segunda-feira, 5 de abril de 2010

JÚLIA, JULINHA



JÚLIA, JULINHA
Nilton Bustamante

Oh, Verão faça seu adeus, mas vá devagar, não se apresse. Venha ver. Mais uma olhadela. É Júlia, três meses, semente que brotou. Essa florzinha em janeiro foi Orquídea, Cravina - sapeca como ela só -, agora em março é Angélica, Margaridinha. E a cada mês um novo encanto, novo perfume, mais uma muda, mais uma flor em vivas cores que virá aos olhos do Nosso Senhor!

Oh, Verão, não fique com tanta saudade, ano que vem você abraçará a menina que estará mais crescidinha. Será aquele abraço de sol, de alegria com gosto de quero mais. Dê lugar para as outras Estações. Todas estão na fila pra beijar a nova florzinha.

Oh, Outono está impaciente, eu sei, já chegou. Mais uma estação que vem girar na roda, brincadeira de criança. Cada volta ao Sol, mais um ciclo, mais um ano de vida. Brincar de apertar o narizinho do papai e pular no colinho da mamãezinha. Brincar de infância. Ciranda cirandinha, bonecas, peteca, bola, bolinhas, jogos de amarelinha...

Oh, Outono, venha, mas não faça barulho, não. O anjinho está descansando nas nuvens de algodão, dorme aquele soninho que não se ouve nem respiração. Chegue, mas de pé em pé. Senão, Júlia, menininha como ela só, acorda e vai querer brincar a noite inteirinha... e já viu, né?!

Júlia, Julinha, vem trazer o seu amor, seus olhos de menina brilham um novo e lindo futuro, traz pra esse mundo que está tão velho e se esqueceu de brincar de roda, subir em árvores, rabiscar com lápis de cor o branco do papel...

Júlia, Julinha, você é iluminadinha, recém mensageira do melhor dos céus, veio enfeitar a Terra. Veio colorir os corações que precisam de novas cores. Júlia, Julinha, vem abelinha adoçar os dias, com seu amor, o doce do seu mel...

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