domingo, 17 de setembro de 2017

CONCEPCIÓN, LA PERLA DEL NORTE !


CONCEPCIÓN, LA PERLA DEL NORTE !
(CARTA ABERTA AO POVO DE CONCEPCIÓN, PARAGUAI)
O que faz uma pessoa sentir um país?
É conhecendo seu povo, sua cultura e sua história.
Assim vemos a exuberância de sua alma, seus caminhos e dignidade.
Todo país tem uma grande missão.
Todo país é mais do que Leis, Instituições e conjugação de interesses.
Todo país é mais do que uma situação geopolítica.
Um país é feito de povo.
Um país possui em seu seio uma gama de sentimentos que leva um povo aos mais puros sonhos, iguais aos daqueles pioneiros que já possuíam entendimento de nação. (Mesmo que não fossem tão puros no princípio, sempre há uma notável metamorfose pelo caminho).
Um povo, como numa alma, traz em seu âmago dificuldades, fraquezas, ignorâncias, desvios, tragédias, tendências discriminatórias e dependências de toda sorte, como também há a compensação da excelência e primazia.
Busca-se o objetivo do crescimento e superação.
E as questões imigratórias?
E as nações que, de alguma forma, deixaram de existir?
Acredito que, como tudo no Universo, não deixa de existir simplesmente, mas transforma-se, comuta-se a outros “sistemas”, já noutros destinos, outras rotas.
Em todo povo há excelência, plenitude. A maior prova foi ter conhecido Dona LILIAN GAMARRA DE OLIVEIRA, sim este nome escrevo com letras maiúsculas, garrafais, com todas as pompas. Uma brasileira com alma paraguaia.
Quando estou em sua companhia cada vez mais me apaixono por esse país irmão, latino e vizinho.
Através dessa Senhora tão soberana, tão equilibrada, tão enraizada nas culturas hispano-guaranis, posso ver o que um país tem de melhor: O seu povo.
Muitas foram as tardes em que comi “chipa”, tomei “tereré”, deliciando-me com as lições e as palavras iluminadas de Dona Lilian Gamarra.
Aprendi a gostar do Paraguai, de Concepcíon.
Oh! Concepción, Perla Del Norte!
Oh! Concepción, cidade histórica!
Eis um pouco de sua história:
"La casa fuerte que dio origen a Concepción fué edificada por Agustín Fernando de Pinedo Y Valdivieso. La providencia quiso que en este lugar -ubicado a 180 metros sobre el nivel del mar a 23º 25’ de latitud Sur y 57º, 18’ y 15” de longitude W. de Greenwich y en la margen izquierda del río Paraguay -, fuese establecida la VILLA REAL DE LA CONCEPCION, el 31 de mayo de 1773. Así en los dominios legendarios del guaraní, padre y tronco de la raza, como um tulipán exótico se yergue majestuosa con legítimo orgullo a la consideración del mundo y la historia.
La región elegida era fértil para la agricultura y la ganadería. La defensa contra la invasión portuguesa y la explotación de los grandes yerbales existentes fueron las causas determinantes que indujeron al previsor mandatario a decretar su fundacíon que comenzó el 25 y terminó el 31 de mayo de 1773.
En el sitio establecido se topó con una tribu mansa, y de inmediato se selló con ella la alianza. El indio Lorenzo, el Viejo, jefe del lugar, se presentó voluntariamente con su gente a trabajar con los españoles para levantar las primeiras viviendas. El cacique Lorenzo representa la esencia de la confianza y fraternidad entre hispanos y nativos de esta comarca.
Según el distinguido historiador concepcionero Roberto Quevedo Pfanni, “como primeros pobladores quedaron cuarenta y cuatro familias de españoles y trece naturales”.””
A família Gamarra se confunde com a história de Concepción:
““Juan José Gamarra y Mendonza fué fundador de Concepción.
En 1811, más de 200 jóvenes acompañaram al Comandante Juan Manuel Gamarra a defender Paraguarí y Tacuarí, donde se cristalizó la independencia del Paraguay. Gamarra fué ascendido a General em 9 de marzo de 1811.
