sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

HOMEM, CÁLICE SEM VIDA



HOMEM, CÁLICE SEM VIDA
Nilton Bustamante

É muito mais fácil ladrilhar o canteiro, sumir com as flores?
Flores, seres vivos, dão trabalho?
É muito mais fácil atravessar a rua, sumir dos olhos conhecidos?
Diálogo pode tomar rumo de dar satisfação, quem quer dar?
É muito mais fácil aumentar os muros, sumir com a vista desagradável?
Comunidade, preocupação social, é sempre com o outro “Departamento”?
É muito mais fácil passar a largo do cadáver, fazê-lo imaterial?
Morte é com polícia, médicos e padres; pressa é a saída?
É muito mais fácil ver televisão, que ir ao teatro?
Posicionamentos e pensamentos, cansam?
É muito mais fácil guerrear, que perdoar?
Compartilhar soluções parece fraqueza?
Irmãos, enquanto “for mais fácil”
robotizar,
ser indiferente diante da morte assassina;
possuir jardins ladrilhados de plantas plásticas;
viver de faz-de-conta;
encastelar-se;
blindar-se;
ter animais virtuais;
amores virtuais;
gozos virtuais;
unicidade dos lucros;
miséria globalizada,
a Humanidade estará em perigosa letargia,
será natimorto.
O homem está se transformando em quê?
Em homem plástico de vida ladrilhada?



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