quarta-feira, 21 de abril de 2010

VIREI A ESQUINA


VIREI A ESQUINA

autor: Nilton Bustamante
Sem saber ao certo o que seria
levei no coração um pouco do escuro do meu quarto

– virei a esquina –
Sem saber ao certo quando parar
algo deveria existir
talvez a eterna espera,
talvez doce romance pra se consumir,
talvez o que se deveria iludir com fé,
quem sabe o amor?...
Suas pernas se foram pro Leste, foram pro Oeste
a flor se abriu, gemeu, gritou, implorou a primavera,
se entregou
pro voo que era beijo olhos fechados sentindo
o que era manso, o que era forte, o que não queria descanso algum.
E a beleza dos rodamoinhos ligando a terra e o céu
passam deixando estragos desejados tais e tantos,
que quase não acreditei;
não era sonho,
não, não era engano,
nem mais medo, apenas doces segredos
em meus ouvidos regados de todos os pecados.
E tal era o gosto que me fazia rir baixinho, louca vontade ir à janela
gritar pro mundo, pra todo mundo saber
que eu estava conseguindo voar
me desmanchando todo nas telas de Dalí.

– Virei a esquina
e suspirei –
Debaixo da túnica santa encontrei uma outra,
uma outra mulher
que no beijo deixa um pouco de céu,
um pouco do escuro do quarto
sem saber ao certo quando parar, ou o que virá...
E tal é esse gosto, essa vontade,
Que virei a esquina de mim mesmo, abri doce suas pernas
pro voo e pro amor

...



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(música maravilhosa...)
Trio Esperança e Michel Fugain - Femme (ao vivo)
https://www.youtube.com/watch?v=abb729DMNpM
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