ESCULTURA
Autor: Nilton Bustamante
O a sós, suave penumbre que se perde na amplitude do quase olhar. Madrugada que nos abraça macio num triângulo sem religião. É ausência, cede lugar ao silêncio, ao suspirar. Sonar, sonhar. Gata, rato.
Gata que não quer matar, só brincar. Vida e morte, sorte.
A quietude fala mais alto,
significa mais que qualquer palavra neste momento.
É encontrar o desejo, nos beijar, nos tocar a alma... assim, você sabe bem... da forma que seu coração ouviu você implorar.
Nem precisamos ver, a visão agora é desnecessária;
a madrugada anfitriã olha por nós,
como quem cuida dos amantes em todos os continentes,
em todos os momentos desde as épocas todas, nos deixa ir para perto e para longe de nós.
É tão bom ofegar, essa falta de ar, esse excesso de vida, esculpir seu corpo é minha missão antes mesmo de lhe saber, tanto que suas formas estão há muito na memória de minhas mãos, pois a madruga é mesmo assim, faz a gente ser pensamentos feitos cortinas se abrindo...
O a sós, suave penumbre que se perde na amplitude do quase olhar.
Meu amor descansa nua nas palmas criadoras de minhas mãos.
Adormece a entrega, deixa o tato nos levar pelas mãos...
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Elba Ramalho entre o céu e o mar..
https://www.youtube.com/watch?v=sHRTjujE1J0
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