terça-feira, 6 de abril de 2010

SOL DA MEIA NOITE



SOL DA MEIA NOITE
Nilton Bustamante


Teus raios discretos, acordam a manhã em cortinas de luz que se abrem lentamente, para iniciar o movimento daqueles que adormeceram na véspera.

Teus raios, Sol da Meia Noite, chegam mansos, repletos de amor, esquentam a vida, são companhia em tal sintonia que a solidão fica pelo caminho, perdida numa estrela qualquer.
Ah, Sol da Meia Noite, se não quiseres hoje o ritmo da juventude, deite plena em meu leito, descanse, sem nada dizer, uma só palavra, suspire a entrega, e tenha a minha rude companhia, para não te sentires só; se quiseres, feche teus olhos sem receio. Cuidarei para que nenhum alarde se faça, nenhum barulho, apenas leve canção de paz ecoando no coração e ouvidos da alma. As dimensões hoje serão outras; serão apenas pulmões se movimentando, como se movimentam por todo planeta os ares e a fina leveza dos ventos.

Anjo loiro, venha com a cor dos mares em teus olhares e deite mulher em meu peito, pois não é mais noite, não é mais dia, e não é direito perdermos nesse momento o doce dessa magia.

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