terça-feira, 6 de abril de 2010

CRUZADA


CRUZADA
Nilton Bustamante

Andar pelas estradas.
Estradas de terra, de ilusão, de negrume amedrontador, às vezes de alguma faísca de luz.
Caminhar lentamente passando pela Idade Média do espírito, da existência.
O homem é terra, sonho, realidade, criatura da Luz. É conjugação. É expressão. É verbo. É variação. Transformação.
Transitar de estrela em estrela, esbarrar de espírito a espírito; de criatura em criatura (de terra, de pedra, quem sabe luz?).
Oh! Templário profano, sem Templo. Teu castelo será formado pelas pedras que carregares pelo caminho. Esquece a dor, a ignorância... Semeia alguma esperança, sem desconfiança.
Se tuas vestes são de guerreiro, levanta então tua espada contra ti mesmo.
Sê severo com tua alma, e amigo das criaturas. Aniquila tua improbidade. Não te escondas atrás da cruz. Professa teu Mestre.
As Cruzadas envergonharam a História. Quem são os bárbaros? Quem são os libertadores da Terra Santa? Teu estandarte tem que ser queimado. Tua bandeira será tua alma. A justiça será feita contra ti. Há uma masmorra em tua consciência. Regenera-te primeiro, antes de querer fazê-lo ao mundo.
Oh! Ressonância do Universo, acorda!
Caminha por onde não há caminhos, onde não há mapas.
Caminha por teu espírito. Transcende o imponderável; é a boa jornada.
Sê o menor dos menores; é a boa-venturança.
Sê o menor dos servos; é a libertação.
Não vês, não estás a sós? Há um dragão à espreita para testar-te com seu fogo, e o nobre cavaleiro Jorge vindo em teu socorro.
Nenhum dos caminhantes cósmicos, nenhuma das criaturas de Deus estão desamparados. A luta é outra. A cervilheira de nada te adianta.
Coragem! O teu Mestre te espera.
Segue de mãos limpas e a consciência livre.
Cavalgarás com tua mente. Lutarás contra tuas degenerações.
Semearás a vida. Faze então teu castelo, agora de luz.
Caminha em direção a Deus.

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