidas em devassidão e aridez, em mil escondidos labirintos... E os olhares já não se encontram mais, os desvios seguem suas angústias, seguem suas cobiças, e as mentiras equilibram-se nas pontas das línguas e os dias tornam-se agulhas espetam o deserto das almas, jorra o vazio...

O que deveria ser delicado, belo, é mais um entusiasmo do beijo que arde e a febre cozinha os miolos, as bocas serão todas; ficar com esse, com essa, mais aquele, mais aquela, numa brincadeira carrossel, mas a febre passa, o que parecia algo corriqueiro, à toa, deixa sequelas, e o vazio jorra mais uma vez, chora-se pelo outro, pela outra, homens e mulheres choram por si, e não mais o alcance de um simples olhar dentro do outro, não mais a confiança do tempo que virá, se será sol, chuva, ou tanto faz...

E as tramas, e as falcatruas dos reis e rainhas em seus imaginários castelos de areia, cenários de seus campos mentais nada serão, nada adiantarão, serão leite fervendo, subindo, subindo, e caindo, caindo apagando o próprio fogo que alimentava a subida... As traças do tempo são vorazes, a Natureza maltratada se refaz por cima dos caídos pelos descuidos. E não adianta gritar, fingir outra vez, maldizer, maltratar, se largar nos penhascos, nem nos abismos, nem pedir piedade, a solidão não é pelos outros imposta, sim pela dó de si mesmo, de si mesma e nada mais.

O equilíbrio do tempo, das horas, dos sentimentos, dos pensamentos, atitudes de cada passo, cada degrau, saber passar pelos vendavais, tormentos, desabamentos coletivos e pessoais, serão os roteiros longos ou passageiros por esse planeta de equilibristas... Será o sentido de tudo e de todos.

Quando por algum descuido o que deveria ser equilíbrio da opinião, o equilíbrio do sentimento e da razão se estatelarem desmoronando em distúrbios, que o silêncio seja ao menos sincera oração, a mesma vibração, sinfonia universal onde tudo termina para logo mais recomeçar.


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sábado, 12 de maio de 2012


PRÓXIMO VOO
 Autor: Nilton Bustamante

Grita, morde,
Desaforo nas pontas dos cascos
Pregadores lançados pelos cantos dos quintais,
Roupas puxadas dos varais
Animais que vão pros currais
Cada palavra é um pedaço de sua mãe, de seu pai
E você não se desfaz, não se desfaz...

Grita, morde,
Desaforo com todos seus avais
Em sua cabeça as razões assinadas pelo seu nome nos jornais
Sentença sai de sua boca, acusa,
Se defende, e o martelo é seu, o tribunal é seu
E você não se desfaz, não se desfaz...

Quando tudo parece ser o fim,
Prisões, cárceres, condenadas razões, o doce molha a boca
Arrumada mesa, sob preocupadas
Toalhas pra cair migalhas, afetos matinais
E você... tanto faz, tanto faz

Do céu ao inferno
Segundos pulando segundos
Nesse jogo de se equilibrar com um só pé,
Destempera o beijo esquecido, amarga o café
E você...
Outros mil passos mais
Continuo acreditando, continuo vendo o seu lado mais bonito
Essa esperança, essa espera do próximo voo que virá...
Do Inferno ao mel
O seu lado belo, o seu lado fera
E você não desapega, não se desfaz
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Macy Gray
https://www.youtube.com/watch?v=Kio4nJILZxE

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CAFÉ TURCO E AMOR
   Autor: Nilton Bustamante

 Um toque de celular, uma música amassando meu coração, como as patas de um gato massageia uma almofada, arranha o tapete, algo bom, que machuca às vezes, mas, que se quer mais um pouco e um pouco mais...

 Entre as ruínas de ruas que não levam a lugar algum, quando não se sabe para onde ir, mirando o café no fogo e a porta pra rua, quieta, parada, oferecendo a oportunidade de se proteger, de se guardar, ou de fugir, escapulir de uma clausura qualquer...

 Entre um amor de dois planetas-corações distanciados pelo além-mar, pelo além-estrelas, que se comunicam pelo mesmo céu, pelo mesmo cinza, pelo mesmo azul, pelo mesmo infinito, que se ligam, que não se sabe se devem rir ou chorar...

 Um toque das lágrimas que se unem, que se agigantam e escorrem com o peso ladeira abaixo, mundos abaixo, brilhando a beleza do sentimento, marcando a tristeza do momento... Um toque de almas, buscam nas construções das adivinhações do que será, do que virá, quando a paz faz fronteira com a guerra, quando o silêncio é membrana de cada palavra, proteção que o coração insiste se abrigar...

 Um toque, dedos apertando as teclas do celular...

 O café fervendo, subindo em mil fervuras, esquecidos pelos olhos de quem poderia saber o tempo certo, e esse amor sem tempo algum transbordando pelo fogão, pela casa toda, escorrendo pelas calçadas, pelas ruas, deixando esse perfume levado pelos ventos, pelos céus cinzas que já foram azuis...

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música maravilhosa...
https://soundcloud.com/luanovaaudio/chico-abreu-e-teco-fuchs-muddy


vídeo curta-metragem: Café Turco 
Filme de Thiago Luciano
Música de Teco Fuchs
"Muddy Lizards" (Chico Abreu & Teco Fuchs) cantado por Rickkie
Mixagem e Sound Design : Ignacio Sodré, Milton Miné, Leo Ramos, Fernando Martinez, Beto Freitas.
Lua Nova
https://www.youtube.com/watch?v=gTAefBNHTQw


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quinta-feira, 10 de maio de 2012



CÉU ROSA E AZUL
Autor: Nilton Bustamante

Sentado em cima da mesa
Cerco as flores com as mãos
Sorrio pro céu, deixo o vento me enganar
Deixo o perfume ir

Asas borboletas, chamam pra si o amor
Feito eu de asas
Em cima da lua
Janela que se abriu, olho fundo como se pudesse o fundo do mar

Na lona, na lama, na rua
Minha casa toda nua, toda noturna
A porta pintada de azul, janela que se abriu
Pras ondas que salgam pegadas
Que faço pelas manhãs
Procurando ouvir o que me diz alguma estrela caída da noite
Que veio, quem sabe, se entregar

A minha busca segue o que se foi com a areia do tempo
Faz-me fingir, respirar uma poesia qualquer tamanho, qualquer sentido,
Algo que faça ser diferente,
Mas eu quero mesmo é o gosto do beijo
Esse gosto sonho de valsa
Transparente céu rosa e azul sobre meus pensamentos,
Que são todos meus tormentos
Lamentos desse mar que ouço e parece que nunca mais vai terminar

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Madredeus: O MAR
http://www.youtube.com/watch?v=1ubhZ_5p-CM
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ESTRELA MARGINAL
Autor: Nilton Bustamante

Sinto esse frio
Tão bom sentir quando se apagam as luzes
Sinto essa sensação
Sendo levado pelas correntezas de estrelas
Pontos pra segurar, pra se salvar
Nesta noite linda, de frio

Ah, sou mesmo passageiro,
Navegante distante pelos escuros
Colocando roupa de capitão, marinheiro, tanto faz
Perdido, qualquer porto, qualquer olhar
Buscando terra, algum sentido, qualquer imaginação,
Qualquer vontade pra seguir

Fico na pista, sigo pelas marginais
Traçando caminhos de ilusão
Ser passageiro, coração que se debate
A vontade de gritar na própria escuridão
Seguindo correntezas, seguindo incertezas
Sem mapas nas mãos

Meu amor, amor perdido
Marginal, palavras deixadas flutuando correntezas pelo caminho
Sigo pulando de pé em pé, achar algum desejo,
Passos de ilusões, o desespero poder abraçar
Escuridão, corpo inteiro...
Dando minha mão pra sua, enquanto o frio
Fizer sentido, nessa noite linda pra se salvar, nesta noite linda, de frio

