sábado, 12 de junho de 2010

OS SETE SUBSÓIS


OS SETE SUBSÓIS
autor: Nilton Bustamante

Uma lenda, uma história, não se sabe bem ao certo.

Dizem que no distante cinturão formado pelas sete montanhas de Lisarb que percorre imensuráveis distâncias, no Novo Mundo, havia ambientes que os olhos dos homens contemporâneos enraizados na tecnologia material não poderiam acreditar ou mesmo compreender: para cada uma das sete montanhas um subsol causando fortíssima interferência de magnífica de cor.

Cada montanha, de maneira ímpar, era tingida por radiações de uma das seguintes cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Os habitantes daquelas montanhas estavam organizados em comunidades tribais que a tudo enxergavam na mesma pigmentação que os influenciava desde os primórdios.

Apesar de saberem, pelos contos, da existência de outras montanhas e tribos, nunca se atreveram a traspassar os domínios conhecidos, por medo e ignorância, pois estavam em estado latente de guerra; assim não houve encontros ou batalhas. Entre todas as tribos corria em comum, nos ensinamentos dos anciães, que o modo como viviam era consequência de um grande e generalizado rompimento e que estavam condenados pelos erros longínquos dos seus ancestrais, os quais, através da luta contra o domínio da grande noite, perderam a confiança do Pai da Luz que os tinham como aliados. Guerrearam-se na busca da predominância de uma cor em particular.

Nessa grande disputa apaixonada desfizeram a harmonia da composição divina.

Como conseqüência desastrosa da desarmonia vibratória, o Grande Sol fragmentou-se, regredindo em sete subsóis. Os seres provocadores desse retrocesso foram reunidos pela mesma simpatia e divididos em sete grandes grupos; foram viver em tribos separadas umas das outras, já cada qual com um subsol que irradiava a cor que eles escolheram.

Amargaram a irresponsabilidade do desequilíbrio.

Após milênios, essas sete tribos, das sete montanhas, dos sete subsóis, ficaram imaginando, simultaneamente, como outrora devia ser? O que poderia ser feito para ser como no princípio?

Como era ver e sentir as outras cores que os anciães tanto falavam?

O Pai da Luz, vendo todo aquele sofrimento e atraso, chamou um seu aliado, talvez o maior deles, que sabia fluir pelos sonhos, pelo impossível, pelo improvável, pelos céus, pelas terras, pelos mares, por todo o Firmamento e por todos os corações; continha na essência o elo, a união de todas as cores: O amor!

Foi-lhe proposta uma missão, uma viagem: a difícil travessia pelas sete montanhas de Lisarb. E assim procedeu o aliado; começou a caminhar, conviver com aquelas tribos.

Esforçou-se pelos caminhos mais difíceis e fez contato com cada sentimento, com cada entendimento, com cada ser, com cada cor...

Todos ficaram encantados, pois daquele ser visitante único jorrava uma luz diferente, não predominava nenhuma cor em litígio, porém todas as cores unidas.

− Como isso era possível? − perguntavam entre eles.

Este aliado do Pai de todas as cores trouxera a luz da paz, da humildade e da união; fez ver a cada uma das sete tribos que suas cores eleitas somente fariam sentido se voltassem a se unir na grande composição regida pelo Pai da Luz contra a grande noite.

Depois de estabelecido por completo o entendimento, os sete subsóis elevaram-se formando novamente um único e Grande Sol, passando a ser o farol do universo. E as sete tribos foram recolhidas, pois já haviam completado o aprendizado. Porém deixaram à região de Lisarb pronta para receber no futuro outras comunidades que poderão destacar todas as cores, agora em harmonia, evidenciando as mais belas realizações da criação.

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