segunda-feira, 7 de junho de 2010

VOLTAR A MIL ANOS LUZ


VOLTAR A MIL ANOS LUZ
   Nilton Bustamante

Eu gosto de você, gosto muito
Há alguma coisa que não sei dizer
Mas há felicidade no retorno
Eu gosto, gosto, gosto muito e tanto...

Quando a gente se vê
Quando nos falamos são falas de amor
Nossas imagens que criamos falam por si
Sempre dois mundos, sempre separados
Somente nos encontramos nos eclipses, que aos olhos de outros são escuridões
Para nós... melhor não dizer, não ficaria bem nesse mundo repleto de mil razões

Eu gosto de você, gosto muito
O que eu gosto eu mostro
O que você não gosta vê e respeita o que sou, como sou
Estou indo pra dentro de mim - não deixei recado de despedida - não me encontrei,
Talvez um dia, talvez um abraço, talvez risada, talvez um engasgo e tosse seca, não sei, não sei...

Eu meu imaginário ando astronauta
Falo sozinho, vou conhecendo por dentro e por fora a minha desordem
Pensamentos meteoritos as vezes bonitos, desfilam compulsivos, outras vezes perdidos em ameaças de mil órbitas,
Sinto-me planetário, sinto-me emocionado codificando emoções, navegando em mar de letras,
Pra entender pelos fragmentos a obra do todo que devo ser

Por tudo que já passei,
Por tudo que virá,
Por tudo que não entendo, admito, e cada vez mais, que há uma força, uma gravidade que me traz você
Para habitar meu desconhecido planetinha coração – nada de O Pequeno Príncipe, nada sei sobre jibóias –
Mas essa coisa, esse troço, seja lá o que for, sei, que gosto de você, gosto muito, minha viagem miragem que desafia o real
Faz-me esquecer que tenho muitos muitos medos, e me lanço inteiramente lunático galáctico ao seu encontro
Pra voltar agora depois de mil anos luz, saber que tudo mudou: Terra, plantas, ordem, desordem, tudo, tudo...
Menos o amor

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