NOVO DIA
Autor: Nilton Bustamante
Rasgando tudo o que já foi tristeza, tudo que já foi engano
sorrir ao viver, porque viver é ato de alegria,
talvez fantasia dos dias
que à noite se sonhou:
tudo seria como deveria ser
tudo que cada qual respeitou
feitos pássaros ao deixar os ares atravessados no peito
afagos
que arranhou o que estava inteiro
querendo ser provocado
marcado para não se passar em vão
lábios e ouvidos
segredos descobertos
deixados em caminhos chamados por igual, a tal felicidade
Tudo seria como deveria ser
corações exercendo suas missões ao mundo,
levando ao alto a bandeira do amor
Abrem-se às gentilezas, às tolerâncias,
andam-se pelos verdes dos campos, lançam-se às montanhas possíveis de ver
por trás do mundo,
delicadeza dos gestos e das vozes em murmurar feito mar
lançando cada palavra, como se lançam os navios
a se aventurarem em promessas de voltar o antes possível
para tudo recomeçar, tudo sentir novamente
em delírio dos primeiros abraços, quase infantis, quase juvenis,
coisas dos primeiros sonhos dos meninos e das meninas
que não deixam o peso do mundo impedir
o que mais se deseja, o que mais se buscou
Ah, amor,
Abra-te que nasceu a vontade que derruba todas as portas,
todas as comportas,
e com toda a força se abraça em macia magia de dois seres
que não levam em conta nem as roupas nem os nus
pois a explosão é muito mais
a febre do querer muito mais que todas as alucinações
o simples dos olhares que se encontram, que se inundam
Dois planetas
formando novo sol, sempre o raiar de novo dia
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