sábado, 27 de maio de 2017

O "X" DA QUESTÃO


O “X” DA QUESTÃO
autor: Nilton Bustamante


andar cabisbaixo,
sentir o peso do mundo e não saber para aonde ir,
o medo, sempre o medo de não se achar suficiente,
não se sentir mais bonita, bonito, desejada, desejado,
as marcas do tempo marcando o que não é mármore.

andar para baixo,
sentir as tristezas todas, as melancolias sem fim,
as disputas, os puxa-cadeiras de plantão sem opinião,
quanto tempo para dar certo,
a pipoca no micro-ondas,
usar sapato apertado somente porque é novo, bonito.

olhar em volta e não ver quem estaria disposto
em auxiliar a carregar a cruz,
não entender o que sai da boca de quem lhe beija;
querer, desejar, sentir-se amado a tal ponto de não mais sentir os pés no chão,
ficar assistindo o mesmo filme milhão de vezes, não deixando o passado seguir, se despedir... assim, geralmente, somos nós!

Ah, amados, queridos irmãos de jornada,
quanta é a felicidade de receber a bênção da permissão
em vir atravessar algo chamado tempo neste planeta azul,
receber o mapa e procurar o "x", o tesouro escondido,
e, ao final, descobrir que o "x" éramos cada um de nós!

Ah, amados, queridos irmãos de jornada,
quanta felicidade ao ver em nossos livros da vida algo de bom
que deixamos, que doamos ao nos alinhar às Leis do Progresso e do Amor!

Oh, que bênção é este planeta tão azul, com o útero que germina
o alimento, o que necessitamos, o que retiramos para transformar!
Oh, que alegria em fazer pelo caminho as amizades que não se desfazem, ficam as roupas, os sapatos, os nomes, os sobrenomes,
as moradas, as histórias, as conquistas, as derrotas, mas permanecem, seguem eternas as alianças dessas amizades,
desses estreitamentos de corações, dessas exatas fórmulas matemáticas do bem amar, do bem-querer!...

Quão belo é essa Seara bendita, reformatório, escola, educandário,
que auxilia na transformação de mentes e corações que vêm de longe andando tortos,
muitas vezes parados no caminho sem saber aonde ir nem onde ficar.
Quanta pureza em ação de abnegados zelando pelo mundo o próprio mundo,
ações do Amor invisível, que não toca bumbo nas praças nem anuncia em rádios, televisões ou jornais...

Há por todos os lados legiões de socorristas, milhões, bilhões de voluntários, encarnados e desencarnados,
empunhando a bandeira da fraternidade.
Mas, ainda insistimos em ver o que derrama sangue, o que fere, o que é bruto...
No entanto, até mesmo entre brutos, há um momento,
há um instante que deixa de ser para respeitar a palavra de alguém que lhe abrange consideração e amor, algum respeito.
E quase sempre essa palavra de amor vem de uma instituição chamada “dor”.

Somos sofridos, porque insistimos nos mesmos gostos em sofrer. Acostumamo-nos!
Mas até o sofrimento cansa, cansa de sofrer.

Nesse turbilhão, nessa grande roda-vida, gigante, roda-viva,
onde quase não se dá tempo nem condições de refletir,
de indagar diante do espelho as mesmas dúvidas antigas, onde nem o homem nem a mulher conhece o seu próprio corpo;
com mil dificuldades em tolerar, agridem por hábito; usam palavras de vibração pesada por não se importar;
jogam comida fora por não entender o significado da fome; culpam a tudo e a todos por tudo e por todos;
ficam se portando infantis para não lhes alcançar o peso da responsabilidade;
esses homens e mulheres somos nós, no processo de amadurecer o próprio ser.

Ah, amados, queridos irmãos de jornada,
está chegando o final do ciclo da morte, o final do dedo no botão da bomba, do gatilho que ameaça e mata.
Está chegando novos ares, novas companhias nascendo, dessas crianças cristais, azuis, serão os "golfinhos" deste planeta azul,
nos ensinarão que os dedos, em futuro próximo, ficarão no botão para dispararem preces de auxílio, fraternidade, gentilezas e amorosidades;
serão botões para ofertarem poesias, mensagens de otimismo e de cura em raios vibratórios essencialmente de Luz.

Procuramos seres extraterrestres desde sempre,
mas, desde sempre os extraterrestres somos nós que viemos habitar este planeta que é uma das mais lindas e divinas explosões de Amor.
Por isso, muitas das vezes em nós, essas melancolias, essas estranhas saudades...
Tenhamos sucesso em nossas jornadas para voltarmos melhores em nós mesmos. Afinal, somos o “X” da questão!

Luz, Paz e Amor!




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The Mission Main Theme (Morricone Conducts Morricone)


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