quinta-feira, 29 de abril de 2010

NOSSOS VOTOS


NOSSOS VOTOS
autor: Nilton Bustamante

A imaginação dão asas aos nossos pés.

Em qualquer direção que tomarmos, o tempo nos levará ao fim e ao princípio. O infinito é logo ali, aqui dentro de nós, de tudo e todos que pulsam vida... É assim.

Em nosso planeta Terra tudo é vida. O próprio planeta pulsa, pulsa a vida. Léon Denis a definiu numa sequência poética e naturalista: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem."

E muito devemos agradecer à essa viagem estelar, pés na poeira e cabeça ao sol, cada gota de suor, cada encontro com as ideias que vieram habitar-nos para logo mais darem lugar às outras em ciclos migratórios. O novo se faz velho, torna-se matéria decomposta, torna-se humos, ajuda a dar força e sentido à vida, ao que virá depois, ao que precisa sempre tanto, tanto de tudo que foi ontem para conseguir ser hoje, para haver amanhã.

Devemos ficar felizes quando conseguimos dar ombros aos comícios enfáticos das bocas que engolem ar e, invariavelmente, ficam a desejar, sempre, sempre, desfilando em plumas que lembram aos dos pavões machos: os pés sempre feios como se houvesse algo que contraria a encenação, algo a esconder.

O corpo físico é oceano, navegamos às vezes inteiros, em outras navegamos à deriva, navegamos, navegamos e vamos descobrindo novas porções, novas terras, em nossas íntimas dimensões. Somos cercados de mares, sertões, frutíferos pomares, perfumados jardins, ai de mim, ai de nós, ao que fizermos dessas venturas. Ai, dos lábios que formosos e pomposos se fizerem armadilhas, que em doces delírios levarem outras tantas aos redemoinhos de despropósitos sentidos. Que vendem, mas não entregam. Que afirmam, mas não sustentam. Que enganam pelo vício de enganar. Que conquistam somente pelo prazer de conquistar. Que vandalizam, que saqueiam almas e sentimentos de outrem.

Felizes dos lábios em mel que pronunciarem palavras amáveis, sem armadilhas, sem enganações, com purezas de sentidos e sentimentos, serão alimentos, néctares dos altares às virtudes... Felizes, eternamente felizes, que pronunciarem mantras de harmoniosas vibrações. Que serão mantos para almas desprovidas, nuas, necessitadas de tudo; que serão substanciosas provisões aos viajantes estelares, filhos do Início, que É antes de ser, que está divinamente intrínseco dentro, fora, acima, abaixo, antes e depois de tudo que pulsa Vida, tudo e todos que estão dentro ou fora do Universo, em todas e quaisquer dimensões e seus princípios inteligentes.

A ampulheta nos faz areia, e pelo funil do tempo, quando se faz necessário esses efeitos, voltamos a ser pó. Passamos por esse processo, para compreendermos o que foi um dia orgulho, vaidade, egoísmo e todas as outras decepções e lamentações apenas servirão para nos mostrar que nada fica sobre a terra, que todos os troféus, títulos e acúmulos da ilusão serão esquecidos por todos, menos pela corrosão, menos pelas traças e vermes, agentes em salutares ações professoras para o aprendizado da alma humana.

Os tempos nos trouxeram as grandes mentes, grandes mestres, humildes mensageiros; se nossas brisas estão no Oriente, no Ocidente, não importa, nada, ninguém foi, é ou será esquecido. Todos fazem parte de um imensurável Sentido. O Sentido de uma Mente maior, de um Sentimento Maior, de uma Ciência maior. E todas as ladainhas, e todas as nossas verdades, paixões e guerras, estados de dormências e alucinadas exaltações, de nada nos servirão, nada dessa natureza conseguirá se sustentar. O simples, o brotar da semente para germinar a vida em sete vezes sete mil frutos para outros tantos se multiplicarem, o nascer do dia, do sol, o nascer da noite, onde um tem que morrer, acabar, terminar para ao outro dar lugar, reciclar-se, será a poesia silenciosa de Deus a nos educar, a nos elucidar seus Mistérios. Mistérios estes que somente por nós se classificam assim, pois, nossas mentes ainda não comportam muito além da procura de quem somos, de onde viemos e para onde iremos...

Podemos nos considerar felizes, nesse estado evolutivo, pois já conseguimos perceber que tudo é movimento do Universo, absolutamente tudo do macro ao micro, do micro ao macro: água parada apodrece. Corpo inerte se atrofia e apodrece e não cumpre suas funções. Mentes paralisadas pela preguiça somente ficam em estado letárgico, deplorável. Sentimentos menores, adoecem almas. Podemos nos considerar felizes, pois qualquer ser humano de um ponto ao outro do planeta Terra, de qualquer civilização, já possui a centelha da percepção que há algo maior, uma força criadora, que concebeu a natureza, e de outras mais derivações. O homem, ainda que lentamente, já se posiciona melhor, nesse movimento de entender o Todo a partir da partícula. Mesmo que os homens ainda se instrumentalizam em dogmas causando divisões, chegará o tempo que farão opção somente ao AMOR, unificar-se-ão mentes e corações, dando assim sentido à existência, à busca, às novas Luzes não percebidas nem entendidas atualmente.

Que o tempo que marcamos com ferro, brasa, pressa, receios e feriados, seja apenas o tic-tac para nos lembrar que nosso corpo material está em contagem regressiva, e que logo mais, na próxima partida, em nossa viagem estelar pelas estações dos campos de Deus, quem sabe, teremos como bagagem algo que nos será realmente útil, eternamente útil. O bem-querer, as benfeitorias nas pontes que unem mentes e corações.

Nossos votos para todos nossos irmãos-planetários que sejam merecedores do que de melhor nosso Pai e todos os seus mensageiros da Boa-Nova enviam, incessantemente:

Amor, Luz e Paz!



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Space Coast - Topher Mohr and Alex Elena

https://www.youtube.com/watch?v=ziB7GW47mwg




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