quarta-feira, 24 de abril de 2013

TEMPO ORAÇÃO


TEMPO ORAÇÃO
Autor: Nilton Bustamante

Largar o relógio em alguma gaveta e olhar matrix pro tempo. Há ponteiros em todos os lugares, pelo ar, nas areias que rolam no vento, na criança que corre, no velho que congela o seu olhar na mesma imagem, no engessado riso jovem que ri, ri, ri de tudo, de si... Ah, quanto da marca do tempo nas testas franzidas dos homens e mulheres... As flores sentinelas, os perfumes que evaporam exploram a ânsia humana que não imagina a força, a vontade dos mares que são rios, rios que são lágrimas, sangue que navegam universos que virão tios, tias, vizinhos, avôs, avós, sem esquecer dos cachorros que abanam sinceros suas caldas... e outros mais.

O tempo e seu paradoxo: o tempo não é, não foi, não será, nem mesmo um gemido, um ruído, mesmo não existindo ainda assim é um alerta na próxima curva...

Estar todo curva, todo voo, leve, livre no pássaro amigo que chama-se fé e que nos leva em suas costas até à esperança, que voa, voa, voa e sempre, sempre alcança a estrela que brilha a luz de silenciosa oração... É extrapolar algo que não está em nenhum dos enclausurados em quadrado-espaço que limita a ordem da consciência que limita tudo; limita o pensamento, o sentimento, o universo, o além-universo, tudo em eterna condenação, como quem assiste sem piscar um programa qualquer, seriado de televisão... Mas o espírito é muito mais, pode muito mais, muito mais. A régua será outra, a medida será outra e a vontade que era casulo será consciência!

Largar o relógio em alguma gaveta e olhar matrix pro tempo. O tempo, esse poema divino que é todo oração: a cada conta, uma janela, uma imagem, algo pro humano aprender, algo a ensinar, que há muito mais, muito mais que possa aprender, que se possa ensinar.

O tempo e seu paradoxo. A oração e seu paradoxo. Parecem distintas instituições, mas podem ser uno; não existem aos olhos enclausurados, mas libertam mentes e corações!

Jesus contigo!


...
Chopin
http://www.youtube.com/watch?v=qa0Z6g1XJkU


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