sábado, 15 de maio de 2010

DEUS É AMOR




DEUS É AMOR
autor: Nilton Bustamante
Eu sinto, eu sei
Que é mesmo pequeno o que faço, o que sinto
Sei que na tela desse céu repleto de estrelas
Nem sombra sou, talvez algum pensamento que vibrou...
Eu sinto, eu sei
Os caminhos que meus passos ensaiam seguir
Mesmo assim eu insisto no palco com plateia
Imaginária, as falas vazias e solitárias
Para me vaiar, para me incentivar
Para chamar a minha pouca atenção
Eu não posso ser Judas
Meu traidor, não posso me vender
40 pecados e ter que me arrepender mais uma vez
A Eternidade é muito tempo para sofrer sem-fim
Não posso me cansar no caminho
Não posso ficar caído sem as forças
Não posso desistir de mim
Preciso seguir
Não devo, não posso repetir as mesmas quedas
− Cair em abismos dentro abismos e não encontrar o fundo é triste
E muito mais triste é não esticar a mão para se agarrar em algo
Que seja esperança, que seja acreditar em nova manhã −
Meu espírito destaca-se, apela, abraça corpo inerte
Boia náufrago em tempestade
Parto acompanhado sempre por quem é-me fiel
E minhas reclamações deixam-me lágrimas que me cegam
Não me deixam ver nem agradecer
A oportunidade para evoluir, crescer...
Estou muito ocupado comigo mesmo
Estou muito egoísta das minhas dores
Dos meus medos, meus segredos que não me deixam direito
Estão em meu livro para eu saber, para não esquecer, se corrigir...
Peguei as filas dos bilhões iguais a mim
Entrei os portais-úteros-maternos afins
Tantas vezes que nem sei mais, preferi esquecer pra ser mais fácil
Eu não posso mais, não quero mais sofrer por me abandonar...
Eu sinto, eu sei
As preces sinceras que lembre o amor
Mesmo vindas de coração tão impuro que é o meu
São flores-perfumes enfeitando os campos do Pai Pacificador
Eu sinto, eu sei
Vontade de chorar é o medo de enfrentar
É pedido de tempo no jogo, tentar pensar
O que se pode fazer, preciso das minhas forças que esqueci
Preciso de confiança, talvez menos da fé
Minha ampulheta está quase sem areia
Preciso decidir-me certo, a cada decisão a bifurcação da direção a seguir
Não quero a ansiedade, nem dó,
Não quero o orgulho, nem vaidade,
Não quero o ciúmes, falsos perfumes,
Não quero o nervosismo, nem ingratidão
Solidão é nada fazer por si, nem por outrem
É o vazio que se cai, cai, cai, sem encontrar o fim...
À escada de Jacó, um degrau de cada vez,
Pois a pedra ainda está bruta, precisa lapidar
Preciso das minhas buscas, preciso da centelha virar chama
Tenho que servir melhor, sentir melhor o que é viver o pleno
Que todos vêm e vão por esses mundos pela mesma forma
O sentido é único, irrefutável e imutável:
Voltar à morada como volta pombo correio largado bem ao longe de casa
Voltar ao abraço de Deus, que a todos ama, que tudo preparou
Esse segundo final, antes de ser sofrimento
É apenas o segundo que Deus nos doa
Esse segundo chamado Esperança
Sempre a Esperança à nossa disposição, para servir em ato de transição...
Eu sinto, eu sei
Que é mesmo pequeno o que faço, o que sinto
Sei que na tela desse céu repleto de estrelas
Nem sombra sou, talvez algum pensamento que vibrou...
Eu sinto, eu sei
Deus em mim é Amor, é Amor...


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The best classical music: Mozart, Beethoven, Bach, Chopin
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