sexta-feira, 30 de abril de 2010

SOLSTÍCIO DE INVERNO



SOLSTÍCIO DE INVERNO
 autor: Nilton Bustamante
Pelos meus vitrais transpassam o divino e Vivaldi: "Et In Terra Pax Hominibus", toca minha alma.
Pelo meu Templo ecoam o que não se precisa explicar: "Réquiem”: “Benedictus”, “Lacrimosa”, “Rex Tremendae”, o toque de Mozart. Festejo o Solstício de Inverno. Farto-me no Banquete Ritualístico. A noite mais longa. A Luz quase ausente, melancolia, distanciamento, névoa que me abraça como abraçam as dores e o cansaço da vida; neve fria, imparcial, feito morte, faz seu papel, ciclo dos ciclos.
Queimo meus horrores.
As cinzas são sepultadas por mim. Por cima de tudo leve camada de terra faz a sua dimensão. Agora as cinzas jaz no cemitério das lembranças.
E um ramo de cipreste, sempre verde, faz lembrar que a vida ressurge, que a Eternidade é seiva divina. Inextinguível.
A paz é absoluta.
Transmuto-me em nota musical. Quem sabe minha pedra filosofal?
Ó elixir onde me esperas, onde por mim, onde em mim?
.´.


  Et in Terra Pax (Gloria RV 589) - Antonio Vivaldi


Nenhum comentário:

Postar um comentário