segunda-feira, 28 de junho de 2010

SERES-PLANTAS

SERES-PLANTAS
Nilton Bustamante


Estamos em corredeiras de vida fazendo luz, fazendo sombra. O tempo é habitante ocasional nessas águas que escorrem de um plano a outro.

Nossas mentes obcecadas aos detalhes das imagens que nos lembram a todo instante o próprio sofrimento é nosso declínio vicioso ao distanciamento do Espírito do Amor... Mesmo a morte da massa celular sendo nave passageira, não poderá dar lugar às ilusões e filmes que criamos em nossas mentes, pensando nós, erroneamente, sermos vítimas do mundo, pesando assim os nossos corações; serão inutilidades que deverão ser descartadas, não serão de serventia às viagens interdimencionais dos nossos espíritos.

Nossos pés no chão são raízes, somos seres-plantas neste planeta Terra, podendo oferecer frutos, alimentos. O resultado oferecido é substanciado pelo que nos nutre. E quais serão as buscas de nossas raízes? Em quais camadas estarão essas raízes fixadas? – teremos que nos perguntar sempre, bem no íntimo de nós mesmos onde não há lugar para esconderijos.

E outros significativos questionamentos virão:

Se de nossos ramos o fruto foi escondido por nós próprios somente para nossos celeiros, só pra ofertar ao nosso egoísmo, que pesadelo terá esse gosto para nossos paladares?

Se o fruto foi formado de infantilizados sentimentos, ou de ordem moral duvidosa causando estranheza e malefícios, quais pesos terão nossas consciências por carregar?

No entanto, um dia poderemos crer e confiar nas leis da Natureza, da regeneração e do bom trabalho; poderemos oferecer algo que possa ser o nosso melhor, porque fazer outrem provar parte do que somos é uma grande responsabilidade, oportunidade de sermos inseridos e digeridos nos campos das relações humanas...

Em gesto de recolhimento, pediremos ao Pai Jardineiro que nos inspire em sermos bons alimentos, que não sejamos indigestos, nem sejamos por demais causadores de malefícios alheios.

Queiram ou não, a qualidade de nossas ofertas é expressão de nossas raízes. Queiram ou não, nos alimentamos uns dos outros, das essências.

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