Dom Manuel A. Gamarra actuó com gloria en la guerra del 1870 y cayó prisionero. Después ejerció repetidamente cargos políticos y judiciales en Concepción y Horqueta, fueéperiodista, mucho tiempo asiduado colaborador de el “Municipio”. Su hijo el teniente Pastor Gamarra Bogado, el biznieto de su hermano el héroe de Paraguarí y Tacuarí, peleó en el Chaco donde falleció heroicamente em 1933; y el otro hijo Pedro Gamarra Bogado.”
Ah! Senhor Pedro Gamarra Bogado, homem culto, letrado e amante das artes. Desenvolveu uma idônea carreira no Poder Judiciário do Paraguai. Contraiu matrimônio com Dona Hortência Espínola, uma Senhora de fibra. Generosa, sobretudo com os mais humildes e necessitados, onde não havia hora ou mau tempo para atender as parturientes, as vítimas de picadas de cobras venenosas, as crianças e adultos adoentados. Apesar de sua condição urbana, casada com um intelectual do mundo do Direito, era grande conhecedora de ervas nativas e de preces celestiais que foram a salvação de muitos angustiados. E, ainda, essa Senhora se comunicava de maneira incrível e tranqüila com os animais campestres. (Os céticos que me perdoem).
Em seu coração tão abençoado, houve espaço para seus dois filhos naturais e mais três adotivos.
Por questões próprias de uma época, a família Gamarra/Espínola veio morar no Brasil, no Estado de Mato Grosso, onde o Senhor Pedro Gamarra Bogado ocupou um cargo de confiança na Cia. Mate-Laranjeira em Ponta-Porã. Neste período, ou seja, no ano de 1930, nasceu a filha natural: Lilian Gamarra, na cidade de Campanário/MT. Porém o destino tramou neste acontecimento, pois Dona Lilian Gamarra veio à luz da vida exatamente em 31 de maio no Sesquicentenário de Concepción, ligando-se assim uma à outra para sempre.
Anos depois, 1937, voltaram para a cidade de Concepción, Paraguai, levando a vida de maneira regular e normalizada.
Quantas e quantas histórias e aventuras essa menina Lilian viveu:
“Impecável e engomada” ao lado do respeitoso pai, e cavalgando ou fugindo de algum boi bravo feito moleque nos campos da “Quinta” junto com seu querido irmão Gilberto.
Ah! o Internato Maria Auxiliadora; os bailes no
Clube Militar; o hidroavião da Cia. Aérea Argentina...
Dona Lilian Gamarra, já adulta, veio morar no Brasil, na cidade de São Paulo; trabalhou em laboratório hospitalar e casou-se com o Senhor RUBENS DE OLIVEIRA, brasileiro de caráter e dignidade excepcionais que merece não só um capítulo, mas um livro inteiro sobre sua vida repleta de humanidade. Um homem à frente de sua época, escolado pela vida com uma cultura impressionante.
Tiveram três filhas: Analí, Marta e Margarete que nos dias de hoje vivem na cidade de Santa Fé do Sul no estado de São Paulo, Brasil.
Dona Lilian Gamarra de Oliveira é um ser que enobrece qualquer ambiente, qualquer relacionamento. Sim, sua nobreza não vem, e nem precisa de mantos dourados, coroas cravejadas de jóias ou títulos; sua nobreza está alicerçada e consolidada em sua humildade, bondade, generosidade e cultura. Sua compreensão da espécie humana e da vida em si é completa.
Dona Lilian Gamarra, por fim, é uma pessoa riquíssima, muito mais que qualquer rainha com seus tesouros, porquanto a riqueza material pode ser perdida ou roubada e a espiritual é eterna, é de mérito.
Os meus melhores sentimentos ao Paraguai e ao seu povo; à família Gamarra e, em especial, a Dona Lilian Gamarra, uma verdadeira “perla” de Deus.
As pessoas que convivem com essa seleta mulher, entenderão esta expressão:
− Dona LILIAN GAMARRA, CARAMBA DIGO!!!





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Bibliografia: Epocas y Hombres de Concepción
1973 - Juan Samaniego

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