sábado, 23 de abril de 2011

AO DIVALDO FRANCO


Ao Divaldo Franco
Nilton Bustamante

Tu sabes muito bem, que nestes anos todos, longos anos, de constante trabalho, silencioso trabalho, muitas vezes o corpo pediu descanso mas tua alma se entregava à responsabilidade; sabes muito bem, que por muito que realizares ainda não será tudo; por muito que amares ainda não será o suficiente.

Tu sabes muito bem, que em cada palestra tua, muitos mataram a sede, muitos mataram a fome, muitos mataram a dúvida e a curiosidade, pois o homem ainda ‘mata’; antes o homem em vez de ‘matar’ pudesse ‘atender’ a sede, a fome, a dúvida e a curiosidade, amigas companheiras que fazem-no despertar (o homem) nas horas certas para seus compromissos nas trilhas planetárias.

Ah, Divaldo, quantas vezes tu, do alto das tribunas, dos púlpitos, do alto da súplicas, humildemente vislumbrava legiões de irmãos de esbugalhados olhos, olhares ao longe de tantas vidas passadas uma a uma sofrida em cada encruzilhada mal decidida; e tu não te impressionavas, ficavas mais ainda entregue a eloqüência das palavras tecidas, alinhavadas, emolduradas com cores brilhantes do Amor, com a maior nitidez possível para que todos pudessem ‘ver’, para que todos pudessem saber, para que todos pudessem receber um pouco mais e cada vez mais. Quantos quadros mentais que estavam estacionados em sombrias criações foram nestes momentos despertados e inspirados a salutares pensamentos elevando os corações para mais perto de Deus?

Nas mesmas trilhas que o trabalhador persegue, nas mesmas riscas do plantio do semeador vem a beleza do tempo que trará na época certa, esperada germinação, o florir e os frutos, doces e suculentos frutos. Mas, apesar do esforço o trabalhador receberá as visitas de mil bocas tortas pelos vícios das críticas fáceis daqueles que nada fazem e nem atendem às chamadas ao bom labor. Reclamam para mudar o foco, tiram de cima de si quaisquer questionamentos, chamam assim atenção sobre "o outro", pois acham que tudo sabem e nada precisam fazer a não ser dispararem as farpas contra o semeador que não jogara direito todas as sementes na linha do plantio e por isso terão dificuldades na comunhão do solo... Mas aos olhos do trabalhador de boa-vontade que busca plantar sempre os melhores sentimentos e colher as melhores atitudes,  esses irmãos das críticas fáceis são verdadeiros despertadores e sentinelas que estimulam - sem saber - a necessária vigilância para o bom andamento do trabalho nas trilhas planetárias.

Ah, Divaldo, meu irmão, não te iludas, que alguns ainda criticam a forma, ainda preocupam-se somente com a apresentação, antes ficassem esses últimos entregues ao que se vai no íntimo da força da semente, essa força extraordinária que ensina, que rompe obstáculos, as dificuldades, segue na certeza da necessidade em se conciliar mais profundamente o que se vai abaixo do solo, compreender e conviver nessas partes do mundo, nutrir-se para ter força, coragem, entendimento e elevar-se para abraçar o sol, e envolver-se de luz.

Toda semente, mesmo àquelas caídas ao lado do risco reto, beijam o solo, abraçam a terra, terão também suas comunhões, assim, como os despertadores em suas companheiras opiniões.

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Divaldo Franco
http://www.youtube.com/watch?v=DxZew_A2jsQ&

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