quarta-feira, 29 de março de 2017

NEM CIGARRA NEM FORMIGA



NEM CIGARRA NEM FORMIGA
Autor: Nilton Bustamante

Não me levem a mal, já a essas poucas horas do dia
Preciso antes mesmo de dizer bom dia
Pra vida,
Preciso do meu gole de poesia

Não é questão de aguentar o que está para vir,
É que preciso deseducar meu coração
Que lhe insistiram que deveria ser rude para ser forte
Quando, ao contrário, é tão lindo ser apenas humano
Sentir tudo que pulsa sangue
Conhecer o íntimo dos labirintos
Que nos faz pensar e crescer

Nem cigarra nem formiga
Apenas poeta
A deixar a vida mais bonita, outras cores
Outras levezas, outras incertezas
Pois de tudo o que se faz
É viver

Buscar o amor
E ao encontrar a joia rara oferecer à primeira andorinha
Anunciando o verão para outras mais que somente conheciam
O inverno, única estação

Se de única boca de tantas outras bocas das guerras todas,
A mais linda oração
Pedindo paz, pedindo que basta, que não aguenta mais
Tanta dor
Já valerão todos os sonhos, as poesias


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Cristina Branco - Fria Claridade (fado)



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