LÁGRIMAS
Autor: Nilton Bustamante
Nas linhas desajeitadas das areias à espera dos corpos, à entrega do mar, tudo que foi, tudo que está vindo... parece que sempre há algum motivo, algo que instiga o pensamento, algo que se mostra e necessita jorrar em palavras sem pudor algum.
Não precisamos decidir nada agora, partir ou ficar, nem saber quem somos melhor comungar o que se vai dentro de cada um mastigar essa hóstia com gosto de nós dois, com gosto de pecado, e nos faz entrar livres pelos céus em noites prateadas e azuis.
Gostamos, sim, desse abraço que deixa os casais mais jovens e que nos faz brindar a vida entre bombas e guerras, entre cirandas e voos de brancas pombas nos cafés de cada manhã.
O presente alinhado ao murmúrio, algo que está além-mar, a além-longe-distante-não-sei-o-quê onde ficamos quando partimos sem sair do lugar, faz mais sentido nos corpos que sangram vontades e por mais que se tente, nada é mais que impeça, nada é mais que disfarce, nada que se tente esquecer, deixar de existir, faz que deixemos de nos amar tanto assim.
As águas acostumadas a seguir pelos cantos de nossos olhos, salgam presente e saudade.
Já abraçamos almofadas e estátuas sem algum sentido, sem futuro, sem abrigo, deixando o coração à míngua, a falta de ar e os dedos frágeis sem a força da procura sem a ternura que acalma e faz fechar os olhos e morrer em paz, deixaram por algum tempo névoas que não se dá para ver o que se pode esperar
Além da espera, dessa indelével e vaga esperança do que vale a pena, o que ou por quem se pode chorar pra valer, mexer com o que está calado no fundo da alma, despertar algo além do canto dos encantos parados do olhar que desperte a vida, que os dias não sejam em vão, muito menos as noites à espera de trilhas de roupas e travesseiros pelo chão.
Pois somos como a entrega do mar, somos lágrimas que não sabem se devem partir, se devem ficar.
________________________________
The Great Gig In The Sky - Pink Floyd
https://www.youtube.com/watch?v=ZAydj4OJnwQ
...
Autor: Nilton Bustamante
Nas linhas desajeitadas das areias à espera dos corpos, à entrega do mar, tudo que foi, tudo que está vindo... parece que sempre há algum motivo, algo que instiga o pensamento, algo que se mostra e necessita jorrar em palavras sem pudor algum.
Não precisamos decidir nada agora, partir ou ficar, nem saber quem somos melhor comungar o que se vai dentro de cada um mastigar essa hóstia com gosto de nós dois, com gosto de pecado, e nos faz entrar livres pelos céus em noites prateadas e azuis.
Gostamos, sim, desse abraço que deixa os casais mais jovens e que nos faz brindar a vida entre bombas e guerras, entre cirandas e voos de brancas pombas nos cafés de cada manhã.
O presente alinhado ao murmúrio, algo que está além-mar, a além-longe-distante-não-sei-o-quê onde ficamos quando partimos sem sair do lugar, faz mais sentido nos corpos que sangram vontades e por mais que se tente, nada é mais que impeça, nada é mais que disfarce, nada que se tente esquecer, deixar de existir, faz que deixemos de nos amar tanto assim.
As águas acostumadas a seguir pelos cantos de nossos olhos, salgam presente e saudade.
Já abraçamos almofadas e estátuas sem algum sentido, sem futuro, sem abrigo, deixando o coração à míngua, a falta de ar e os dedos frágeis sem a força da procura sem a ternura que acalma e faz fechar os olhos e morrer em paz, deixaram por algum tempo névoas que não se dá para ver o que se pode esperar
Além da espera, dessa indelével e vaga esperança do que vale a pena, o que ou por quem se pode chorar pra valer, mexer com o que está calado no fundo da alma, despertar algo além do canto dos encantos parados do olhar que desperte a vida, que os dias não sejam em vão, muito menos as noites à espera de trilhas de roupas e travesseiros pelo chão.
Pois somos como a entrega do mar, somos lágrimas que não sabem se devem partir, se devem ficar.
________________________________
The Great Gig In The Sky - Pink Floyd
https://www.youtube.com/watch?v=ZAydj4OJnwQ
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário