segunda-feira, 5 de abril de 2010

A VERDADE




A VERDADE
Nilton Bustamante

A verdade é de tal maneira diferente ao paladar
Das línguas, que pode ser néctar de açúcares indisfarçáveis
De felicidade; que pode ser um amargor tão grande e tosco
De fel e tristeza indisfarçáveis e olhos esbugalhados de dor
Na alma.

A verdade, a única esperança àquele que espera
Um tanto e quanto cercado por armadilhas das disfarçáveis
Mentiras, fantasiadas por caminhos sem saídas, sem alegrias
De espinhos e constrangimentos, quando a morte vem forte
Na alma...

Daquele que sofre, em silêncio, não tem um lugar
A explicação, não tem sentido à Pilatos que lavas suas mãos
Enquanto a turba ri e lança desdém com a altivez, alto som,
Na alma...

Daquele que não tem onde correr, não tem mão
Que lhe alcance pra livrá-lo de tal cega pena pelos ditos dos
Algozes, senhores do momento, odiosos juízes das insânias
Torturas...

Que de tal precisão e feita, acreditam que estarão
Acima das Leis das leis dos homens, sabe-se que antes do
Sopro da morte esses sem Deus no peito, outros mais ateus
Choram...

E pedem na última instância, o perdão, na dúvida o
Arrependimento, que se for fruto dos lábios já disfarçados
Pelo costume, pelo modo de viver, de nada adiantará, nada
Salvará...

Diante de tão malogrado apelo, pois a verdade será
Medida certa, divina, na escala do amor, e feliz daquele que
Em contesto sofrimento guardou em silêncio no calor da luta
O amor.

"O amor é a verdade que nos une a Deus!" (*)

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