terça-feira, 6 de abril de 2010

CIGARRAS



CIGARRAS
Nilton Bustamante

Alma, encanto da Criação, urge planetária.

Sopro de vida, poema Divino, em corpo material.

Terra, escola nos ciclos das Ciências, morada dos habitantes – trabalhadores estudantes - que buscam a observação dos exteriores para saber o que levam no íntimo. Descobrirem-se e transformarem-se.

Os trabalhos, tão necessários, tornaram-nos rudes, os homens; pesaram os ombros, olhares só incredulidade, os desejos somente poder... Tornaram-se formigas, os homens. Interessam-se somente pelo que podem receber vantagem. Egoísmo, nada mais.

Almas poetas, cosmonautas, mensageiros, vieram em socorro. Almas poetas exemplificam a coragem ao serem aparentemente frágeis. Sonhadoras. Algo já esquecido, ou não aprendido. Almas poetas, cigarras dos tempos, ensinam cantos e encantos, exclamam a viabilidade de transpor as impossibilidades:
Quando o homem desvirginou o azul, o poeta há séculos já vislumbrava outras galáxias.
Quando o homem mapeou o genoma, o poeta há muito já passeava pelo espírito.
Quando o homem dominava a guerra, o poeta desde sempre entendia-se com a paz.
Quando o homem formiga regrediu com o risco de voltar a ser pedra, o poeta fez poesias e amou.

Almas poetas exclamam lágrimas, risos, encontros, desencontros, sentimentos sem fim das contemplações humanas!

Almas poetas, arautos, proclamam a vida para os homens lembrarem-se que há coração... Mostram que a matéria pode ser acumulada, nunca incorporada. Ensinam que o espírito somente cresce, expande, quando faz do amor oferta generosa.

Homens-formigas, Super-homens de aço, de pedra, de vazio crescente, ouvem!... Ouvem!... Os poetas!




"Quem canta trabalha a arte de suavizar a vida de quem só pensa que a produção é a única condição"

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