quinta-feira, 9 de maio de 2013

Charlotte Rampling

1.      

Charlotte Rampling
Autor: Nilton Bustamante

Eu não falarei de seus olhos, de seu olhar, juro.
Dessa insanidade de quem olha e acha que tudo sabe,
Tudo vê, sabendo da alma tudo que ela esconde,
Não, não farei isso com você...

Tanto que meus olhos não conseguem nem mesmo se mexer
Nem mesmo sei dizer, nem sei o porquê...
Ah, essas pessoas que ficam paralisadas
Imaginando filmes dentro dos olhares,
Isso é mesmo loucura, comigo, sei, não vai acontecer...

Essa estática profundeza dos olhares felinos
Querendo caçar, talvez se divertir,
Talvez ir embora sem nada dizer,
Ah, isso é tirar a razão de quem tem os pés no chão,
Comigo, não...

Eu não falarei de seus olhos, de seu olhar, juro.
Nem direi desse fascínio, dessa vontade de tocar
Seu silêncio que finge que tudo sabe, tudo vê,
Só não sabe desses anos todos que me apaixono toda vez
Que essa cor quente-fria me vira do avesso, me tira o ar...

Sei que outros mil e mais mil se tornam milhões por aí,
Hão de lhe falar, hão de indagar desse inquebrantável suspense
Que esconde a indisfarçável maturidade do ser
Deixando sutilezas nuas, incertezas como quem precisasse mostrar-se mulher
Que sabe olhar tudo por dentro, dando vida aos meus suspiros e desejos...

Eu não falarei de seus olhos, de seu olhar, juro.
Nem mesmo quando outra vez esse quente-frio me tocar...



...
Bob Acri
http://www.youtube.com/watch?v=I6PHgtdxFrY


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