segunda-feira, 19 de junho de 2017

REDENÇÃO


REDENÇÃO
Nilton Bustamante, por desdobramento de alma (junho 17, 2017)
Direto ao assunto, na noite passada, ao adormecer, fui levado pela Espiritualidade para um lugar muito difícil, poderíamos qualifica-lo de limbo conforme nos descreve os Espíritos em literaturas espíritas.
Mostraram-me o que acontece quando um país, uma cidade, uma localidade, seja o que for do agrupamento humano ao se desestruturar moralmente. Pouco a pouco, desmoronam-se todas as suas peculiares estruturas. Eis o quadro: a moradia não vem, a atividade econômica termina falindo, fica aos pedaços, a educação é deixada para trás, a desordem social desagrega valores humanos, a vida fica sem valor algum, o emprego torna-se apenas uma teoria longínqua... E o caos é destruição, nada mais que isso, ou pior que isso, é a falência do homem em todos os sentidos. Isso acontece na vida dos homens encarnados, na vida terrestre, bem como na vida espiritual.
− Vimos, pelos noticiários, por causa da corrupção, o desalento em que se vive muitos agrupamentos sociais, muitos povos em muitas cidades e países. A corrupção acontece por causa da baixa moral em que deixamos nos levar, desvio de conduta, sucumbimento por costumes seculares, atrasados, egoístas... −
Pois bem, espiritualmente, por onde eu andava juntamente com alguns irmãos da Espiritualidade (eu não os via, mas os sentia e os ouvia mentalmente), era lugar feio, muito feio, depredado ao extremo.
Notava-se que, no passado, fora uma pequena cidade formada por uma grande empresa que faliu, com prédios, casas, edificações, que, agora, tornara-se um grande esqueleto, com seus “ossos” caídos por todos os lados... Tijolos largados por todos os lados, portas saqueadas, janelas levadas por mãos desventuradas, um grande famigerado hecatombe humana. E as pessoas foram se apresentando pelo caminho. Parecia ser um gueto, reminiscência de sobreviventes. Eu os olhava atentamente, e aos poucos foram se mostrando. A aparência nada confiável. Honestamente, colocavam-me receios. Andavam de maneira sinistra, esgueiravam-se pelos cantos, até, confiantes, tomarem conta das ruas, das vielas, de todos os cantos possíveis.
Via que, quando alguém passava, mais desatento, grupos rodeavam o incauto e cobravam qualquer coisa de valor para dar passagem...
Tentei passar despercebido, em vão. Mostraram-se à minha frente tentando me inibir. Para espanto meu, verifiquei que eram todos meninos, crianças, já com atitudes de quem está à margem da lei. Eram comandados ao longe por adultos. E, naquele lugar, lei, que lei? Eles eram rudes, tentavam me impedir, sobrepunham-se com certa agressividade. Intuíram-me, os Espíritos, para acalmar-me e tentar me “aproximar” deles, lançando sinais de paz e confiança. Com certo esforço, e várias tentativas, percebi que eles foram alterando seus humores e atitudes. Tornaram-se mais calmos. E um deles, o que antes era o mais destemido e agressivo, abriu-se em diálogo mental. Perguntei-lhe o que ele estava sentindo. Onde ele morava. Respondeu-me de maneira tal, tão sentida, tão deprimida, que meu coração balançou pelo impacto da vibração de sua fala mental: “eu moro no chão”. Pensei, o que pode alguém sentir, vivendo no chão.
Esse menino, começou a mostrar-me os arredores, o que era isso e aquilo antes de desmoronarem-se em escombros sem fim. Outras crianças vieram, acompanharam essas andanças.
Pouco a pouco, percebi as ações da Espiritualidade envolvendo todos nós. E a cada momento ficava nítido a leveza vibratória, cada vez maior daquele lugar.
Esses irmãos da Espiritualidade passaram a “conversar” com todos aqueles seres daquele lugar, recolheram em agrupamento os incontáveis irmãozinhos, ainda psicologicamente infantis, e informaram que tudo ali, daquele momento para frente iria mudar. E começaria com a formação de um grupo de escoteiros onde todos eram convidados em participar. Foi uma grande agitação e alegria entre todos. E os irmãos da Espiritualidade concentraram-se para oferecer um nome ao novo grupo. E, bem à minha frente, ao alto, vi plasmar o nome sendo formado: Grupo de Escoteiros __________ (sim, foi assim mesmo, sublinharam o vazio para advir o nome; e materializou-se em cima da lacuna a palavra... REDENÇÃO).
Assim, que plasmaram o nome REDENÇÃO, voltei ao meu corpo físico mais rápido que todos os raios dos céus. E uma satisfação em meu peito em saber, intimamente, que houve auxílio onde fora necessário. Aquelas crianças teriam instruções e formação educacional de escotismo (a busca da fraternidade, trabalho, respeito e disciplina).
Ficou-me a lição que, também na vida espiritual, reflete-se o que se passa com os homens na vida material; e o contrário também é verdadeiro. E que ninguém, seja a dimensão onde estiver em seus aprendizados, ficará esquecido por Deus.
1. Nota: fui ao dicionário para saber o significado real da palavra REDENÇÃO (teol. resgate do gênero humano por Jesus Cristo. / 2. fig. auxílio, proteção que livra de situação difícil; salvação.)
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W. A. Mozart - Requiem
https://www.youtube.com/watch?v=neDnpgZPPvY
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