sábado, 3 de setembro de 2011

QUANDO ME VI PELA PRIMEIRA VEZ



QUANDO ME VI PELA PRIMEIRA VEZ
Autor: Nilton Bustamante

Onde essa lucidez perdida pelos sonos das épocas? 
Onde?
Quando eu poderei tocar as estrelas, despertar?
Já passeis dos meus 33 anos, e, minha alma pede mais, cobra muito e mais!... Porquê, Jesus, essa estrela em minha cabeça? Senhor, tenho fome, eu que já me fartei dos banquetes a fome continua, é um buraco, é um estrago que não sei dizer, não sei nem ao menos pedir!...

Porquê, essa dor em minha carne que apodrece no cárcere?
Por quê?
Serei eu mais um condenado?
Esse rancor é o amor que deixei adoecer?
Jesus, me abraça, me abraça forte, eu não quero que morra algo da esperança!

Quero me estender pelos caminhos que seus benditos pés pisaram!
Quero, desejo, imploro, mais e mais permanecer em seus exemplos, Jesus, me ensine ajoelhar nesse chão que é bendito, é bonito, santificado, me ajude a abrir os braços e clamar às estrelas nesse dia de sol em noite escura, tão silenciosa, para levarem os recados dos homens ao Supremo, dos filhos ao Pai, das naturezas pagãs ao Divino, por favor, Senhor, afasta de mim esse cálice de sangue e dor!

Agora é somente o Senhor e eu, nenhuma das palavras desenhadas poderão me ajudar, não quero me esconder pelos vazios, tenho frio, Senhor, me abrace mais uma vez, deixe o seu calor, essa sua prece que é vida, por favor, Senhor, me inspire um pouco mais para eu me livrar do tempo que me arrasta bolas de ferro aos pés!...

Não posso cortar minhas mãos pelos meus crimes de negar o abraço!
Não posso cortar minha cabeça por produzir mil emanações de horrendas vibrações!
Não posso cortar meus pés pelo mau caminho que segui por que quis!
Não posso tirar meus olhos pelo mau uso e desconforto em somente ver o torto! Não posso arrancar meus ouvidos e orelhas por somente eu dar sentido ao que é fútil e rancoroso!
Não posso colocar meu coração na ponta da lança por deixar secar minha vida! Jesus não posso nem mesmo contra mim, me dê sua mão, encoste seu rosto junto ao meu e me fale de Deus!...

Vejo uma chuva de Luzes vindo suave pelos céus, não estou sabendo, não estou vendo direito, será Pedro, João e Tiago? Serão preces semeadas dos céus para o solo humano que se decompõe de vidas, sobrevidas? Fale pra mim, Senhor, eu estou quase pegando suas mãos, estou por um triz, estou quase me perdoando, um pouco mais, preciso de mais um pouco pra girar nessa Terra feito pião, ver o que sai dos espelhos, uma informação a mais, algo pra me lembrar e aprender das vidas dos atores que nem sabem que estão atuando!...

Ah, Senhor essa chuva virá forte? Virá logo? Lave-me tudo que me constrange a memória, tudo que me pesa à consciência, me batiza nessas águas de suas lágrimas de felicidade por amar demais!...

Riem por aí afora, apontam que há uma culpa cristã pra pesar o fardo de quem busca a fé, quem busca compreender. Eu sei, Senhor, a culpa não é cristã, o peso é o do sangue derramado que procuram esconder debaixo da terra, disfarçam colocando os crimes do mundo em outras costas, que são as suas, Senhor!

Senhor, meu Irmão Jesus, mesmo aqui de longe, ao longe dos meus míseros acontecimentos, olhe por nós, olhe por mim!

Ah, eu não posso continuar nas minhas farsas, nas minhas trapaças enganando não aos outros mas a mim mesmo, o tempo todo a mim mesmo!
Ah, pelo amor de Deus, quantas mentiras, quantos embustes, quantas palavras sem sentido, quantos descasos, quantos desertos dentro de desertos queimam sentimentos áridos dentro de mim, quanta repulsa, quanta recusa ao longo do meu longe ao meu instante que me envergonham diante do tempo que se foi, quanta rapina de esperanças e ilusões, sou alienígena degredado cumprindo a pena, cumprindo a oportunidade da redenção!

Senhor, meu Irmão Jesus, olhe por meus irmãos, olhe por mim e não me esqueça se eu mesmo esquecer de mim.

Essas Luzes em suaves chuvas são suas, Senhor?





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Jesus Christ SuperStar
http://www.youtube.com/watch?v=0rEVwwB3Iw0 &

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