sábado, 9 de agosto de 2014

CLARISSE



CLARISSE
Autor: Nilton Bustamante

São alguns punhados de minutos depois da meia-noite,
Agora é um nove de agosto,
Outros punhados de anos que chegam aos dois mil e quatorze,
Acordo do sono
Que me levou pra longe, mas, ajuizado, trouxe-me e largou-me
Deitado do jeito que me encontrara no sofá, assim, sem nenhum pudor...

A televisão, sentinela acordada,
Relatando os acontecimentos
− Não poderia ser melhor,
Estava na Cultura −,
Trouxe-me poesia, algo do Vinicius que outrora foi Moraes,
Hoje é apenas “poetinha”, mas esse “apenas” é substancial,
Algo de mérito, algo lindo deslizado em papéis
Que outrora foram brancas pistas geladas, sem vida, sem feminina poesia...

E por falar em poesia,
Presto mais atenção, acordo um pouco mais,
A mulher, com jeito de quem fala para seu amor, com doce sabor
Recita, fala como quem fala sem ninguém ao lado,
Sem se importar,
Sem querer saber o que irão pensar,
Fala como quem fala pros olhos de somente um alguém,
Era Clarisse, que outrora foi Abujamra,
E hoje, agora a pouco, foi “apenas” menina
Que sonhou um dia e acreditou o que sua boca soprada de alma falou...

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Valsa da Ilusão
https://www.youtube.com/watch?v=QQzECfgPRxY&list=PL642B7EFE549BDE30







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