Sou seu passageiro,
Minha estrela marginal preciso te encontrar

 
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domingo, 6 de maio de 2012


LOUVAÇÃO
Autor: Nilton Bustamante

Sempre querem ouvir as palavras saindo de outras bocas, sempre mais e mais e mais um pouco... Buscam de tal forma e tanto que não ouvem mais o que está sendo dito. Não percebem que nem sempre é possível receber a divisão de todas as atenções que pedem, necessitam, exigem algo ou mesmo algum sinal qualquer mais e mais...

Os universos das buscas, dos pensamentos, dos guetos dos sentimentos cobram, condenam nos bastidores dos jurados, recenseadores dos últimos tempos...

Apagam tudo que pensam, tudo que escrevem, tudo que deixam de falar, tudo que não souberam sentir, tudo que esconderam, e por isso mesmo a fé é esperança, a esperança de ser o doce mais que o amargo pra ter melhor significado, para ter alguma força, alguma transcendência, pra ficar muito além do além de si mesmo, e suportar no peito de carne e osso todos os desgostos de quem se decepciona por fazer sol, ou chover...

O que se espera, o que se separa, o que agrega, o que entrega, já não pode mais nada a não ser... pra carregar a cruz dos pecados das línguas e louvar ao Senhor!

Não é possível agradar a gregos e piscianos, cedo ou tarde, a cobrança, a desgraça da decepção, mas, ainda assim será fermento, crescimento... descobrindo, por fim, o que sai do próprio coração antes ou depois de cada oração que ao outro desenhou na escuridão as formas de sorrisos, as formas de tormentos...

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quinta-feira, 3 de maio de 2012


À PROCURA DO AMOR
Autor: Nilton Bustamante

Ah! Essa procura do amor que despedaça os aventureiros, martiriza, faz sofrer... Mas o amor é bonito, liberta, faz o peso dos olhos presos ao chão ficar sem sentido, tudo fica mais leve, até o sorriso vem sem pedir licença, sem pedir opinião, tudo se transforma, tudo que se acreditou não ser possível deixa de ser cortinas escuras encobrindo o sol. A eternidade começa ser outra dimensão, passa ser começo.

Ah! Esse amor, essa intensidade, essa procura, quem sabe a sorte seja somente supertição, e tudo se mostra que é preciso coragem, firme opinião no prumo da estrela mais bonita. Ser inteiro, sereno, mas, quem sabe seja melhor as tempestades que revolvam o lógico, o singular, o individual? Casablanca como fazer para aí chegar? Não querer ir embora, antes de “sofrer” e provar o delírio da fissão das almas. Explodir atômico, anatômico, germinando felicidade à toa... Ah, esse amor!

Os verdes, os pretos, os castanhos dos olhares; os brancos, os negros, amarelos, vermelhos das peles; os marfins dos dentes; os longos, os curtos, crespos, lisos dos cabelos; as contas que flutuam para cima, para baixo, os nomes e sobrenomes, serão chaveiros pra desfilar? As questões do amor se processam principalmente nos interiores... Pra que vestir o amor com essas roupagens que de nada valem?

Ser múltipla estrela, sem querer saber o tamanho desse céu, ter somente beleza pra dizer, ah, esse amor, essa alegria de voar feito pássaro, quem sabe o ar quente de verão, sentir nas mãos a liberdade de ser mais que rainha e rei, ser além fronteiras, além montanhas e campos, ser outra dimensão, ter uma simples flor para plantar no lugar mais bonito, mesmo sendo sertão, mesmo o chão ser pedaço de torrão, o carinho é sempre mais gentil, sempre maior, a força da certeza de encontrar pelo mesmo caminho, outras procuradas pegadas, quando se busca o amor, esse amor, ah, esse amor!

