sexta-feira, 27 de janeiro de 2012



DEUS NÃO SE ESQUECE DOS SEUS FILHOS    (desdobramento em janeiro, 2012)

Autor:   Nilton Bustamante

Em “desdobramento” sou levado ao insólito.
Tudo é noite, em tudo falta luz por onde minha visão visita.
Na calçada, uma figura parada diante de mim: um semicorpo. Somente a cintura pra baixo, mas percebo que é de mulher. Sim, de mulher, apesar do corpo incompleto, o meu íntimo confirma. Mas, isso pouco importa. Da cintura pra cima, o invisível, o nada. Cintura abaixo, um corpo torneado dentro de uma calça branca justíssima, em movimentos sensuais. Mentalmente, ouço a voz daquela figura estranha, convida-me para um encontro. A insinuação é explícita, ativa, descontrolada. Pede-me carinho, implora, "diz" que precisa e muito... Uma intuição, uma voz interna leva-me a olhar fixamente para a parte invisível do corpo, para procurar entender isto tudo. Vejo neste “nada” que há um quase imperceptível contorno desenhando parcialmente a figura corporal. Parece até um apagado neon, extremamente fino, tênue, mas o suficiente para meus olhos da alma perceberem... Talvez seja o perispírito substancialmente mais denso.

Este ser tenta se aproximar de mim, me envolver. Dobro meu braço, deixo o cotovelo de escudo; aproveito o momento, tento encontrar alguma materialidade maior na parte invisível deste, quando o mesmo recua imediatamente. Diante da prece que eu começo, inspirado, a fazer para Nossa Mãe Maria Santíssima que intervenha em favor desta irmã em degradação moral tão evidente, o espírito deste ser afasta-se de vez e recolhesse em uma casa. E mesmo à distância continuo com a prece, com as súplicas. A porta da casa se abre e aquela entidade retorna, agora mostra-se por inteira, com seus cabelos longos e figura de mulher. À medida que eu oro, desfaz-se tanto quanto possível aquela energia emblemática que aquele ser criou em seu estado demente.

Enquanto eu oro, com fé, percebo que faço ao mesmo tempo o sinal da cruz lançando um fluido energético com essa configuração sobre o espírito daquele ser. Isso o irrita profundamente. Mentalmente, lança-me gritos de rebeldia e contrariedade, tenta expulsar-me, ensandecido. Em um relance, esse mesmo ser materializa uma vassoura e começa a varrer todas as preces dirigidas a pouco em seu favor... Não aceita o auxílio, nem a Luz que a Espiritualidade bendita envia com tanto amor.

Diante disso, a voz amiga, íntima, chama-me para o retorno ao mundo dos homens. O que eu tinha que fazer, foi feito. Desperto.

Mas, algo me diz que a maior surpresa está por vir... 

Intimamente mostram-me que o fato de eu ter sido convocado para essa tarefa, é porque eu sou o mais necessitado em auxílio neste momento. Ainda que no panorama apresentado eu ter pensado ser o agente ativo que ajudava o ser em descaminho. Mas, é um caminho de duas vias. Na Eternidade o tempo não existe, e sempre há a divina persistência do Pai em lançar do seu Amor em Luzes de instruções a todos os filhos, em quaisquer circunstâncias em que se encontram para continuarem, todos, de forma individual e coletiva na evolução maior. Quando pensamos que “estamos ajudando alguém", no fundo, a maior ênfase é exatamente oposta. 

Agradeço por essa oportunidade em ser auxiliado!

Seja feita a vontade de Deus!



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Vivaldi
http://www.youtube.com/watch?v=WX83BSR0mug


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