segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ELEIÇÕES




ELEIÇÕES
  Nilton Bustamante  
            
Nos momentos que as forças políticas, sociais, econômicas, étnicas, religiosas, se atritam surgem toda sorte de exposições: dúvidas, revoltas, apoios, medos, sátiras, lutas, mortandade... É histórico. Afloram as feridas, ressentimentos, vinganças, golpes. Continuísmo ou queda.


O homem explora o homem. É repetitivo. A tendência em sobrepor-se ao mais fraco tem algo de origem no bicho-bicho.


O homem não é só bicho-homem, é também homem-homem. Evolução.  


Na História há constrangimentos pelo sangue derramado, pela falta de capacidade em ouvir, ceder, respeitar, aprender... Ignorância, ganância, ambição mórbida, atraso criminoso.


A maior mudança virá do homem-homem.


Todo governo só é pleno se governados e governantes assim desejarem.


Ainda nos sentimos pequenos e bichos-homens. Mas as forças maiores, além-mundo, além-entendimento pragmático, indicam os caminhos ao amadurecimento para todos os tipos de passos. Não mais mataremos aqueles que divergirem de nossas idéias; não haverá mais sátiras pela mente ainda infantilizada.


A nossa sociedade, agora globalizada, nasce e morre acreditando que tudo está como está porque é a vontade de Deus. Há fome, há miséria, há crendices, há doenças, há exploração... e o bicho-homem diz: amém!


O tempo está mudando: bicho, bicho-homem, homem-homem...


Com a paciência do historiador, vê-se que as sociedades estão mudando. Chegará o tempo que não pagaremos mais juros com nossas almas, não daremos o dízimo para buscar um lugar à paz celestial, não mais nos entregaremos aos vícios, não mais fabricaremos a bala emissária da morte, nem consentiremos a escravidão e suas formas.


Nem esquerda, nem centro, nem direita. O melhor partido: homem-homem. Precisamos  dar as mãos para crescer, para entender, romper todas as forças que nos faz deprimentes. As diferenças não distanciam, ensinam.


Na vida animal, os gnus aos milhares fazem a trajetória que a natureza indica. Ficam à mercê de apenas algumas dezenas de predadores, porém como os gnus são animais, portanto irracionais, não percebem a força da união, que aos milhares, poderiam facilmente acabar com seus predadores, no entanto, deixam-se capturar. Capitulam. Aceitam a fatalidade. E a sociedade humana comporta-se quase sempre como “gnus”, deixa-se sangrar submissa pela tirania de algumas dezenas de “predadores”. Aceita a fatalidade naturalmente. Não percebe a força que tem. A Índia de Gandhi, sem dar tiros, através da conscientização coletiva conseguiu sair da situação de colônia britânica. Ainda vive suas mazelas, mas já um pouco mais amadurecida. Deu grande passo na  História.

Devemos saber que os homens não são gnus.                      
A Democracia – ainda longe – é a virtude que um dia saboreamos.


Assinado, homem-bicho aspirando a homem-homem. 

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