sábado, 30 de outubro de 2010

ALVORADAS



ALVORADAS
 Nilton Bustamante
  
Hoje, muito cedo, acordei com uma vibração que me deliciava o peito. Algo extremamente não humano. Talvez celestial – pensei.
Caminhei para saber de onde vinha tanta felicidade. Quando encontrei muitas pessoas mentalizando sentimentos agradáveis, os melhores que podiam.
Ao chegar mais perto pude perceber que eu havia não ido para caminhos exteriores, mas, sim, por caminho interior. Percebi, que caminhei para dentro de mim. E lá me encontrei cercado por ondas, e cada onda uma imagem, cada qual de uma pessoa conhecida. Nesse momento, eu era uma espécie de igreja, sinagoga, templo. Como se fosse uma missa matinal, encontravam-se nesse exato momento, vibrações e sentimentos que pediam por mim, que traziam sorrisos, que traziam saudades, que traziam algo do que posso chamar ofertas de amor. Entendi, então, que reuniram-se para a prece matinal, alvorada, em meu favor, para eu começar o meu dia cercado de tudo quanto fosse possível e permitido para ajudar-me ao longo do dia, ao longo da jornada que iria se iniciar.

Eu, que muitas e muitas vezes, pensei ser sozinho, ser em passos solos, solitários, que nem haviam olhos invisíveis por mim, me enganei, me enganei e muito.
Entendi que cada qual de nós, filhos do Pai, somos cercados por amor, de ondas mentalizadas de apoio, incentivo e desejos de felicidade. Que cada pensamento, que cada sorriso, que cada ato facilitador, palavra amiga – dita aos nossos ouvidos ou à nossa alma de forma silenciosa -, vão nos acrescentando à essência e ao ânimo.
Fiquei ali, maravilhado com tanta energia inexplicável, indescritível, em meu favor. Muitas pessoas conhecidas – outras não, projetadas suas imagens através de seus próprios pensamentos, reunidas ali, juntas, num canto de minha alma, oravam em meu favor, alvorada, para que aquele meu dia fosse o melhor dos dias. Entendi que antes de todas as manhãs, era assim o ritual, um encontro de amor.

E, agora, quero também, visitar todas outras almas conhecidas, amigas ou não, para enviar algo que possa ser de bom de mim. Quero depositar minha prece em outros templos-almas, para que sejam as melhores das alvoradas, que iniciem os melhores dos dias.
E aos olhos que seguem essas letras, saiba, que a você, também, há muitos que se reúnem e trazem ofertas de sorrisos, de saudades, de amor a cada alvorada, a cada dia que nasce em sua eternidade, para sua infindável felicidade.

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