domingo, 16 de novembro de 2014

ROSAS ENTRE IRMÃOS


ROSAS ENTRE IRMÃOS
‘autor’: Nilton Bustamante

Moramos em uma rua tranquila. E de fronte à nossa residência, tivemos por anos um casal de vizinhos que sempre se mostrou simpáticos na cordialidade superficial do dia a dia.
Ele, filho de russos, ela, professora. Era o que sabíamos.
Meses atrás esse vizinho faleceu, passou para a pátria celestial. Algo fulminante. Quando soubemos do ocorrido, havia passado alguns dias. Encontramos a viúva na rua, e ela, emocionada, contou-nos os pormenores. E o que nos chamou a atenção era a calma nas palavras, e um certo entendimento da mecânica da vida... Parecia que ela estava lidando bem com essa dolorosa situação. Disse-nos ainda que há pouco tempo estava frequentando uma casa espírita kardecista, a alguns quarteirões de nossa rua. E, ainda, começou a fazer o Evangelho no Lar (leituras e preces, em dia e horário determinados para harmonizar, espiritualmente, o ambiente do lar).
Com esse ocorrido, surgiu nova realidade, e essa nossa vizinha se aproximou bastante de nossa família e procuramos ser-lhe úteis à medida do possível, tal como imprimir alguns documentos, enviar e-mails, etc. Ela toda agradecida, passou a nos mimar com alguns doces, pães, e muitos sinceros sorrisos.
Certo dia, em nosso quintal, brotaram várias rosas vermelhas, da qualidade Príncipe Negro, realmente muito bonitas. E, era exatamente no dia em que a nossa vizinha veio nos visitar por um motivo qualquer. Fui ao quintal e recolhi uma daquelas rosas perfumadas e minha mulher e eu entregamos de coração aberto para ela. Lembro-me de sua felicidade ao receber a flor.
Entre muitas idas e vindas, durante muitas semanas, essa nossa vizinha chega ao nosso portão com duas rosas: branca e amarela. Estava extremamente emocionada. Ao adentrar em nossa casa, ela nos ofereceu as rosas e começou a chorar... Diante da nossa perplexidade, contou-nos, que, ela foi participar de um Evangelho no Lar com um grupo de amigos, na residência de um deles. E que ao final das preces, um dos participantes (que possui leve retardo mental), disse que precisaria falar com ela, em particular. E o seu coração mal pode se aguentar ao que ouviu... Disse-lhe o rapaz: “No final das preces, surgiram dois espíritos, um era um mentor orientador, e outro era o seu finado marido que pediu-me que desse o recado à sua mulher (nossa vizinha), que ele estava bem e era para ela entregar uma rosa branca e outra amarela em retribuição àquele casal que já lhe havia dado uma rosa vermelha...”

Destacamos que o grupo não conhecia o marido da viúva, e nem nunca soubera qualquer coisa de nós, os vizinhos.
Por isso, bons irmãos, devemos nos manter na fé, na confiança em Deus, que a vida realmente é eterna, que a energia divina é infindável e o amor é o caminho, único caminho a seguir.

Luz, Paz e Amor!
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário