segunda-feira, 10 de abril de 2017

O INIMIGO NÃO É AQUELE QUE TODOS PENSAM



O INIMIGO NÃO É AQUELE QUE TODOS PENSAM
(Nilton Bustamante, por desdobramento da alma)


Havia eu deixado o meu corpo material, como das vezes anteriores, sem perceber a mudança de dimensão. Tudo é continuidade. Tudo é vida. A vida que se estende pela Eternidade.

Indo de um lado a outro. Fui direcionado para visitar um hospital. Mas, não era um hospital qualquer. Esse era imenso. Inúmeras alas. Inúmeros andares. Parecia por vezes iguais aqueles que já visitei, e de repente abriu-se uma geometria que se expandia e os ambientes ficavam ainda mais colossais.

Encontrei algumas senhoras, que logo percebi serem voluntárias. Carregavam uns objetos grandes, descômodos. Aproximei-me e, mentalmente, coloquei-me à disposição de auxiliar. Permitiram, então, que eu pegasse apenas um daqueles. Seguimos pelos interiores daquela edificação. Chegamos aonde devíamos chegar e lá deixei o objeto disforme.

À medida que passava pelas alas, soube que havia muitas pessoas voluntárias. Dedicavam-se em favor dos necessitados e das equipes médicas e de enfermagem. Alguém me intuiu que estava também o pessoal de um Lions Clube (instituição de prestação de serviços à comunidade). Como participei por vários anos de um desses clubes de Lions, dentro de mim o sentimento de rever alguns amigos. Procurei aqui e acolá até encontra-los. De fato, estavam montando uma pequena festa para os pacientes e funcionários para promover um pouco mais de leveza, pouco mais de alegria naquele ambiente hospitalar. Após conversarmos, mentalmente, segui meu caminho, pois uma força me chamava para outros lugares, algo que eu precisa presenciar.

Andei por vários corredores, dentro de outros corredores. Os ambientes foram de certa forma tomando um ar maior de seriedade. Havia um “peso” de responsabilidade ao redor. Era outra sintonia. Quando vi pequena porta, semiaberta, e adentrei com o olhar e logo uma enfermeira se pôs impedindo minha passagem. Vi uma ala repleta de crianças terminais (se podemos assim nos expressar). Sofrendo muito. Uma calamidade aquele cenário. Intuíram-me que eram todas vítimas das guerras. Atendendo a orientação mental da funcionária, toda de branco, dei a volta e vi uma imagem que me impressionou demasiadamente:  inúmeras irmãs muçulmanas, com suas roupas próprias, porém de um marrom muito bonito com algumas delicadas figuras geométricas estampadas, vibravam em compenetração descomunal. Essas mulheres estavam em formação de um semiarco, meia lua, todas em preces de amor pelas crianças. E a energia que era gerada por aquelas irmãs abnegadas era extraordinária. Nada igual havia presenciado. Dava para ver a “olhos nus” a substância da energia tomando conta de tudo, desde as pessoas, até os objetos daquele lugar.

Para não querer atrapalhar o trabalho e concentração das pessoas envolvidas, procurei sair no maior silêncio possível. Passei por outras alas. Em cada ala havia pessoas voluntárias fazendo suas dedicações. E também me chamou a atenção que cada lugar desses, as pessoas que se entregavam ao bom serviço se coadunavam com suas religiões. Havia os protestantes, os católicos e outros mais. Todos, sem exceção, trabalhavam com seus respectivos grupos para o bem comum, com muito afinco. Porém, apesar da unicidade, da comunhão em fazer o bem, de amparar os enfermos, auxiliar nas estruturas próprias daquele lugar, nenhum grupo chegou nem perto das mulheres muçulmanas que vibravam mente e coração em tal sintonia com o Criador que as energias eram muito próximas do Sagrado.

De imediato, volto ao meu corpo físico. Vi o que tinha que ver. Soube o que tinha que saber.

Ainda deitado, pensei comigo mesmo: as pessoas, em geral, “compram” as ideias daqueles que “elegem” os inimigos do mundo e passam a compartilhar da mesma ira, das mesmas perseguições, sem perceber que se escravizam no ódio, o mesmo ódio que culpam ser dos “inimigos do mundo”. A ideia que todo e qualquer muçulmano é terrorista é tão absurda, como absurda era a ideia na Idade Média que mandavam às fogueiras mulheres que nasciam caolhas ou de cabelos ruivos, pensando ser ligadas ao “diabo”.

Os muçulmanos, por princípio, pela essência da religião, são pessoas humanas que buscam o Bem, são iguais a todos na procura da evolução à Origem Divina. E se há pessoas de almas e mentes perturbadas, criminosas, que se vestem com as roupas de religiosos e matam, então não são religiosos e sim assassinos que se apoiam em qualquer bandeira para justificar seus crimes na busca de poder. E, crime pior, é fazer as “lavagens mentais” para enviar outros em seus lugares para sujarem as mãos de sangue.

Um dia, cada soldado, cada homem e mulher jogará suas armas fora, não atenderá nenhum comando, não serão mais peões indo ao sacrifício no jogo de poder de duas dúzias de homens obcecados pelas ganâncias desenfreadas e podres poderes. Um dia, cada soldado, cada homem e mulher jogará suas armas fora, e passarão a plantar flores.

Devemos imprimir ao nosso interior, e depois ao mundo, um sentimento melhor, algo que se aproxime do Amor, pois não haverá outro meio nem outro mecanismo para as trevas que amargam nossa humanidade modificar, diminuir.

Somente a Luz do Amor dissipará toda e qualquer treva, todo e qualquer crime, leve o tempo que tenha que se levar... Deus possui a paciência divina, nem por isso ninguém está livre de suas responsabilidades.

A paz não se consegue com armas!

Temos que vencer esse ciclo do medo, do temor, do receio, da ideia que temos que viver em masmorras eletrificadas. Busquemos mudar a energia do mundo, algo mais sublime, e essa energia se agigantando por todo o planeta, certamente, alcançará aqueles desgarrados do bem e do amor e saberão que não valerá mais a “pena” sofrer e fazer os outros sofrerem.

Luz e Amor!




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Tomaso Albinoni - Adagio 




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