sexta-feira, 8 de julho de 2011

COMPLEXO DE ÉDIPO OR NOT TO COMPLEXO DE ÉDIPO



COMPLEXO DE ÉDIPO OR NOT TO COMPLEXO DE ÉDIPO
       Nilton Bustamante

Sexualidade infantilizada que por ventura possa habitar o homem,  impede o seu amadurecimento. Ele – o homem -, nesse estágio, prefere ficar no campo confortável dos seus quadros mentais que lhe serviam – e ainda lhe servem – de abrigo, de colo maternal, um mundo amniótico particular protegidos dos choques. Crescer é algo que intimamente lhe aterroriza e só em pensar é por demais sofrimento e temerário ter que lidar com os “nãos”, com as “perdas”... A necessidade do mimo é crescente, e seu gozo é o próprio dedo, a chupeta.

Lidar com uma relação adulta, madura, sem cabanas de cobertas, sem escapes lúdicos em castelos e fantasias, olhos nos olhos, sem cortinas que encobrem os artistas nas coxias, é fazer suar a testa e a alma, é tremer em insegurança patente ao descrente homem que ainda não saiu do colo da mãe, que ainda pune o próprio objeto de desejo, sem coragem de colocar-se em situação de desafios reais...

Sexualidade infantilizada é escudar-se, seguir eternamente meninão que não cresce, nem mesmo com seus 30, 40, 50... anos.

Quantos casos vemos por aí, de pessoas que começam a se relacionar, e mesmo sem razão alguma, do nada, desfazem os laços de carinho e amor com o medo de, no futuro, sofrer se a relação acabar, ou receber o “cartão vermelho”. Viver assim é um transtorno constante, a angústia por companhia.

Nunca é demais nos lembrar desse soneto, do poetinha, que nos indica algo sobre a humana maneira de amar...

Soneto de Fidelidade
   (
Vinicius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


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