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FLUTUAÇÃO
Autor: Nilton Bustamante

Sem perceber, paro meu carro na frente de sua casa. E sonhando fico preso na ansiedade de vê-la sair pelo portão, andando em minha direção a um palmo acima do chão com os braços abertos, estendidos e o peito tomado por escaldante emoção. Fico endeusando-a, acompanhando os seus encantos que ora se destacam, ora se escondem...
Frequento, por vezes, os mesmos ambientes, mas só quem sabe é meu coração delirante − confidente. Sigo o trajeto de seu olhar, ouço o balouçar do seu coração na balança-brincadeira, na balança-sem-juízo, na balança-trapézio. Espero que caia – seu coração –  nem desconfia. Penso no heroísmo de servir-lhe na hora certa como rede protetora, pescadora. Quero-o com as janelas abertas para meu amor entrar, invadir, voar, sentir... tocar.
O silêncio é minha música, enquanto espero o próximo momento de vê-la em minha loucura, outra vez vindo em minha direção com os braços abertos, estendidos, o peito tomado por escaldante emoção, andando a um palmo acima do chão... Hoje, ao menos, flutue para mim. Vamos aterrissar nas superfícies cúmplices, enquanto nos beijarmos em cegos voos de amor...

Não tenha receio das alturas. Tudo é magia. Voe, pois, agora, não é mais mistério.

Quero-a, nua, sentada na beira do abismo, com as pernas no Leste e no Oeste deixando à mostra o que em você é entrega. E, eu, ajoelhado diante da realeza, tendo a certeza em ser seguro pela cabeça, pelos cabelos, a beijar-lhe na altura do mundo que mais agradar, na intensidade que mais desejar... E quando não mais aguentar, peça com o sussurro que implora para eu me aventurar em destemida escalada com o coração palpitante e apaixonado me perder...

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les swingle singer - JAZZ SEBASTIEN BACH 3/23 - Aria dalla Suite n°3 in ReM BWV 1068 (1963)
http://www.youtube.com/watch?v=soZwC7eN8TI

quarta-feira, 2 de maio de 2012



PENSANDO EM VOCÊ
Autor: Nilton Bustamante

estrelas
estradas
mesmo número de sílabas, mesmo número de passos,
caminhos que percorro, degraus de escadas,
em um momento "e", outro momento "a",
em um momento "l", outro momento "d", e tudo muda,
como mudam a espera, o ar, a lua e o dia,
só não muda o meu amor...

pés na poeira
pés nos céus
e as palavras se enamoram, os sentidos desfalecem,
e o poeta, algumas vezes homem, algumas vezes pássaro,
mesmo número de passos, mesmo número de voos,
e a poesia se transforma, vira canção...

o coração pulsa, a felicidade se lança,
estrelas, estradas,
outra vez eu pensando em você...

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SER LILÁS
Autor: Nilton Bustamante
 
Ah, campos que se desmancham!
Ah, campos que se desmancham em mim!
Sorte minha ser agora, ser todo, completamente campo,
Completamente lilás
Desmanchando-me pelos ventos,
Pelos horizontes até eu me perder de vista,
Até eu me perder de mim...
 
Ah, campos de lavandas, lava minha'lma!
Que meus olhos precisam tanto, tanto, respeito, intuição,
Que eu preciso dessa magia,
Que eu preciso dessa dança,
Já que me entreguei, já que me extingui para seguir seu perfume,
Seguir suavidade, sem tempo, sem idade,
Pois, para isso mais e tanto, eu me desmanchei pelos seus ventos e cantos...
 
Ah, campos de alfazemas!
Afasta de mim o indesejado,
Quero ser seu mel mais completo, amado, quero ser seu destilado,
Ficar às margens do Mediterrâneo,
E por algum qualquer encanto, a minha alma por um momento eterno, ser completamente lilás...

...
http://www.youtube.com/watch?v=hc4BFoa-bPo&feature=plcp&context=C40c7679VPvjVQa1PpcFNd3-GnK6m38bqy88D4BuVMHEJCnUuuOIg%3D 
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