sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Em memória de Alan Kurdi, o menino refugiado


Em memória de Alan Kurdi, o menino refugiado Nilton Bustamante Nessa tela de cinema passa muitos filmes, desde sempre, desde muito, além do tempo que se possa entender. Alguns tristes, alguns bonitos, outros nem uma coisa nem outra. A montagem dos roteiros vem de muito longe, de outros planos, planos superiores, quando se fala da importância da formiga e do grão; da mente revestida de corpo e da estrela constelação... O árduo caminho que se percorreu, muitas vezes é jogado ao léu, na inocência quase infantil, quase sem saber o que fazer, os homens sorriem e choram e não aprendem de uma vez, muitas são as idas e vindas, os tormentos, as tribulações do corpo-espaçonave entrando na vibração do esquecimento, saindo quase sempre para a vibrações do arrependimento... Somos vítimas de nós mesmos, não somos os mocinhos, estamos mais para os vilões, ficamos na antessala dos passos perdidos e fazemos pose com jeito de quem acredita ser muito mais do que realmente consegue; pois as máscaras enganam a quem as usa e a muitos mais... “De tarde quero descansar, / Chegar até a praia e ver / Se o vento ainda está forte / Vai ser bom subir nas pedras / Sei que faço isso pra esquecer / Eu deixo a onda me acertar / E o vento vai levando tudo embora / Agora está tão longe / Vê, a linha do horizonte me distrai... / - Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos” / Mas não consigo me distrair, não consigo ver mais cavalos-marinhos, agora há uma criança de três anos com os pulmões afogados em sonhos que se foram, sem ter chance de esquecer, só a onda a acertar a vida, levando tudo embora. E aqui mesmo há outros Josés e Beneditos, outros esquálidos meninos querendo aprender a nadar pela vida... Pelo menos, sei, sinto, preciso me manter feito ave contra o vento pegando voo, assim como essa criança, esse menino, esses homens e mulheres salgados pelas penas do mundo, apenados por simplesmente existirem entre corações que estão pesados feito pedras e se esqueceram de ser gente com o brilho da chama do divino Criador. Preferem canhões, metralhadoras, bolsa de valores e muros altos, muitos muros... Pelo menos, sei, sinto, acredito, que as legiões de anjos são todos meninas, meninos, que são recolhidos feito estrelas caídas pelas praias, pelos desertos, pelos campos, pelas montanhas, pelas ruas das grandes e pequenas cidades, aldeias... todos são recolhidos por Deus! Vamos orar!
_______________________________ Vento litoral - Renato Russo & Cassia Eller https://www.youtube.com/watch?v=B5aXjxfxPTM




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