quinta-feira, 9 de junho de 2011

JESUS CRISTO


 
JESUS CRISTO
  Nilton Bustamante

Jesus Cristo,
diz-me o que é esta emoção, esta questão, esta pergunta que me persegue, que me apequena mais e mais em minhas tantas ignorâncias?

Jesus Cristo,
diz-me o que é este silêncio empurrado por um coração que procura,
que se tortura em uma busca sem-fim, sem saber quase nunca
onde procurar?

Jesus Cristo,
dê-me o teu abraço, deixa-me sentir o teu rosto junto ao meu,
dê tua mão, deixa-me seguir o que teus lábios soprarem...

Jesus Cristo,
Tu e eu, estamos sentados um defronte do outro, e o teu sorriso me acalma,
me faz sentir bem-vindo pela primeira vez, eu que carrego tanta mágoa, tanta ira, que explodo em mil megatons quando acuado, arranho e faço sangrar com palavras tortas, sentimentos tortos, tantos que me vêm em meu caminho penam... Jesus, como pode saber deste vazio, desta lacuna, deste abismo se eu não te disse nada, nem te trouxe em meus sonhos, diz, diz pra mim, Jesus, como pode ser eu companhia? Como pode ser tu em minha trilha, em meu inóspito coração?


Tua dor foi promulgada com antecedência no Gethsemani, e nós te crucificamos em risos, em moedas para divertir nossas almas de pedra, oh, Jesus, como pode tu ainda nos amar?

Ajoelho-me no milho, entre raios e trovões, o mundo vira-se ao avesso, desmoronam-se todas as montanhas, agitam-se todos os mares, arcanjos dos últimos tempos sopram suas cornetas de Luz, coloco fones de ouvidos para minha alma chorar e somente eu ouvir toda a dimensão da lamentação, do tempo perdido, dos desencontros consentidos pela minha imprudência, oh, Jesus, espera por mim, estou no fim da linha, nas últimas trincheiras, e meus inimigos avançam impiedosos sobre mim: a ganância, prepotência, os vícios seculares, jogam-se sobre mim e estou perdendo a luta! Oh, Jesus, escuta, escuta este teu irmão perdido em ilusões e mais ilusões, preciso de tua ajuda, preciso de tua mão, de teu abraço, tua coragem, tua serenidade, tua Luz para eu dar mais um passo. Dê-me o prumo para seguir o reto em tua direção, seguir teus passos de tolerância, de envergadura moral na qual nenhum César pode conter, tentação alguma pelo deserto pode ter poder, olhar no fundo dos olhos, no íntimo das almas e ver a Deus, oh, Jesus permita que eu te ame, que eu te chame em meus pesadelos, em meus mais lindos sonhos, e façamos um ao outro companhia, que se buscam para irmos ao Pai.

Jesus, meu Irmão amigo, desce da cruz, não te quero mais com estas chagas, com estas ameaças, não quero mais tê-lo marcado com minhas culpas, quero-te repleto de Luz, sorrindo das estrelas para minhas preces saberem qual direção, quero-te andando pelos caminhos da vida de todas as vidas, pelos caminhos de Gethsemani e plantar minhas preces junto à tuas, junto a tantas outras, a tantas outras súplicas, quero-te, oh, Jesus, Arco de Luz, Ponte de Luz, Estrada de Luz, onde se ligarão de vez os seres viajantes planetários ao Criador do Amor.

Jesus, eu preciso aprender contigo o que é viver o Amor.

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