terça-feira, 27 de abril de 2010

TIETÊ, AQUELE QUE FOI RIO

foto "Homem fazendo higiênie pessoal, no Rio Tietê", de Juliano Bustamante

TIETÊ, AQUELE QUE FOI RIO
Nilton Bustamante

Liso espelho, negro
Não há beleza pra refletir
Não há riqueza pra seguir
Rastros perdidos

As Bandeiras são outras
Outras picadas, estradas
Da perdição, sem oração
Sem coração e pulmões

Em Tupi, Tietê, volumoso
Outrora formoso em imagens
Mergulhos inocentes,
Pescarias presentes, gentes gentis...

Canoas sob joelhos
Barcos rasgando o que foi virgem
Agora, a graxa, o óleo, mais crasso
Vísceras, excrementos violentos, insânias servis...

Marginais sem cadeias, sem pássaros, sem peixes
Lixo por todo lado, dentro dos olhos, olhos que se acostumaram
Pensar que sempre foi assim...

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